O lançamento recente do filme "Barbie" não apenas impactou as bilheterias, conquistando mais de US$ 1 bilhão em receitas ao redor do mundo, mas também disparou a busca e a venda das bonecas no comércio, especialmente no cenário online brasileiro. Dados de setembro mostram um crescimento de 1.488% nas pesquisas em relação a agosto em diversos portais de comércio eletrônico como Americanas e Shopee, uma dinâmica que, segundo João Lee, CEO da startup Simplex, já era esperada devido ao sucesso cinematográfico e que pode refletir positivamente para os varejistas.
Ademais, o segundo lugar na preferência dos consumidores é ocupado pela boneca Bebê Reborn, que apresentou alta de 444% nas buscas, seguida da bicicleta infantil, com crescimento de 134%.
Efeito pós-lançamento nos produtos
A produção cinematográfica não somente movimentou as bilheterias, como também afetou diretamente o varejo e o mercado secundário relacionado à boneca. Na semana de estreia do filme no Brasil, os itens ligados à Barbie registraram aumento significativo de anúncios na plataforma OLX, com acessórios da boneca atingindo um crescimento de 104%, a própria Barbie um aumento de 36%, e o boneco Ken, alta de 30%.
Comerciantes veem aumento na procura por produtos Barbie (Vídeo: reprodução/YouTube/Balanço Geral Blumenau)
A casa da Barbie também ganhou destaque como o item mais procurado, indicando uma tendência fortalecida pelo lançamento cinematográfico.
Perspectivas de crescimento da Mattel
Apesar da Barbie ter contribuído com uma receita global de US$ 1,68 bilhão dois anos atrás, as vendas da boneca estavam relativamente estáveis nos anos recentes. Entretanto, a influência do filme reavivou o interesse tanto em crianças quanto em adultos, podendo, de acordo com Loo Wee Teck, chefe de brinquedos e jogos da Euromonitor International, impulsionar as vendas diretas e imediatas das bonecas, especialmente para os "criança-adultos", que são relembrados de suas próprias infâncias.
A Euromonitor ainda sugere que a “febre cor-de-rosa” poderia elevar a indústria de bonecas para cerca de US$ 14 bilhões até 2027 e que, mesmo após o pico de interesse pelo filme diminuir, esforços de marketing e novos lançamentos podem manter a Mattel em uma trajetória de crescimento sustentável. Nesse contexto, Ynon Kreiz, CEO da Mattel, mantém uma visão otimista, afirmando que a empresa espera que a Barbie cresça na segunda metade do ano e continue sendo uma marca forte e de bom desempenho.
De fato, esta renovada ascensão nas vendas, marcada por um momento de retomada, pode se apresentar como uma notícia alvissareira para a Mattel, que experienciou uma queda de 12% nas vendas no segundo trimestre, apesar de ter sido parcialmente compensada por um aumento de 10% no faturamento da divisão de bonecas graças a marcas como Disney Princess e Monster High.
Foto Destaque: modelo mais recente da boneca Barbie. Reprodução/Mattel/Olhar Digital