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[Crítica - cuidado com spoilers] ‘Pânico VI’ consolida novo elenco e tem o Ghostface mais cruel da franquia

Confira a crítica sobre Pânico VI, novo filme da franquia, estrelado por Jenna Ortega, Melissa Barrera, Jack Champion, Mason Gooding, Jasmin Savoy Brown e grande elenco.

09 Mar 2023 - 20h44 | Atualizado em 09 Mar 2023 - 20h44
[Crítica - cuidado com spoilers] ‘Pânico VI’ consolida novo elenco e tem o Ghostface mais cruel da franquia  Lorena Bueri

“Qual é seu filme de terror favorito?” A saga “Pânico”, favorita de gerações, ganhou um novo rumo com o sexto filme da sequência e veio para mostrar que pode continuar entregando ótimas reviravoltas e manter sua alcunha de “pai dos slashers” com maestria e criatividade. 

Onze anos após Pânico IV (2011), o quinto longa-metragem surgiu com um novo elenco, incluindo o nome de Jenna Ortega, uma das maiores apostas do terror nos últimos anos. Apesar de ser uma forma primorosa de introduzir os novos rostos ao público, pecou pela falta. Pânico 5 não focou em ser uma continuação da saga, mas sim um novo filme no universo já explorado, mas suas mortes tímidas deixaram a desejar. No entanto, “Pânico VI” não peca pela falta, nem tampouco pelo excesso, e olhe que se trata de um filme abundante em muitos aspectos. 

Com uma ambição que só uma saga deste porte pode ter, Pânico VI descarta o papel de uma simples sequência do filme anterior e agarra o posto de uma verdadeira franquia cinematográfica, repleta de metalinguagem, humor sarcástico e muito sangue. 


Assista ao trailer dublado de "Pânico VI" (Reprodução/YouTube)


Não é de se afirmar que as protagonistas queridas do público, Gale (Courteney Cox - Friends) e Kirby (Hayden Panettiere - Nashville) foram dispensáveis no filme. Ambas assumem cargos importantes na trama, e sem elas, de fato, o roteiro teria um furo. Mas, a ausência de Sidney Prescott, brevemente citada, não empobreceu em nada o longa. O elenco jovem se sustenta muito bem sozinho, diga-se de passagem. 

Jenna Ortega (Wandinha), Melissa Barrera (Keep Breathing), Mason Gooding (Love, Victor), Liana Liberato (Se Eu Ficar), Jasmin Savoy Brown (Yellowjackets), Jack Champion (Avatar: O Caminho da Água) e Josh Segarra (Overboard) funcionaram definitivamente bem em conjunto, com menções honrosas às atuações de Barrera (Sam Carpenter), Gooding (Chad) e Savoy (Mindy). 

Sam foi uma grata surpresa à franquia. Filha de Billy Loomis, o primeiro Ghostface, a personagem ganhou ainda mais notoriedade no VI, e teve suas características dualistas evidenciadas, nos levando a pensar a todo tempo: o sangue de serial killer vai desvirtuá-la? A sensação iminente de que a personagem pode ouvir a qualquer momento o chamado do pai, presente em seus delírios, e ceder à vontade de estripar por puro prazer é uma das façanhas do filme, mas ao mesmo tempo, deixa nas entrelinhas que seria um desfecho, um tanto óbvio. 



Já os irmãos Chad e Mindy, se mostram cada vez mais importantes para o bom andamento do "Quarteto Top". Ele, a pitada de humor inocente e despreocupado que traz instantes de alívio em meio ao caos generalizado. Ela, mente sagaz, raciocínio rápido e uma enciclopédia de filmes de terror, sendo responsável quase que inteiramente por manter viva a tradição do uso frequente da metalinguagem na franquia. 

Muito mais brutalidade: 

Agora, vivendo em Nova York, cidade grande e capaz de se tornar um labirinto na caça ou fuga do Ghostface, o quarteto de sobreviventes ao último ataque de Woodsboro se vê refém de um inimigo muito mais cruel e impiedoso. 

Ao longo de todo o filme, após seus ataques, o vilão deixa pistas que se ligam aos antigos Ghostfaces como uma contagem regressiva. E por falar em contagem, a contagem de corpos é satisfatoriamente respeitosa para a reputação de “Pânico”. Sem a menor enrolação ou cerimônia, o público verá na tela o Ghost mais agressivo, sarcástico, articulado e onipresente da franquia. Suas mortes são rápidas e surpreendentes. Além da faca tradicional, ele também usa uma espingarda em uma das cenas, trazendo um toque a mais de novidade à trama. 


Ghostface (Foto: Divulgação/Paramount Pictures)


Respeito ao legado e nostalgia: 

A dupla de diretores, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Casamento Sangrento) retorna após dirigir Pânico (2022) e faz questão de honrar o legado de Wes Craven. O santuário de “Facada” é uma jaula interessante e nostálgica para os fãs de carteirinha da saga e foi necessária para amarrar as pontas que o filme deixou soltas de propósito. Além do desfecho que foi parte óbvia, feita propositalmente (pelas características típicas de um vilão de slasher), e parte chocante, as cenas finais homenageiam o diretor que iniciou o capítulo grandioso e revolucionário que é a franquia “Pânico” na história do gênero do terror. 

Considerações finais e nota:

Pânico VI consagra os novos personagens e mostra que daqui em diante, podem caminhar com as próprias pernas, dispensando talvez, totalmente a presença de algum rosto antigo no elenco. Não há espaço para um Ghostface menos impactante na sequência futura. A tendência da nova leva de filmes deve ser cada vez mais abusar de uma brutalidade inteligente, estratégica, atrativa e sem enrolações cansativas. 


Cartaz de "Pânico VI" (Foto: Divulgação/Paramount Pictures)


A cara jovem da saga se mantém vivíssima. Mindy tem muita competência para carregar as teorias e fórmulas de um bom filme de terror e tornar suas cenas de explicações e fios teóricos uma tradição. Tara tem muito potencial ainda escondido e que precisa ser explorado sem timidez nos próximos filmes. Chad não pode ser assassinado, pelo menos ainda não. Ele é um dos elos fortes de ligação entre o grupo e se faz necessário para o bom andamento do quarteto, ora como alívio cômico, ora como um forte combatente. Sam e seus delírios com Loomis é uma preciosidade. Ficamos na iminência de seu instinto, para o bem, ou para o mal. 

Uma das melhores cenas do longa é a inicial, protagonizada por Laura (Samara Weaving). A ironia que ela carrega é brilhante. Os diálogos bem construídos e também fazendo referência aos demais filmes do gênero. Sentimos falta disso em Pânico V. 


Jack Champion como Ethan (Foto: Divulgação/Paramount Pictures)


Menção honrosa a Ethan. O personagem clássico de um filme com um bom plot twist. O amigo nerd, virgem, bonito e desastrosamente engraçado. Embora tenha estado um tanto à margem das cenas, se tornou um importante foco de observação, justamente por ser um estereótipo conhecido. 

Nota: 9,9

 

Foto destaque: Divulgação/Paramount Pictures

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