Após décadas nas sombras, os heróis invisíveis do cinema finalmente terão seu momento de glória. Em 2028, ano em que o Oscar completa 100 anos, os dublês serão reconhecidos com uma categoria própria, celebrando o talento, a coragem e a paixão de quem transforma ação em arte.
Reconhecimento merecido: Oscar cria categoria para dublês
Após décadas de lutas pelo reconhecimento, os dublês finalmente terão um lugar no palco do Oscar. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta quinta-feira (10) que, a partir da 100ª edição da premiação, em 2028, será instituída a categoria de Melhor Design de Dublês, em homenagem ao trabalho dos profissionais que tornam possíveis as cenas mais eletrizantes do cinema.
A nova categoria, criada em 2027, atende a uma demanda antiga da indústria, impulsionada pelos sucessos de ação como John Wick, Missão: Impossível, Mad Max e outros, que destacam o talento, a coragem e a criatividade desses profissionais.
“Desde os primórdios do cinema, o design de dublês tem sido parte integrante da produção cinematográfica”, afirmaram o CEO da Academia, Bill Kramer, e a presidente, Janet Yang, em comunicado oficial. “Temos orgulho de homenagear o trabalho inovador desses artistas técnicos e criativos, e os parabenizamos por sua dedicação até este momento memorável.”
O regulamento oficial da centésima edição do Oscar será divulgado em 2027. Aproximadamente 100 dublês profissionais já integram o Departamento de Produção e Tecnologia da Academia, o que demonstra o progresso do reconhecimento interno.
A última vez que a cerimônia incluiu uma nova categoria foi recentemente, a de Melhor Elenco, que terá início na edição de 2026 e abrangerá filmes lançados em 2025.
Anúncio feito pela The Academy da nova categoria do Oscar de "Melhor Design de Dublês" (Reprodução/Instagram/@theacademy)
Um Oscar histórico para o Brasil
A última edição do Oscar também marcou um feito inédito para o cinema brasileiro. O longa Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, alcançou o primeiro Oscar do Brasil, na categoria de Melhor Filme Internacional. O filme também foi premiado nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz, consolidando seu impacto global.
O grande vencedor da noite foi Anora, dirigido por Sean Baker, que obteve cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz para Mikey Madison. Baker, por sua vez, quebrou um recorde ao receber quatro prêmios por um único filme — um feito inédito na história da premiação.
Outro destaque da noite foi O Brutalista, que deu o Oscar de Melhor Ator para Adrien Brody, bem como os prêmios de Melhor Fotografia e Trilha Sonora. Já Duna: Parte 2, Wicked e Emilia Pérez garantiram duas estatuetas cada.
Foto Destaque: Tom Cruise como Ethan Hunt no filme "Missão Impossível" (Reprodução/Paramount Pictures)