Na noite do último sábado (21), fomos convidadas para participar da décima edição do “Chora Calouro”, evento universitário que acontece semestralmente na cidade de Nova Iguaçu, na baixada fluminense.
Idealizado como um projeto de integração entre as universidades da baixada, o festival vem se consolidando e agregando valor cultural a cidade. Com uma mistura de artistas locais e famosos, foi a edição com a line-up mais estrelada, que contou com Yuri, dos Hawaianos, DJ FP Do Trem Bala e DJ Jaynaira, e a produção nos concedeu a oportunidade de falar com os artistas.
Confira a entrevista exclusica com Yuri Hawaiano
Em entrevista exclusiva aos portais lorena.r7, e InMagazine.ig, Yuri Hawaiano, ex integrante da renomada banda dos anos 2000 “Os Hawaianos”, conversou conosco sobre sua nova etapa na carreira solo, sobre o peso das perdas atuais no cenário do funk, e deu sua opnião sobre a participação do ex-hawaiano Tonzão no reality “A Fazenda”.
Yuri Hawaiano na "Furacão 2000" (Foto: Reprodução/Instagram/@yurihawaiano)
Para começar, eu gostaria saber como tem sido para você o início dessa carreira solo? Pretende lançar algum EP ou algum álbum ainda esse ano?
“Para mim é um desafio a mais, tenho 20 anos de carreira, contando com Os Hawaianos, está sendo tudo novo, mas coisas novas estão vindo aí, já tem álbum preparado para lançar... ainda esse ano, vou gravar um retro dos Hawaianos, para aumentar a nostalgia, já que a galera tá pedindo, porque tem viralizado o funk antigo, e como a gente (os Hawaianos) marcamos muito na “Furacão 2000”, então vou fazer um ep voltado para a nostalgia”
Como você falou da “Furacão 2000”, conta um pouco sobre como foi participar dessa era de ouro da furacão, quando explodiu, época de Anitta e de várias outros artistas?
“Foi um momento, que eu precisava me estabilizar diante do funk, e a “Furacão 2000”, foi onde a chave virou, a gente precisava de alguém para abraçar o nosso trabalho, e nada mais, nada menos, a “Furacão 2000” sempre vai ser a número 1 do Brasil, para mim. Não é porque eu trabalhei lá, mas foi uma gestão diferenciada e assim tudo que é Hawaiano... Yuri, o Tonzão, o Gugu ou o Dioguinho, tudo o que temos hoje é através da “Furacão 2000”
Yuri e seus novo dançarinos (Foto: Reprodução/Bruno Alves/Instagram/@choracalouro)
Também quero perguntar sobre a participação do Tonzão na fazenda, o que você está achando, está na torcida? Como tem sido acompanhar daqui de fora?
“Eu não acompanho reality show, só que ele me fez acompanhar, entendeu? É meu irmão, estou torcendo muito para ele, para ele sair de grupo, para ele viver sozinho lá dentro, porque aquele grupo ali, tá tirando um pouco do brilho dele, o Tom, ele tem luz própria, não precisa de ninguém perto dele”
Você acredita que com uma boa participação dele (Tonzão), mostrando quem ele realmente é, ele agregue mais valor ao grupo e ao funk no geral?
“Logico, o Tonzão não está só representando Hawaianos, não só a história dele, mas o funkeiro, que até hoje é descriminado, mas tem a música "é som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado", o Tom tá representando a gente, acho que se ele mudar a rota dele ali um pouco, vai poder continuar indo mais longe, que é o sonho dele e vai poder continuar levando o funk da melhor maneira, porque tem pessoas ali dentro, que não sabem da importância do funk, as pessoas olham o funk como uma coisa qualquer, mas o funk, ele emprega muitas pessoas hoje, assim com ele já falou lá dentro, eu sou cara que dependo do funk, então quando você fala do funk, tem que prestar atenção”
Recentemente, a gente teve a perda de um grande ídolo do funk, da época antiga, o MC Marcinho, um nome que serviu de inspiração para muitos, como você sentiu essa perda?
“Falando de perda, desde a época do MR Catra quando ele se foi, já fiquei meio chateado, meio triste, mas a vida é assim, uma hora chega para todo mundo, a Mc Kátia foi uma que perdemos agora a pouco tempo, tivemos o Marcinho também, nosso príncipe do funk, e as perda eu levo como aprendizado, eu aprendi muito com eles. Com o Catra a inteligência de falar outros idiomas, a Katia uma mãe de família exemplar sempre, o Marcinho é sem palavras...
Eu falo para vocês o funk dá oportunidade, cria seres humanos incríveis e daqui para a frente, eu tenho certeza de que estão vindo pessoas mais incríveis ainda, que vão representar o nosso funk e farão a diferença. O som tocado no Brasil é tocado no mundo inteiro, os gringos que apontaram muito pro funk (na época da furacão), falando que o funk é um som de periferia que não dá certo, hoje estão usando a batida do funk”
Você gostaria de deixar uma citação ou alguma coisa para as pessoas que eventualmente lerão essa matéria? Os novos nomes que estão começando agora.
“O que eu tenho pra dizer é pra galera que agora tá querendo começar é, quando eu comecei, eu não tive apoio de ninguém, só o nosso Deus que é o nosso pai, Ele estendeu a mão pra gente, não deixou a gente desistir, tem pessoas que hoje só precisam de um apoio pra conseguir chegar no objetivo, mas não tem, nós fomos privilegiados de ter aparecido a “Furacão 2000”...
... a porta pode se fechar, mas as oportunidades vão bater, não é pra desistir, é pra continuar lutando e lutando, porque uma hora vai chegar, uma hora Deus vai abençoar, porque sua palavra diz "há um tempo determinado para todas as coisas", não é no nosso tempo mas sim no tempo Dele”, completou Yuri.
Foto destaque: Yuri Hawaiano e seus dançarinos no palco do "Chora Calouro" (Reprodução: Vitória Rangel/Instagram/@viviraangel)