Após ser reconduzido à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por uma liminar que foi concedida, na última quinta-feira (4), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, Ednaldo Rodrigues afirmou para a revista Veja que uma de suas primeiras medidas será de escolher uma comissão técnica definitiva para a seleção brasileira. Outro assunto urgente a ser resolvido é a inscrição da seleção brasileira no torneio Pré-Olímpico, que acontecerá na Venezuela, no final deste mês até o início de fevereiro. O prazo se encerra nesta sexta-feira (5).
Ednaldo quer definir logo quem será o técnico permanente da seleção, que atualmente é comandada pelo interino Fernando Diniz, que também comanda o Fluminense. Ele deve deixar o cargo no meio do ano e não existe nenhum interesse do cartola em efetivá-lo, tendo em vista que o Campeonato Brasileiro não será paralisado durante a disputa da Copa América. Seria problemático ter um técnico treinando clube e seleção ao mesmo tempo. O que também pesa contra Diniz são seus resultados negativos à frente da seleção.
Dorival Junior e Filipe Luís
Segundo os jornalistas Martín Fernandez e Raphael Zargo do GE, o nome escolhido pela CBF para comandar a seleção seria o de Dorival Júnior, atual técnico do São Paulo, que tem contrato com o tricolor paulista até o fim deste ano. Porém, segundo o Estado de São Paulo, ainda não houve proposta pelo treinador.
O ex-jogador Filipe Luís, que se aposentou no final do ano passado, também é um desejo da confederação. No caso dele, ele ocuparia o cargo de coordenador de seleções. O cargo está vago desde a saída de Juninho Paulista, no começo de 2023. Ele realizou cursos da CBF Academy e tem desejo de se tornar treinador. Suas últimas habilitações já permitem que treine times de categorias de base (licença B) e profissionais (licença A). Os dois trabalharam juntos no Flamengo em 2022, e foram peças fundamentais nas conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores.
Dorival Junior e Filipe Luís no Flamengo, em 2022. (Foto: reprodução/ Marcelo Cortes/ Flamengo)
De acordo com a revista Veja, Ednaldo irá conversar com o presidente do São Paulo, Julio Casares, antes de oficializar o convite para Dorival. Depois disso, irá conversar diretamente com Filipe Luís.
Retorno de Ednaldo Rodrigues a presidência da CBF
Ednaldo Rodrigues foi reconduzido à presidência da CBF por meio de decisão de Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), além dos pareceres favoráveis da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) à suspensão da decisão judicial que afastou Ednaldo do cargo. Isso determinou o retorno do dirigente ao cargo.
Esta decisão é provisória e vale até o STF decidir a validade do acordo fechado entre CBF e o Ministério Público do Rio para reformar o estatuto da confederação. Este acordo havia sido anulado pelo Tribunal de Justiça do Rio, que culminou no afastamento de Ednaldo Rodrigues.
O tribunal foi acionado pelo partido PCdoB, autor de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) para tentar obter medida cautelar contra a decisão emitida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) em dezembro do ano passado. Essa decisão destituiu Ednaldo da presidência da confederação a partir do cancelamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a entidade e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em março de 2022, antes das eleições que tiveram Ednaldo, até então interino, como vencedor.
Gilmar Mendes justificou que a deposição do dirigente poderia acarretar na seleção brasileira ficar fora dos Jogos Olímpicos de Paris. O decano ainda afirmou que o risco de prejuízo é “iminente”. “Há, portanto, evidente perigo de dano na espécie”, afirmou. Mendes argumentou que a medida é reversível e negou que isso configure uma intervenção estatal indevida na entidade.
Foto destaque: Ednaldo Rodrigues durante um discurso. (Reprodução/ Lucas Figueredo)