O cantor estadunidense Jason Derulo, de 34 anos, é processado por assédio sexual, pela também cantora Emaza Gibson, de 25 anos. Gibson afirmou para a emissora de notícias NBC News que chegou a recusar propostas de Derulo para jantar e beber, com o objetivo de manter as relações profissionais e que as negativas culminaram com o cantor quebrando o contrato que haviam feito.
O contrato
Segundo Emaza, Derulo a abordou em 2021 com a promessa de um contrato com uma gravadora. Entretanto, o que era um sonho acabou se tornando um pesadelo para a cantora: “Eu lidei com situações de trabalho desumanas... Eu estou em um ponto da minha vida em que voltei à estaca zero e eu não tenho nada”.
O contrato foi assinado em 2021, com a cantora tendo que criar uma mixtape em quatro meses e um álbum inteiro em seis. Este foi encerrado em 2022.
O que aconteceu
De acordo com Gibson, nesse período foram feitas promessas em que a cantora teria uma carreira solo, que o Derulo participaria em algumas de suas músicas e que isso a levaria a assinar um contrato com a Atlantic Records. Contudo, durante o trabalho em conjunto, Derulo constantemente a pedia para jantar e beber, mas que a artista sempre negava. Ele então começou a levar bebidas para a sessão de gravação, na qual a cantora aceitou uma vez beber com ele.
Na ação judicial, é afirmado pela cantora que Jason Derulo a deu “quantidades inapropriadas de bebida” e que, mesmo ela afirmando que não era muito forte com bebidas, ele continuou a pressionando cada vez mais.
Cerca de dois meses mais tarde, ela teria confrontado o cantor afirmando que não iria contra a sua moral em troca de sucesso. No processo é dito que a resposta de Derulo foi que ela poderia ter que fazer parte na “pele de carneiro e escama de peixe”. É entendido que pele de carneiro se refere a rituais onde há relações sexuais e sacrifício do animal e que “escama de peixe” se refere a cocaína.
O processo afirma que Gibson considerou essa declaração do cantor como uma forma de “exigência explicita de sexo em troca de sucesso”, somando com os demais comportamentos demonstrados anteriormente como a pressão para sair e beber e agendamento de sessões noturnas.
No mesmo mês, em novembro de 2021, durante uma das sessões, Gibson alega que Derulo ficou furioso quando ouviu uma conversa entre a cantora e o agente de Derulo, Frank Harris, sobre uma outra artista que estava fazendo parte da sessão e que a partir daí ele simplesmente parou de responder a cantora.
O contrato com a Atlantic Records foi assinado, mas Derulo, supostamente, não havia conseguido um gerente de projeto e começou a ignorar as suas mensagens. Então, Gibson entrou em contato com a própria Atlantic Records para que pudesse escrever as próprias músicas e que assim pudesse receber um gerente de projetos para sua carreira.
A situação voltou a ficar insustentável, quando em junho de 2022, de acordo com o processo, Derulo concordou em ter uma nova sessão de gravação, mas que ao chegar um pouco atrasada por conta do trânsito em Los Angeles, Gibson foi “atacada” pelo cantor em frente de sua mãe e de toda a equipe presente, com ele invadindo o espaço dela e gritando contra a cantora.
Gibson afirmou para a NBC que “Eu tive que recuar... minha mão apertou meu peito, porque eu estava, tipo, eu nunca fui abordado dessa maneira por ninguém”. Emaza Gibson contou que essa foi a última vez que viu o cantor.
Emaza Gibson que acusa o cantor Jason Derulo de assédio sexual (Foto: reprodução/Instagram/@emaza)
Fim do contrato
Ainda de acordo com o processo, Sandra Bales, mãe e empresária da Emaza Gibson chegou a ligar para o agente do Derulo, Franco Harris, para abordar sobre o que havia acontecido. Harris então teria dito que Jason estava certo em gritar com ela.
Em julho de 2022, Gibson entrou em contato com os executivos da gravadora Atlantic Records, que alegaram ter entendido o péssimo comportamento de Derulo chegando a dizer que esperavam que ela ganhasse, mas que não podiam dizer o mesmo de Derulo. Porém, no dia 6 de setembro, ela foi cortada da Atlantic Records.
A cantora chegou a procurar a empresa para discutir sobre as coisas que o Jason Derulo fez com ela, as agressões psicológicas e os assédios, mas que não teve respostas, ouvindo apenas um: “esqueça o contrato”.
O advogado da cantora afirmou no processo que Derulo não só quebrou promessas e contratos, mas que as ameaças e tentativas de avanços sexuais contra uma cantora que está apenas tentando entrar na indústria da música foram ultrajantes e ilegais.
Gibson processa tanto Derulo quanto a gravadora Atlantic Records de “assédio sexual, retaliação, quebra de contrato, falha em remediar o assédio no local de trabalho e violação dos direitos civis da Califórnia”.
Nem representantes da gravadora, do cantor ou o próprio agente, Frank Harris, que também é citado como réu responderam o contato da NBC.
Foto Destaque: o cantor Jason Derulo. Reprodução/Instagram/@jasonderulo