O cenário financeiro em setembro foi marcado por fortes oscilações, tanto no Brasil como no exterior. No último pregão do terceiro trimestre, na última sexta-feira (29) o dólar e o Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, fecharam o mês com comportamentos opostos. O dólar fechou em alta mensal de 1,54%, mas com uma queda diária de 0,26%, a R$ 5,026. O Ibovespa registrou uma alta mensal de 0,71%, mas caiu 1,29% no terceiro trimestre do ano.
Ibovespa e dólar fecharam o mês com aumento. (Foto: Reprodução/infomoney.com.br)
Forças externas influenciam dólar e Ibovespa
O dólar foi particularmente afetado pela política monetária do Federal Reserve nos Estados Unidos e pela taxa Ptax no Brasil. A moeda americana fechou o último pregão do trimestre com uma queda de 0,26%, cotada a R$ 5,026 na compra e R$ 5,027 na venda. No entanto, fechou o mês com uma alta acumulada de 1,54%.
- Cotação do dólar em 28 de setembro: R$ 5,039
- Cotação do dólar em 29 de setembro: R$ 5,026
- Variação diária: -0,26%
- Alta mensal: 1,54%
O Ibovespa, por outro lado, teve um crescimento mais estável, fechando o mês com uma alta de 0,71%. Esse desempenho foi particularmente notável dado que índices globais como a Nasdaq registraram uma queda mensal significativa de 5,20% em setembro.
- Pontuação do Ibovespa em 29 de setembro: 116.565,17 pontos
- Alta diária: 0,72%
- Alta mensal: 0,71%
Política dos EUA e próximos passos de investidores em outubro
O mês de outubro promete ser volátil, com o mercado ainda se ajustando ao último pregão do trimestre.
A falta de acordo sobre o orçamento nos EUA, que ameaça causar um "shutdown" governamental, pode ter implicações globais e já afeta a confiança dos investidores. O Federal Reserve sinalizou que os juros podem subir, o que pode levar a uma fuga de capital do Brasil e pressionar ainda mais o dólar.
Segundo documento divulgado ontem (29) de uma apresentação do presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, há expectativas de uma alta adicional nos juros nos EUA em 2023. Essa informação reforça o cenário de possível fuga de capital do Brasil e maior pressão sobre a taxa de câmbio.
Apresentação do presidente do BACEN publicada ontem (29) afirma que juros americanos devem ter novos aumentos em 2023. (Foto: Reprodução/bcb.gov.br)
No Brasil, é importante destacar que, apesar da alta do Ibovespa, investidores estrangeiros retiraram R$ 1,1 bilhão do mercado acionário em setembro. Este é um indicador que pode sinalizar futuras tendências do mercado.
Foto Destaque: Dólar e Ibovespa tiveram alta no mês de setembro e juros americanos preocupam. Reprodução/torange.biz.