A cada 26 horas um novo bilionário surgiu no mundo desde o início da pandemia de COVID-19 no primeiro trimestre de 2020. Esses bilionários se juntaram aos dez afortunados já existentes que, porventura, viram suas riquezas ultrapassar os US$ 700 bilhões e alcançar um total de US$ 1,5 trilhão.
Mesmo em um cenário pandêmico, o grupo de 2.755 bilionários obteve resultados expressivos em sua fortuna. O grupo é composto por: Warren Buffet, Mark Zuckerberg, Steve Ballmer, Larry Ellison, Larry Page, Sergey Brin, Elon Musk, Jeff Bezos, Bernard Arnault e Biil Gates.
No mesmo período e contrapondo o lado da balança, a desigualdade social e queda de 99% da renda populacional, levaram a aproximadamente mais de 160 milhões de pessoas para a linha de pobreza. Considerasse que, 17 milhões de pessoas morreram por complicações da COVID-19 e o desequilíbrio na renda colaborou para essas mortes.
Atuando em mais de 90 países, a ONG Oxfam, busca coletar dados que possam contribuir com sua luta contra a desigualdade social e de renda, promovendo assim resultados para a pobreza. Suas análises e observações serão discutidas no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
O evento estava agendado para hoje, 17, de forma presencial, entretanto, devido aos avanços da nova variante da COVID-19, Ômicron, aprouve adiar. A estima é de retomar ao final do primeiro semestre. Apesar do adiamento, na agenda do evento consta também o seminário online com a participação de autoridades, seu intuito, discutir assuntos globais de alta diligência.
Alguns dos homens mais ricos do mundo. (Foto:Reprodução/Terra)
Katia Maia, CEO da Oxfam Brasil, disse “Se os dez homens mais ricos do mundo perdessem 99,99% de sua riqueza amanhã, eles continuariam mais ricos do que 99% de todas as pessoas do planeta. Eles têm hoje seis vezes mais riqueza do que os 3,1 bilhões mais pobres do mundo”.
Jefferson Nascimento, coordenador da Oxfam Brasil, responsável pela área da Justiça Social e Econômica disse, “No Brasil, também há uma ampla discrepância entre um grupo que prosperou muito exatamente em um momento de crise, em um cenário de desemprego elevado e aumento da fome”.
Para a Oxfam Brasil, durante a pandemia, houve um aumento muito expressivo de fome e miséria no país. Segundo suas pesquisas, no final de 2020 mais de 50% da população nacional sentia insegura alimentar e pouco mais de 19 milhões de pessoas passavam fome. Esses dados se assemelham a dados de 2004, segundo a ONG.
Alguns dos maiores bilionários do mundo. (Foto:Reprodução/Seu Dinheiro)
Ainda segundo Jefferson, “Regredimos 17 anos na questão da insegurança alimentar e fome, e neste momento vemos reduções de políticas públicas nesse sentido. O Bolsa Família, um programa de 2003 e que era reconhecido internacionalmente, foi extinto e substituído pelo Auxílio Brasil, em um ano eleitoral. ”
Em seu relatório, “A desigualdade mata”, a ONG mostra que um fator bem considerado contribuiu para que 21 mil pessoas fossem mortas por dia no mundo, a alta concentração de renda. Em seu argumento, a entidade acredita também que a tributação sobre os bilionários é uma forma de repor lucros que obtiveram durante o período pandêmico, e tais lucros deveriam ser reinvestidos em políticas públicas visando a saúde e proteção social. Frentes como clima e violência de gênero também estão da pauta da ONG.
A entidade conta como fonte listas e dados tanto da Forbes 2021, quanto da Global Wealth Databook 2021, do Instituto de Pesquisa do Credit Suisse e dados do Banco Mundial. Para a ONG, o grande número de bilionários intervém de forma mil vezes maior nas mudanças climáticas, com relação a emissões, quando comparado a bilhões de pessoas pobres.
Foto destaque. Fachada da Oxfam. Reprodução: O Globo Mundo.
