Nesta terça-feira (20), o jogador de tênis italiano, Jannik Sinner, atual número 1 do ranking mundial da ATP, compartilhou através das suas redes sociais, o resultado da investigação de doping, da qual o jogador era acusado, por ter tido substâncias proibidas, encontradas em seu corpo, ainda durante o torneio de Indian Wells, em março deste ano.
O caso de doping
Segundo as informações publicadas pelo próprio atleta, foi encontrada por dois exames antidoping diferentes, a substância Clostebol, um esteroide anabolizante que em quantidades consideráveis pode agregar um aumento de rendimento dos atletas, por isso a WADA, Agência Mundial do Antidoping, considera uma substância proibida.
Declaração do Sinner sobre o caso envolvendo o jogador (Reprodução/X/Jannik Sinner)
A ITIA, Agência Internacional de Integridade do Tênis, confirmou que uma quantidade mínima foi encontrada no corpo do atleta, o que não garantiria melhoria na performance dele em quadra. A defesa do atleta argumentou que o seu preparador físico utilizou a substância para um corte no dedo, e que ao tratar o Sinner, com a mão sem luva de proteção, o medicamento teria se espalhado em pequenas quantidades para o corpo do atleta.
A situação foi levada até a um tribunal independente, e após algumas investigações, foi concluída que o jogador não teve culpa ou responsabilidade pelo acontecido e por isso a suspensão ou qualquer punição mais severa seria descartada e o jogador apenas perderia os 400 pontos e a premiação de US$ 325 mil que obteve durante a campanha de Indian Wells. Tanto a Agência de Antidoping da Itália, quanto a WADA, podem contestar a decisão do tribunal.
Questionamento de alguns atletas
O caso tem sido debatido por diversas pessoas influentes ligadas ao mundo do tênis, inclusive por demais tenistas que ou demonstraram sua insatisfação em como o caso foi tratado como um todo e até sobre a não punição ao atleta, ou demonstrando apoio ao Sinner, afirmando que agora a uma precedência maior sobre como casos futuros deverão ser tratados.
Dennis Shapovalov, antigo número 10 do mundo, disse através das redes sociais que há “Regras diferentes para jogadores diferentes”. Dando a entender que a punição para o melhor jogador do mundo, é diferente da punição para outros atletas com casos parecidos.
Liam Broady, antigo top 100, comentou sobre a rapidez com que o caso foi resolvido. “Se Sinner estava dopado ou não, isso não está certo. Muitos jogadores passam pela mesma coisa e têm que esperar meses ou ANOS para que sua inocência seja declarada. Não é uma boa imagem.”
Além deles, Nick Kyrgios, campeão de Grand Slam, também foi a favor de uma punição mais severa ao Sinner. Dizendo que independentemente da quantidade, ele foi pego duas vezes com uma substância proibida e por isso deveria ser suspenso por dois anos.
Já John Millman, tenista australiano, diz que o jogador estava com quantidades mínimas de substância e que as punições para esse tipo de caso precisam mudar. E que no momento está tendo muita questão em cima desse caso, mas pouco é falado sobre o abuso de TUE (Autorização para Uso Terapêutico), quando atletas usam dessa artimanha, para poder utilizar alguns produtos proibidos.
Foto Destaque: Sinner foi o campeão de Cincinnati na última semana (Reprodução/Getty Image/Matthew Stockman)