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Deflação na China contribui para diminuição de custos no Brasil

O país possui um papel crucial como fornecedor de matéria-prima para diversas indústrias incluindo componentes eletrônicos, peças para smartphones e até aço

04 Fev 2024 - 18h05 | Atualizado em 04 Fev 2024 - 18h05
Deflação na China contribui para diminuição de custos no Brasil Lorena Bueri

De acordo com uma conta feita pela Warren Investimentos, a inflação de bens industriais na China ficou com um valor de 1,09% em 2023, atingindo sua menor taxa em 5 anos e chegando a atingir (-0,20%) no mês de setembro do mesmo ano. Isso fez com que as produções do país ficassem mais baratas, impactando e abaixando o preço de seus produtos ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

Impacto no mundo

A economista da Warren, Andréa Angelo, ao porta Seu Dinheiro, analisa que a dinâmica dos preços de mercadorias apresenta um aspecto positivo, sendo influenciada principalmente pelo câmbio e pela inflação internacional. Ela também antecipa que, no curto prazo, a tendência é que a inflação de bens mantenha um ritmo de desaceleração.

A influência da China na inflação vai além da competição direta com os produtos acabados disponíveis nas lojas ou acessíveis por meio de plataformas de e-commerce internacionais. O país desempenha um papel crucial como fornecedor de matéria-prima para várias indústrias, incluindo peças para smartphones, componentes eletrônicos e diversos outros. Consequentemente, preços mais competitivos provenientes da China contribuem para reduzir os custos de produção dos produtos nacionais.


China representada em globo (Foto: reprodução/Suzy Hazelwood/Pexels)


Países buscando fornecedores alternativos

O impacto da China nas dinâmicas de preços globais está em declínio conforme economias desenvolvidas diversificam suas fontes de abastecimento para diminuir a dependência do gigante asiático. Estratégias como nearshoring e friendshoring são reconhecidas por economistas por seu potencial de reduzir a inflação, uma vez que promovem um aumento na oferta global através da duplicação de cadeias produtivas em regiões alternativas, mantendo, ao mesmo tempo, a produção em território chinês para certos bens.

O ex-membro do Banco Central e agora professor na Georgetown University, Tony Volpon, também ao Seu Dinheiro, observa que, especialmente nos Estados Unidos, a substituição de fornecedores chineses por opções de países como México, Índia e Vietnã não oferece a mesma vantagem de custo. Isso introduz um custo de transição nas cadeias produtivas que, consequentemente, torna o impacto da desinflação por conta da menor dependência da China menos expressivo nos EUA em comparação com os mercados emergentes.

Foto destaque: notas de Real brasileiro (Reprodução/Adriano Makoto Suzuki/flickr)

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