De acordo com informações apuradas, o Corinthians está negociando com a Caixa para poder vender 49% da Neo Química Arena na bolsa de valores de São Paulo (conhecida como B3).
O principal objetivo ao se abrir mão dessa porcentagem é para que o clube se livre dos juros gerados pela enorme dívida que tem com a instituição financeira pela construção e consequente financiamento do estádio entre 2011 e 2014. Sendo assim, ao reter 51% dos direitos da arena, os alvinegros continuarão como controladores e sócios majoritários. A empresa KPMG é a responsável por estar fazendo a negociação com o banco estatal.
Entenda a proposta
Em entrevista exclusiva ao Globo Esporte, o diretor financeiro do Corinthians e responsável pelo projeto, Wesley Melo, explicou sobre o que se trata a ideia:
“O Corinthians tem um fundo, que é dono de 100% da Arena, e esse fundo pode ser colocado no mercado. Alguém pode comprar 49% desse fundo se eu quiser vender”, afirmou.
De acordo com ele, o principal objetivo para realizar tal negócio seria para acabar com os juros gerados pelo financiamento do estádio feito pela Caixa:
“Eu tenho a dívida do clube e tenho o financiamento com a Caixa. Se eu consigo esse recurso todo e abato ou liquido toda essa minha dívida com a Caixa e passo a dever só para um investidor, eu vou pagar para ele o rendimento da aplicação, mas paro de gastar com despesa de juros. Essa dívida com a Caixa tem despesa de juros mês a mês. Isso estanca. Vou ter um investidor que só vai retirar o investimento dele. É um ganho importante num momento de juros alto que a gente vive.”
A @LillyNascimen90 trouxe mais detalhes das negociações entre Corinthians e Caixa de até até 49% da Neo Química Arena na bolsa de valores.
— Raul Moura (@mouraul) November 16, 2023
Wesley melo, diretor financeiro do Corinthians, explicou a situação.
E aí, o que acham dessa possível solução? pic.twitter.com/3hiuNn2NYM
Reportagem explica a negociação entre Corinthians e Caixa para vender 49% dos direitos da Neo Química Arena na bolsa de valores (Foto: reprodução/X/Raul Moura)
Possíveis modelos de negócio
No momento, são discutidos dois modelos para que se concretize o negócio:
- Um investidor com maior capacidade financeira faria um aporte milionário e compraria uma quantidade grande de cotas da Arena, deixando um percentual menor para ser negociado ao público em geral, na bolsa de valores;
- Todas as cotas disponibilizadas pelo Corinthians - ou seja, 49% do total - seriam oferecidas aos investidores na bolsa.
Desse modo, os investidores que comprassem essas "ações" do estádio receberiam dividendos, assim como acontece com outros fundos imobiliários de shoppings, galpões logísticos e/ou lajes corporativas. Esse "aluguel" pago aos donos das cotas seria proveniente das receitas da Arena com venda de ingressos, aluguéis de espaços comerciais e realização de eventos.
Foto destaque: Neo Química Arena, estádio do Corinthians (Reprodução/X/@futebol_info)