A primeira medalha de ouro em disputa no atletismo paralímpico foi conquistada pelo brasileiro Julio Cesar Agripino nesta sexta-feira (30), em Paris na prova dos 5000 metros da classe T11. Além do primeiro lugar, ele quebrou o recorde paralímpico da prova com 14 minutos e 18,85 segundos. Outro atleta do Brasil na competição, Yesltsin Jacques, ficou em terceiro lugar e garantiu o bronze.
A prova
O corredor brasileiro não iniciou a prova bem, mas aos poucos foi se recuperando, ganhou velocidade e assumiu a primeira colocação, aumentando a vantagem gradativamente sobre os adversários.
Nas últimas três voltas, ele aumentou a diferença para os demais corredores e garantiu o ouro e o novo recorde mundial da prova dos 5000 metros paralímpicos. A marca batida pertencia a outro brasileiro que também estava na prova, Yeltsin Jacques, que terminou em terceiro lugar, conquistando o bronze e a dobradinha do Brasil no pódio.
O outro brasileiro da prova, o então recordista paralímpico da prova Yeltsin Jacques, não conseguiu manter o ritmo que vinha tendo em competições antes das paraolimpíadas, pois vinha se recuperando de lesão e conseguiu a medalha de bronze. Fechou o pódio o atleta do Japão, Kenya Karasawa.
O atleta brasileiro junto de seu guia na final (Foto: reprodução: Ulrik Pedersen/NurPhoto/Getty Images Embed)
Agradecimentos
Emocionado após a conquista do ouro, Julio Cesar declarou ao Sportv sobre sua dificuldade no início de sua trajetória na corrida. O brasileiro afirmou que começou a correr em um campinho de futebol em sua cidade, em Diadema, São Paulo, e que sua determinação foi essencial para ele chegar ao recorde paralímpico e à medalha de ouro.
Ele reforça que não teve apoio nenhum de sua cidade e que agora espera que a prefeitura arrume o campinho onde sua trajetória vitoriosa começou. Julio Cesar afirmou que não quer o reconhecimento pela vitória, mas sim melhorias para seu bairro e para a sociedade.
Julio Cesar diz que, após sofrer tantas dificuldades, ser campeão paralímpico é importante, mas nunca esquecendo de que, segundo ele, toda pessoa da periferia pode sonhar e que uma hora esse sonho se torna realidade.
O brasileiro sofre de Ceratocone, uma doença degenerativa na córnea, e foi diagnosticado aos sete anos. Ele começou a carreia no atletismo convencional, mas com a progressão da doença foi captado para o esporte paralímpico.
Foto Destaque: Julio Cesar conquistou a medalha de ouro na Paralimpíada (Reprodução/Ulrik Pedersen/NurPhoto /Getty Images Embed)