Atuar, cantar, emocionar. Três verbos que representam a trajetória de Gabriella Di Grecco — atriz e cantora que, atualmente, dá vida à Lydia Hillard no musical “Uma Babá Quase Perfeita”, em cartaz em São Paulo. A produção, inspirada no clássico de Hollywood estrelado por Robin Williams, já passou pelos palcos da Broadway e agora ganha uma versão brasileira estrelada por Eduardo Sterblitch no papel de Daniel Hillard.
Não é de hoje que a artista, que iniciou sua jornada no teatro musical no TeenBroadway, no qual ganhou notoriedade como Glinda na primeira montagem brasileira independente de “Wicked”. Profissionalmente, protagonizou “Cinderella”, no Rio de Janeiro, e esteve à frente da ópera-rock “Meia-Noite Cinderela” e “Cinza” de Jay Vaquer. Além de integrar o elenco de ELVIS – A Musical Revolution, de Miguel Falabella de “VAMP, o musical” e protagonizar o “Bia Live Tour”, da Disney Latinoamérica. Agora, tem vivido a complexidade de uma jovem que se vê forçada a amadurecer diante da separação dos pais, assumindo o papel de segunda mãe dos irmãos mais novos.
“Fazer teatro musical é incrível porque mistura a energia da atuação com a emoção do canto, o que torna tudo ainda mais intenso e a experiência teatral mais profunda. Em ‘Uma Babá Quase Perfeita’, mesmo sendo uma comédia, a história tem um jeito de tocar o público, trazendo à tona temas como, família, amor e perdão. O arco de Lydia é bem interessante nesse aspecto inclusive pelo arco da Lydia. Ela passa por uma transformação importante, sendo obrigada a amadurecer e a assumir responsabilidades pela família e pelos irmãos mais novos muito cedo, já que os pais não param de brigar. A cada apresentação, essa jornada fica mais refinada e toca ainda mais o público, e é muito emocionante perceber como, com essa combinação, conseguimos fazer a história realmente se conectar com as pessoas não apenas nos momentos de leveza e alegria, mas também nos de identificação em dificuldades e percalços comuns na vida”, compartilha.
Gabriella Di Grecco (fotos: Rafael Monteiro)
A parceria com Sterblitch também tem sido um ponto alto do projeto. Com sua veia cômica afiada e uma sensibilidade única, ele imprime ao personagem uma verdade que vai além do humor: “O Eduardo é um gênio. Ele tem um domínio absurdo da cena, do tempo cômico, mas também constrói um Daniel de carne e osso, vulnerável, cheio de camadas. O nosso jogo cênico é muito legal porque conseguimos nos conectar como artistas e como personagens muito rapidamente. Nossas cenas são carregadas de intenção, emoção e muito riso. Adoro jogar com ele, principalmente no lugar que eu ocupo, que chamamos de escada. Na comédia, entre dois atores, é como se fosse um jogo de bola, a Lydia faz o passe pro Daniel fazer o gol. Amo jogar assim na comédia e foi fácil me conectar com o Edu nesse lugar.”, elogia Gabriella.
Um dos momentos mais comoventes do espetáculo é justamente o dueto entre Daniel e Lydia, uma cena que condensa a dor da separação e a força redentora do perdão: “A cada sessão, sentimos a plateia se entregando. O teatro vira um grande abraço coletivo. Ver pessoas criando laços com essa história de amor e reencontro é algo tocante”, revela.
Foto destaque: Gabriella Di Grecco (Rafael Monteiro)