Com dez anos de carreira, Mariana Nolasco se tornou uma das principais vozes de sua geração é dona de sucessos como “Transforma(dor)”, “Poemas Que Colori” e “Chá De Camomila”.
Em setembro, a artista lançou o seu quinto álbum, intitulado de “Quem É Ela?”. Em entrevista exclusiva ao Lorena.R7, a cantora falou sobre a sua reconexão consigo mesma, espiritualidade, autoconhecimento, revelou curiosidades sobre o novo álbum e muito mais.
“(...) Eu estou ocupando o próprio pedestal da minha vida, ciente da minha força, do meu corpo, sensualidade. (...)”, disse.
Confira a entrevista completa abaixo!
Mariana Nolasco. (Foto: Divulgação/ Breno Galtier)
1- Você traz uma mensagem de reconexão consigo mesma (e com o público) no álbum “Quem É Ela?”. Em que momento você sentiu a necessidade de se reconectar e trazer isto para o projeto?
“Acho que no fundo a gente vive se buscando. O processo de reconexão comigo começou quando despertei espiritualmente e compreendi que há algo maior regendo tudo isso. Ou seja, eu já não era mais o que por anos eu pensei ser. Minhas certezas foram se desfazendo. Novas perspectivas foram surgindo e com isso, veio a vontade de expressar e cantar novos enredos e pontos de vista que estavam surgindo em mim. Eu amadureci bastante, acredito que foi um processo bem terapêutico pra mim. A música tem esse lugar na minha vida, de cura.”
2- O que motivou a escolha da faixa homônima como o nome do álbum “Quem É Ela?”? Como foi o processo de produção e criação do disco?
“Quando essa música surgiu, eu soube na hora que ela traduzia o álbum. É uma pergunta que todo mundo se faz em algum momento da vida. Às vezes a gente sabe a resposta, outras vezes não e outras vezes achamos que sabemos.
O processo de criação foi o próprio desenrolar dessa resposta. Conforme as músicas iam nascendo, o álbum ia se mostrando. No geral, foi bem intuitivo! Algumas músicas como ‘Aprender A Me Amar’, ‘Mulher De Verdade’ e ‘Chá De Camomila’ já estavam prontas há um tempo. No início, elas nem participariam do álbum, depois elas mostraram que faziam parte dessa narrativa, dessa descoberta.
A produção foi mágica, curativa, aprendi muito! O Janluska teve muita sensibilidade durante todo o processo, trazendo sons que traduzem muitos dos meus sentimentos que as vezes nem as palavras são capazes de traduzir.”
3- Em “Quem É Ela?”, pode-se notar uma Mariana Nolasco conectada com as suas raízes e espiritualidade. Em “Medicina”, você exalta a energia feminina, libertação e faz referências a Oyá. Qual foi a inspiração para a composição da faixa?
“É exatamente a energia do álbum. Um resgate e cura ao feminino e como pra isso, é importante se relembrar de onde viemos, do porquê estamos aqui e para onde estamos indo. Com a espiritualidade, autoconhecimento e amor-próprio, digo que somos invencíveis.
‘Medicina’ é uma música quase mântrica, que repete a letra algumas vezes. Inicialmente eu confesso que “Oyá” saiu intuitivamente e eu não tinha muito conhecimento sobre essa Orixá. Vi um comentário falando sobre e fui pesquisar. Achei a coisa mais linda do mundo! A inspiração veio em um dia em que eu estava em uma casinha no mato em completo silêncio, breu, sem sinal, e daquele silêncio começou a me vir essa melodia e essa letra. Aquilo foi me preenchendo de amor e desde então, eu canto ela em algumas rodas de amigos ou retiros que vou. Achei que seria importante e representativo ela estar no álbum também.”
Mariana Nolasco. (Foto: Divulgação/ Breno Galtier)
4- “Mulher De Verdade” fala sobre a prerrogativa de mulheres celebrarem a própria complexidade. Como surgiu a ideia de trazer este tema para o disco?
“Sinto que essa música responde algumas questões. Ela tem um tom conclusivo em um nível para a pergunta ‘quem sou eu?’. Ela me lembra do lugar que nós enquanto mulheres, buscamos e devemos ocupar na sociedade, do poder, da coragem, da conexão da natureza e na força que existe quando encontramos isso dentro de nós.”
5- A capa de “Quem É Ela?” surpreendeu seus fãs por ser totalmente diferente das capas dos álbuns que o antecederam. Como foi essa escolha e o que isso simbolizou para você?
“A capa representa a ascensão da mulher. Primeiro para consigo e depois para com os outros. Eu estou ocupando o próprio pedestal da minha vida, ciente da minha força, do meu corpo, sensualidade. Estou consciente e por isso, acima das sombras, ilusões, distorções e padrões antigos autodestrutivos. Elas participam, porém, não estão sob o controle justamente. Minhas mãos elevadas em uma postura de entrega, são o que me conectam ao céu e a verdade. E como numa dança feminina, me vejo como sendo o próprio portal de união entre céu e terra. Saindo de um estado de compreensão e acessando outro.”
Mariana Nolasco. (Foto: Divulgação/ Breno Galtier)
6- Além de “Lá De Onde Eu Vim”, “Chá De Camomila” e “Perigo”, terão novos clipes do projeto?
“Sim. Todas as músicas têm um visualizer. E ‘Quem é ela?’, especialmente, contará com um clipe lindo!”
7- Embora seu primeiro EP tenha sido lançado em 2016, você iniciou a sua carreira em 2013. Esperava se tornar uma das principais cantoras da sua geração? O que a Mariana de hoje diria para a Mariana de dez anos atrás?
“Não esperava mesmo! Ainda me surpreendo e muitas vezes, me emociono. É um presente trabalhar e viver de um sonho que a princípio era muito distante. Eu abraçaria a Mariana de 10 anos atrás, agradeceria a coragem e falaria para ela seguir sua intuição, sempre!”
Foto Destaque: Mariana Nolasco na capa do álbum "Quem É Ela?". Divulvagação/ Breno Galtier