A rigor, a guarda de uma criança é preferencialmente da mãe. No Brasil, principalmente, a escolha já é quase uma premissa, já que o vínculo que os filhos têm com elas é, geralmente, afetivamente maior. Mas pais têm usado desta peculiaridade para se beneficiarem na hora do cálculo de pensão.
Após o divórcio, o casal decide sobre a guarda e, então, vem a pensão. O valor é estabelecido, bem como regras que devem ser respeitadas pelo ex-casal. E é nessa hora que os pais usam a emoção das mães para benefício próprio.
“O pai, na verdade, não tem coragem de pedir guarda nenhuma. É comum que as mulheres tenham medo de perder a guarda para os pais, mas como geralmente as mães acabam ficando com as crianças, os pais usam esse vínculo emocional entre elas para fazer ameaças na intenção de conseguir benefício financeiro”, explica o advogado especialista Vitor Lanna.
Vitor Lanna, advogado. Reprodução/Arquivo Pessoal
Recentemente, até o mundo dos famosos ficou de cabeça para baixo com uma situação assim, com o turbilhão de brigas que foi o imbróglio de Luana Piovani, Pedro Scooby e os três frutos do ex-casal.
Luana alegava que a pensão era incompatível com a vida das crianças. Scooby queria baixar ainda mais o valor. E no meio disso, um dos filhos ainda foi para a internet pedir para que o pai não perdesse patrocínios de marcas, pois até sua escola dependia daquele dinheiro.
O que aconteceu, de fato, ainda não veio à tona. Mas que com o uso da lei toda a briga seria evitável, isso sim.
Por isso a consulta profissional é essencial.
“Diariamente recebemos clientes com muito medo de perder as crianças por não ter condição financeira similar à do pai e acabam cedendo em pontos sensíveis do problema para evitar esta situação”, diz, ainda.
E finaliza: “Já chegamos a oferecer a guarda para alguns deste pais e eles acabam não aceitando, haja vista que a única intenção é apenas se beneficiar materialmente”.
Foto Destaque: Vitor Lanna, advogado. Reprodução/Arquivo Pessoal