Nascido em Buenos Aires, o Papa Francisco sempre demonstrou forte ligação com o futebol, especialmente com o San Lorenzo, time do qual era torcedor fervoroso e sócio. Em 2014, quando o clube conquistou a Taça Libertadores da América pela primeira vez em sua história, o pontífice celebrou com diversas homenagens. Francisco faleceu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, segundo comunicado oficial do Vaticano.
Antes do papado: a paixão de Francisco pelo San Lorenzo
Jorge Mario Bergoglio, como era conhecido antes de se tornar Papa Francisco, sempre cultivou um carinho especial pelo San Lorenzo, tradicional clube de Buenos Aires. Torcedor declarado e sócio até seus últimos dias, o futuro pontífice viveu momentos marcantes com a equipe do coração. Em 1998, quando ainda era arcebispo, foi convidado a se retirar do vestiário pelo então técnico Alfio Basile, que via nas bênçãos antes das partidas um possível sinal de azar para o time.
Homenagem da equipe do San Lorenzo antes de entrar em campo (Foto: reprodução/Getty Images Embed/DAMIAN DOPACIO)
A conexão entre o Papa Francisco e o San Lorenzo se intensificou após sua eleição ao papado, em 2013, quando assumiu o lugar de Bento XVI. Coincidentemente, ou não, naquele ano o clube que ele tanto apoiava quebrou um jejum de seis anos e conquistou um título nacional. No ano seguinte, a equipe fez história ao conquistar, pela primeira vez, a Taça Libertadores da América — o troféu mais cobiçado do continente. Para muitos fãs, esses feitos foram mais do que sorte: foram sinais de um pontífice abençoado que, de Roma, continuava influenciando o destino do clube argentino.
Messi ou Maradona
Em uma entrevista recente à RAI, o Papa Francisco foi questionado sobre quem ele considerava o maior jogador entre os ícones argentinos Messi e Maradona. Com seu estilo habitual e descontraído, o pontífice surpreendeu ao afirmar que, para ele, Pelé era o maior jogador de todos os tempos, seguido pelos dois argentinos, que, segundo ele, completam o pódio dos três melhores. Francisco também fez observações sobre Maradona, reconhecendo sua imensa habilidade no campo, mas lamentando as escolhas e erros pessoais do ídolo argentino.
Durante a mesma entrevista, o Papa relembrou o encontro que teve com Maradona no Vaticano, mencionando seu pesar pela vida conturbada do astro. Ele comentou sobre como Maradona foi cercado por pessoas que o bajulavam, mas que não ofereciam o suporte real que ele precisava. Francisco compartilhou que, pouco antes de falecer, Maradona o procurou para conversar sobre suas dificuldades. O Papa expressou tristeza ao ver como muitos grandes esportistas, como Maradona, acabam tomando caminhos difíceis, citando também o triste destino de vários boxeadores. Em sua trajetória à frente da Igreja, o Papa Francisco teve o privilégio de receber diversos atletas e receber presentes de clubes, como Grêmio e Fluminense, em sua visita ao Rio de Janeiro.
Foto Destaque: Papa Francisco com uma flâmula de seu time de coração, San Lorenzo (Foto; reprodução/Getty Imagens Embed/Gamma-Rapho)