O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, realizou nesta terça-feira (18) o sorteio dos grupos para a Libertadores. Com sete clubes brasileiros na competição, Dominguez disse que Libertadores sem a presença de equipes do Brasil seria como “Tarzan sem a Chita”.
A fala repercutiu negativamente e Domínguez publicou uma nota com um pedido de desculpas, na qual diz que a expressão que utilizou é “popular” e que jamais teve intenção de menosprezar ninguém.
Entenda o caso
Alejandro Domínguez se utilizou desta frase em resposta à dirigente do Palmeiras, Leila Pereira, que disse já ter passado da hora do Brasil criar sua própria confederação. Segundo Leila, o Brasil representa 60% da receita, mas que a instituição não se manifesta para tratar de assuntos tão importantes como o racismo no futebol da América Latina.
Sobre a fala de Domínguez, Leila disse que esta foi uma “comparação abominável” e que chegou a pensar que a situação teria sido criada por inteligência artificial. Além disso, a citação ocorreu após um jogo da Libertadores Sub-20, na qual um torcedor do Cerro Porteño chamou de "macaco" o atleta Luighi, do Palmeiras, que também levou uma cusparada. A pena da Conmebol contra o Cerro Porteño foi branda: multa de R$ 50 mil e proibição da torcida nos demais jogos da competição.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras (Foto: reprodução/Ricardo Moreira/Getty Images Embed)
Bruno Guimarães se manifesta sobre o ocorrido
O jogador do Newcastle e meio-campista da seleção, Bruno Guimarães, falou sobre o caso na coletiva de imprensa que antecede o jogo Brasil x Colômbia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Segundo ele, Domínguez teria muito mais com o que se preocupar para fazer piadas desta natureza.
Para Bruno, a punição branda da Conmebol contra o Cerro Porteño foi “uma falta de respeito tremenda”. Contudo, o jogador se absteve de comentar mais sobre o caso por medo de uma possível punição da instituição.
Jogador Luighi, do Palmeiras (Foto: reprodução/Ricardo Moreira/Getty Images Embed)
Palmeiras pede punição mais severa
Em relação à partida onde Luighi foi alvo de racimo, o Palmeiras, juntamente com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU) enviaram uma carta para a Fifa pedindo penas mais rigorosas em casos de racismo, além de multa de R$ 400 mil por reincidência e também a possibilidade da exclusão do Cerro Porteño da competição.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não esteve presente no sorteio da Conmebol para a Libertadores como forma de protesto do ocorrido com Luighi. Para ele, a punição deveria ser conforme acontece no Campeonato Brasileiro, com perda de pontos da equipe.
Foto destaque: Alejandro Domínguez durante eleição presidencial da Conmebol (Reprodução/Luis Vera/Getty Images Embed)