O Banco Central de Israel reduziu a taxa de juros em 0,25 p.p. nesta segunda-feira (1), diminuindo a taxa referencial de 4,75% para 4,5%. A medida, uma resposta à economia enfraquecida pela guerra, marca Israel como a primeira nação desenvolvida a flexibilizar a política monetária em tal contexto. Alguns analistas esperavam a mudança, enquanto outros não previam alterações na política fiscal.
O diretor do Banco Central de Israel Amir Yaron, à esquerda, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/Amos Ben-Gershom/GPO)
Impactos da guerra na economia israelense
Deflagrada no dia 7 de outubro, a guerra trouxe impactos significativos à economia israelense: aumento da inflação, diminuição da empregabilidade e menor interesse turístico no país, impactando a expectativa de crescimento de 2023, bem como a previsão para 2024. Com isso, Amir Yaron, diretor do Banco Central, instou o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu a reduzir rapidamente os gastos públicos, visando prevenir uma reação negativa do mercado.
Pressão do mercado sobre o governo
Dentre as justificativas de Amir Yaron para cobrar o governo Netanyahu, está a previsão feita pelo Ministério das Finanças de uma queda de 6% no PIB israelense em 2024. Para evitar esse número, Amir aconselha o governo a agir o mais rápido possível, reduzindo o número de ministérios e gastos gerais não essenciais para o esforço de guerra. Sem essa redução de gastos, o mercado poderia interpretar como um sinal de crescimento da dívida, afetando ainda mais a inflação, os yields e a depreciação da moeda, o que, por sua vez, aumentaria ainda mais a queda do PIB previsto pelo governo. A redução da taxa referencial não é feita desde 2020, ano da pandemia e marcado pela contração de 6,8% no PIB israelense.
Foto Destaque: Bandeira de Israel (Reprodução/edu_castro27/Pixabay)