Ana Marcela Cunha, ouro na maratona aquática em águas abertas, nas Olimpíadas de Tóquio 2020 (que ocorreu em 2021), declarou não saber como será seu futuro como nadadora. A atleta comentou sobre seu futuro após ficar na quarta colocação da competição nesta quinta-feira (08), nas Olimpíadas de Paris 2024.
O caso
Após 10 km e cerca de 2 horas de prova, Ana Marcela, campeã em Tóquio 2021, não conseguiu conquistar um lugar no pódio, ficando na quarta colocação na competição. A prova que aconteceu no Rio Sena, mesmo após diversos problemas ligados à qualidade da água e diversos atletas terem ficado doentes depois da exposição à água em suas competições, incluindo nadando ao lado de saídas de esgoto, foi autorizada pelo órgão regulador da natação, World Aquatics.
A brasileira, que competiu nas águas do Sena, comentou que não sentiu nenhum cheiro, ou viu alguma coisa e que acredita na palavra da organização, ainda que esteja aguardando os próximos dias para ver se algo acontecerá. O ouro da maratona aquática ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, a prata com Moesha Johnson, da Austrália, e o bronze, com a italiana Ginevra Taddeucci. Após a prova, a brasileira fez algumas declarações que colocam o seu futuro, para LA 2028, em cheque.
“Não prometo nada para Los Angeles (Olimpíadas de 2028). Agora é olhar para frente, virar uma página e ver como vai ser. Minha bagagem é muito grande e vou ver o que vou fazer. Eu cheguei no meu limite, não estava mais feliz, mas graças a Deus eu tenho uma família que me apoia, eles sempre me apoiaram e acreditaram em mim. Somos seres humanos e chega uma hora que a gente cansa”, comentou a nadadora.
Ana Marcela foi a campeã olímpica da modalidade em Tóquio 2021 (Foto: reprodução/ Instagram/ @anamarcela92)
Ciclo olímpico
Um ciclo olímpico corresponde à preparação do atleta durante os quatro anos que separam uma edição das olimpíadas até a seguinte. As competições de que o atleta participa e os treinamentos para suas performances compõem o termo “ciclo olímpico”.
Com um ciclo olímpico reduzido, uma vez que as Olimpíadas de Tóquio ocorreram em 2021, decorrente da pandemia global de Covid-19 que se iniciou em 2020, o último ciclo olímpico teve apenas três anos, diferente dos demais, que possuem quatro. Mesmo assim, Ana Marcela medalhou nos mundiais de maratona aquática em 2022, 2023 e 2024. Entretanto, apesar dos ótimos resultados, não foi um ciclo olímpico tranquilo. Ana teve uma lesão grave no ombro, operada no final de 2022, e rompeu com seu treinador, durante 2023.
A medalhista de ouro de Tóquio 2021, que compete pelo Brasil desde os 14 anos, completou 32 anos em 2024 e, após o resultado desta quinta-feira, não tem certeza sobre o seu futuro.
“Um ano e meio atrás, eu simplesmente liguei para minha família e disse que queria parar de nadar. Então ter nadado dois Campeonatos Mundiais depois disso, voltar a nadar feliz, me fez bem. Claro que eu queria muito uma medalha, mas tenho muito orgulho do que eu fiz. O quarto lugar é doloroso, mas preciso olhar para frente”, desabafou a nadadora.
A atleta sabe que nada apagará sua história, mas o choro veio enquanto ela falava sobre os desafios e de como sua família foi a base para sua superação.
Foto destaque: Ana Marcela ficou na quarta colocação na maratona aquática em águas abertas de Paris 2024 (Reprodução: Luiza Moraes / COB)