Carla Assumpção, diretora-geral da Swarowski, tem uma bagagem com uma linda trajetória de 22 anos na marca. A executiva começou criando diversas estratégias de relações públicas para conseguir consolidar a presença da marca austríaca no país, e brinca dizendo: “Estou nessa empresa desde quando ela era associada a nome de vodka, porque as pessoas mal conheciam Swarowski no Brasil”.
Atualmente, na posição de diretora-geral no Brasil, Argentina e Chile, Carla lidera o processo global de reposicionamento da centenária marca austríaca de cristais na região do Cone Sul, que é uma região composta pelas zonas austrais da América do Sul.
A empresária também vem se reposicionando no papel de líder. Segundo ela, a gestão não se limita apenas em mirar os resultados e deve promover um ambiente corporativo mais humano. Depois de conseguir consolidar a empresa nacionalmente, ela vem buscando um novo tipo de atuação, partindo de qualidades vistas como femininas pelo mercado.
“Não acredito mais em lideranças e líderes baseados na ideia de que não se pode falhar, não se pode mostrar dúvidas, inseguranças e erros. Isso é completamente ultrapassado e vem de uma visão muito patriarcal”, afirmou ela, que ainda completa, “o que estamos trazendo como contraponto sendo mulher é conseguir ser líder junto a aspectos humanos”.
Empresária Carla Assumpção tenta consolidar uma rede de apoio. (Foto: Reprodução/ Forbes/ Divulgação)
Carla declara que as mulheres ainda são pressionadas a se provarem no mundo dos negócios. “A mulher é muito rígida e muito criteriosa na sua entrega porque ela precisa. Tem uma jornada aí de provação muito maior para a mulher do que para o homem nas grandes nas corporações, como em todo o mercado de trabalho”, disse ela, e que faz questão de se rodear de mentores e mulheres para lhe garantir uma ancoragem. “Tive várias pessoas na minha vida que enxergaram coisas em mim que eu não pensava ter ou ser capaz”.
Após virar embaixadora e porta-voz da Swarowski Foundation, fundação que é um braço de trabalho social da companhia com um programa dedicado ao empoderamento feminino, contudo, agora é Carla quem tenta consolidar uma rede de apoio dentro da empresa e exercer o papel de suporte para outras profissionais
“Tento ser um exemplo na organização e mostrar que nem sempre você precisa ser forte e assertiva. Mas é preciso ser muito responsável, humano e verdadeiro”, afirma.
Em sua função como mentora, não é tão simples, e vai além da multinacional, onde ela dá cursos e orienta pessoas mundialmente, e se estende para projetos de outras empresas e ao lado de outras lideranças femininas, como Rachel Maia, empresária brasileira e conselheira administrativa de diversas empresas. “A ideia é gerar um tipo de inspiração e referência para outras mulheres. A sororidade no mundo executivo realmente existe, porque ainda somos poucas e precisamos nos unir”, afirmou Carla.
O objetivo de Carla, nessa nova fase profissional, é trazer à discussão de causas importantes e diversificar a equipe da Swarowski. Ainda segundo ela, a empresa tem um equilíbrio acima da média em relação aos cargos de gestão distribuídos entre homens e mulheres, porém existe um caminho a seguir. “Somos uma empresa muito branca ainda, é preciso diversificar. E, ao meu ver, temos muitas regras e políticas que foram criadas por um homem. Temos boas batalhas pela frente, mas é uma empresa muito aberta a rever as suas questões, estamos em um processo de mudança”, finalizou.
Foto destaque: Carla Assumpção. Reprodução/ TopView/Divulgação