Nesta quinta-feira (06), foi realizado, no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o julgamento que determinou que o Corinthians fosse punido por ataques homofóbicos em seus cantos no estádio. A medida obriga o time paulista a realizar um jogo como mandante com portões fechados, sem a presença da sua torcida.
O fato se deu pelas músicas proferidas no duelo contra o São Paulo, realizado em maio. No jogo em questão, o árbitro da partida precisou paralisar o jogo aos 17 minutos do segundo tempo, e só retornou quatro minutos depois. Enquanto a ação ocorria, os telões do estádio exibiram mensagens contra cânticos homofóbicos.
Mensagem exibida no telão após a ação ( Foto/Reprodução: Ge)
De acordo com o advogado do Corinthians, Daniel Bialski, não há cântico homofóbico pela torcida corintiana. Segundo ele, certas músicas servem como prática de provocação que são realizadas há 30 anos no futebol nacional. “É canto para provocar time e incentivar o outro time. Muito diferente de caso de racismo, como aconteceu com o Vini Jr lá fora. Ali houve dolo, chamando o jogador de macaco” , alegou o advogado do Corinthians.
A medida punitiva está prevista do artigo 243 do STJD, que proíbe a prática de "ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência."
Para o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, que defende a luta contra a homofobia no futebol, enxergou a decisão como um marco histórico. “Acredito que a punição vai ter um impacto rápido, sobretudo nos clubes que têm esse tipo e conduta recorrente. A decisão é histórica e marca um novo momento de combate à discriminação no futebol”, disse o coletivo em nota.
O clube paulista irá cumprir sua penalidade somente na 18° rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Vasco da Gama, em 30 de julho, na Neo Química Arena.
Foto Destaque: Torcida do Corinthians. Reprodução/Ge