Esportes

Casos de racismo aumentam no futebol brasileiro em 2023

Relatório emitido pela CBF e Observatório da Discriminação Racial, aponta dados de incidentes raciais em crescimento de 38,77% em 2023 em comparação com 2022

26 Set 2024 - 20h46 | Atualizado em 26 Set 2024 - 20h46
Casos de racismo aumentam no futebol brasileiro em 2023 Lorena Bueri

Só no ano de 2023, os casos de racismo no futebol brasileiro aumentaram cerca de 40% em comparação com 2022. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) junto com o Observatório da Discriminação Racial emitiu nesta última quinta-feira (26), o relatório anual de racismo no futebol sobre o ano de 2023.

O Presidente da CBF Ednaldo Rodrigues, considera a um aumento significativo nas denúncias e diz que a população está mais consciente sobre o tema. “Essa parceria positiva coloca a CBF no lado certo da história. Esses casos (de racismo) me entristecem, mas vejo muitos avanços. Procuro ser sempre otimista. Se temos mais denúncias, é porque a sociedade brasileira está mais aberta para entender o que é racismo. Às vezes, as pessoas não entendiam o que expressavam numa piada de mau gosto. ”



Evento do 10º relatório anual da discriminação racial no futebol (Foto: reprodução/CBF/Rafael Ribeiro)


Sobre o relatório

O relatório tem como base os dados de incidentes raciais que apresentam um crescimento de 38,77% em 2023 em comparação com 2022. Também foram contabilizados no total 195 casos de manifestações de machistas, LGBTfobia e xenofóbicas no esporte. Sendo a maior parte dos incidentes registradas em estádios de futebol, no último ano, foram registrados 136 casos de injúria racial no futebol brasileiro e, em 2022 foram 98. Vale ressaltar que o os incidentes não se limitam apenas em estádios, pois também foram registrados 19 casos na internet contabilizando e 13 em outros espaços.

O evento

O evento de apresentação do 10º relatório anual da discriminação racial no futebol contou com uma platéia formada por dirigentes e funcionários da CBF, Conmebol, federações estaduais e dos clubes, além de personalidades negras. Em declaração, Marcelo Carvalho, diretor do Observatório de Discriminação Racial, afirmou que, apesar de tudo, os números são positivos, pois demonstram que tanto os jogadores quanto a torcida está mais atenta à casos de racismo, e também que isso mostra que, hoje, existe a possibilidade de não se calar frente à tais acontecimentos. Finalizou afirmando que esses números são importantes para que os clubes e federações ajudem na causa. 

A parceria será renovada por mais quatro anos e as informações e o relatório na íntegra podem ser acessado no site Observatório de Discriminação Racial no Futebol.

Foto destaque: Evento da CBF com Observatório de Discriminação Racial no Futebol (Reprodução/CBF/Rafael RIbeiro)

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