A última quinta-feira (21) marcou mais um capítulo das novas eleições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com Reinaldo Carneiro Bastos, atual Presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), lançando sua candidatura para as próximas eleições para a presidência da CBF. O cartola tem larga experiência no futebol, e já era cotado para participar do próximo processo eleitoral, que acontecerá em janeiro.
Antes disso, Carneiro Bastos estava alinhado com a chapa do presidente destituído Ednaldo Rodrigues, ele fez parte do grupo de dirigentes que tentaram frear o movimento de destituição do ex-presidente. Segundo o site GE, o mandatário da Federação Paulista decidiu lançar sua própria candidatura quando percebeu que Rodrigues havia se alinhado a Gustavo Feijó, ex-vice-presidente da CBF e rival político até pouco tempo atrás.
Apoio a canditura
Para concorrer à presidência da CBF, o candidato precisa ter o apoio de pelo menos oito federações estaduais e cinco clubes. É nesse momento que entra a negociação para ganhar aliados. Cada voto tem um peso diferente, os das federações têm o peso 3, os dos clubes da Série A tem o peso 2 e os clubes da Série B têm o peso 1. Com isso, todos os clubes somam juntos no máximo 60 votos, enquanto as federações, por sua vez, têm juntas 81 votos.
Neste caso, Reinaldo Carneiro informou à Coluna do jornalista Danilo Lavieri, do UOL, que já tem o apoio de oito federações, e além disso entende que terá apoio de pelo menos 30 dos 40 times que estão entre as séries A e B.
Flávio Zveiter
Reinaldo Carneiro Bastos não foi único a lançar sua candidatura para a presidência da CBF nos últimos dias. Quem fez o mesmo foi o advogado Flávio Zveiter. Segundo a rádio Itatiaia, pelo menos nove federações decidiram apoiar sua candidatura, que são: Ceará, Paraíba, Piauí, Alagoas, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Sergipe.
Zveiter presidiu o STJD entre os anos de 2012 e 2014, em 2017 foi indicado pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para ser o representante da América do Sul no Comitê de Ética da Fifa. Zveiter também foi diretor de desenvolvimento e projetos da CBF durante a administração Ednaldo Rodrigues, antes de deixar seu cargo em maio deste ano. Desde então passou a ser oposição do ex-presidente.
Destituição de Ednaldo Rodrigues
No dia 7 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) depôs Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da CBF, referente à eleição de Rogério Caboclo, antecessor de Ednaldo, que antes disso havia sido presidente, porém ele foi eleito em um mandato completo de quatro anos, que em tese iria até março de 2026.
Ednaldo Rodrigues, presidente que foi deposto (Foto: reprodução/ Lucas Figueiredo/ CBF)
José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi nomeado como interventor na entidade até a convocação de novas eleições. O TJ-RJ determinou que a CBF passasse por novas eleições em 30 dias úteis, o prazo se iniciou no dia 12 de dezembro.
No último dia 14, Fifa e Conmebol enviaram uma carta dizendo que não reconhecem Perdiz como interventor, na visão das entidades, o artigo 64 da própria CBF foi quebrado. Para as entidades, quem deveria assumir é o diretor mais velho da confederação, que nesse caso é Hélio Santos Menezes, que acumula as diretorias jurídica e de governança.
As duas entidades afirmaram que vão enviar uma comitiva para o Brasil em janeiro e que nenhum processo eleitoral poderá ser convocado até a visita de Fifa e Conmebol.
Foto destaque: Reinaldo Carneiro Bastos durante o sorteio do campeonato paulista (Reprodução/ Rebeca Reis/ Ag. Paulistão)