O fato de a Casas Bahia, popular rede de varejo de móveis e eletrodomésticos do Brasil, ter decidido dar entrada em pedido de recuperação extrajudicial foi considerada positiva por analistas, de acordo a Forbes, em artigo publicado nesta segunda-feira (29/04). A decisão está sendo apontada como atitude ideal porque representa alívio financeiro para a varejista, além de uma chance de forcar nos planos de transformação da empresa.
Segundo a revista Forbes, as ações da Casas Bahia representaram o melhor desempenho entre os papéis do Ibovespa por volta de 12:10h da tarde de ontem quando estas ações dispararam em 20,4% a R$ 6,55 aumento relevante ao considerar a porcentagem que subia a apenas 0,28%. Mesmo com o aumento rápido e significativo, ainda está acumulado uma perda em 40%.
Atitude positiva
Os analistas do Bradesco Banco de Investimentos (BBI) afirmaram que a medida tomada pela empresa varejista traz importante margem de manobra para os fluxos de caixa, seja o de curto ou médio prazo, o que diminui os riscos de possíveis preocupações com liquidez, até certo ponto.
Parte interna de uma loja Casas Bahia (Reprodução: Getty Images Embed/Bloomberg)
Pedro Pinto, juntamente com a equipe, alegou que acreditam que, deste modo, a administração da empresa poderá voltar o foco com mais determinação para executar o plano de mudanças sem precisar lidar com a distração de resgates de caixa que acontecem em curto prazo.
As dívidas que estão acumuladas em R$ 4,1 bilhões de reais envolvem emissões de debêntures, que significa título de crédito representativo de um empréstimo e CCBS emitidas em junção a instituições financeiras. O plano não impacta trabalhadores ou clientes, como também não envolve dívidas entre parceiros ou clientes durante o operacional.
Estratégia
Com o objetivo de alongar a amortização da dívida, a estratégia inclui carência de dois anos para pagamento de juros, trinta meses para o pagamento principal e deixa em aberto a possibilidade de credores apoiadores converterem partes da dívida em participações na empresa.
Segundo representantes da Casas Bahia, a regularização da dívida (ou reperfilamento) fará com que o prazo médio da dívida saia de vinte e dois para setenta e dois meses e conservará cerca de R$ 4,3 bilhões no caixa da empresa durante os próximos quatro anos.
Foto destaque: parte interna de uma das lojas Casas Bahia (Reprodução: Casas Bahia)