Nesta segunda-feira (11), a Fifa oficializou a ampliação da suspensão dos jogadores punidos pela série de investigações que revelou esquema ilegal de manipulação de partidas no Brasil. A decisão, que advém de pedido feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), tratou de internacionalizar a sentença dos 11 atletas envolvidos, dentre os quais três banidos permanentemente do esporte.
A entidade responsável por gerir e definir as diretrizes do futebol ao nível internacional listou em seu site os jogadores envolvidos nas ilegalidades acusadas pela Operação Penalidade Máxima, processo investigativo conduzido pelo Ministério Público de Goiás este ano. Com a decisão, as punições, antes restritas ao território nacional, agora possuem efeito para todas as federações filiadas à Fifa.
Além de estender as sanções ao âmbito mundial, o Comitê Disciplinar da Fifa também ratificou o banimento previsto pelos tribunais brasileiros dos atletas Matheus Gomes, Gabriel Tota e Ygor Catatau, ex-vasco. As suspensões variam entre 360 dias até a eliminação do futebol.
Eduardo Bauermann foi afastado e está impedido de atuar em qualquer federação filiada à FIFA (Reprodução/Instagram/@eduardobauermann)
Em sua declaração, a entidade também sinalizou para a importância no monitoramento dos mercados internacionais de apostas, seu portal confidencial de relatórios (Fifa Integrity), e outras medidas educacionais de cunho preventivo como formas de continuar “seus esforços contínuos para combater a manipulação de partidas”.
Operação Penalidade Máxima
No dia 14 de fevereiro de 2023, o Ministério Público de Goiás iniciou as investigações que deflagraram diversos esquemas ilícitos entre apostadores e jogadores no futebol brasileiro. O que começou com denúncias relacionadas a atletas do clube goiano, Vila Nova, desembocou em desdobramentos relacionados à manipulação de resultados, penalizações por cartões, cometimento de pênaltis e outras espécies de fraude.
Entre eles, tonou-se simbólico o caso do defensor Eduardo Bauermann, que atuava pelo Santos. Inicialmente punido com 12 jogos de gancho, Bauermann foi condenado a 360 dias de afastamento, mais o pagamento de multa no valor de R$ 35 mil.
Para driblar a condenação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), válida apenas em território nacional, o zagueiro havia se transferido para o Alanyaspor, clube da Turquia. Pouco antes da decisão da Fifa, que veio como resposta a um pedido da CBF para conter casos como esse, o zagueiro também foi desligado do clube sem ao menos estrear.
Confira os citados pela Fifa:
- Ygor Catatau (eliminação);
- Gabriel Tota (eliminação);
- Matheus Gomes (eliminação);
- Eduardo Bauermann (360 dias);
- Fernando Neto (380 dias);
- Kevin Lomónaco (380 dias);
- Mateusinho (600 dias);
- André Queixo (600 dias);
- Paulo Sérgio (600 dias);
- Paulo Miranda (720 dias);
- Moraes (720 dias).
Foto destaque: Placa grafada com a sigla da FIFA. Reprodução/Fabrice Coffrini/AFP/Jornal Cruzeiro do Sul
