Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, solicitou à Suprema Corte americana que adie a proibição do TikTok por meio de uma lei federal que visa impedir o funcionamento do aplicativo ou obrigar sua venda. Trump argumenta que precisa de tempo, assim que assumir a presidência, para analisar uma “resolução política” para o problema.
O advogado do presidente entrou com uma petição judicial no tribunal, alegando que Trump se opõe à proibição do aplicativo e busca maneiras de resolver o impasse por meios políticos. A empresa chinesa de tecnologia ByteDance, proprietária do TikTok, luta judicialmente para manter a rede social ativa nos Estados Unidos, após o Congresso ter decidido pela sua proibição em abril. No entanto, o conselho deve ouvir argumentos sobre a lei que exige que a empresa chinesa venda o aplicativo até o dia 19 de janeiro, um dia antes de Donald Trump assumir o cargo.
Escritório da empresa de mídia social TikTok em Culver City, Califórnia (Foto: reprodução/Getty Images Embed/PATRICK T. FALLON)
Empresa é acusada de ligação com o governo chinês
Autoridades americanas acusam a ByteDance de ser ligada ao governo chinês, mas a empresa nega a acusação. Em um documento publicado nesta sexta-feira (27), o chefe do executivo argumentou que este caso apresenta uma tensão sem precedentes, envolvendo, de um lado, o direito à liberdade de expressão e, de outro, preocupações com política externa e segurança nacional. Ele defendeu que, se a Suprema Corte decidir suspender a proibição do aplicativo, isso daria ao presidente a oportunidade de buscar uma solução política que resolveria essas questões de forma constitucionalmente significativa.
O suposto controle chinês sobre o TikTok é um dos principais argumentos apresentados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que considera o aplicativo uma ameaça à segurança nacional. Essa visão é apoiada pela maioria do parlamento americano. Por outro lado, defensores da liberdade de expressão alegam que a lei americana contra o aplicativo abre precedentes perigosos, comparáveis aos regimes de censura impostos por governos autoritários, considerados inimigos dos EUA.
Conta oficial de Donald Trump na plataforma TikTok (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)
Trump e o TikTok
Com bilhões de visualizações na plataforma durante sua campanha presidencial, Trump demonstrou ser favorável à continuidade do aplicativo nos Estados Unidos por algum tempo, apesar de ter apoiado sua proibição em seu primeiro mandato como presidente.
O TikTok, por sua vez, afirmou que o Departamento de Justiça distorceu sua ligação com a China. A empresa explicou que o sistema de recomendação de conteúdos e os dados dos usuários estão armazenados em servidores nos Estados Unidos, operados pela Oracle. Além disso, informou que as decisões sobre moderação de conteúdo voltadas para os usuários americanos também são tomadas nos EUA.
Foto Destaque: Donald Trump, preseidente eleito dos Estados Unidos (Reprodução/Mandel Ngan/AFP)