Contém Spoilers
Inevitavelmente depois de Vikings, as séries com roteiros semelhantes serão comparadas. O sucesso da primeira é inegável. Bárbaros poderia entrar nesse nicho, mas ficou longe, bem longe. O seriado entrou no catálogo do streaming em outubro e rapidamente entrou no Top 10.
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A tribo de queruscos de Bárbaros. (Foto: Reprodução/Netflix)
Lembra quando você está em um jantar de família, e aparece um primo seu de 3º grau ou até de graus superiores? Qual a sua primeira impressão? “É, ele parece um pouco com a gente, mas não tanto. Tem alguma coisa que lembra”. É mais ou menos assim, né?
Pois é caro leitor, isso é o que acontece com Bárbaros. Vou te explicar: o seriado alemão tem características que esperamos: uma fotografia com tons frios, cenário correspondente ao período, briga por poder, lutas sangrentas, mas quando entra no quesito personagens e enredo as semelhanças se encerram. Viu? São só algumas coisas, só algumas mesmas.
O pano de fundo é a luta dos Bárbaros contra o Império Romano. Enquanto a referência história é o nascimento da extrema direita alemã e sua superioridade frente aos estrangeiros. No entanto, os produtores ampliaram a visão e trouxe a história de uma forma menos partidária.
As tribos germânicas são dominadas e sujeitas as regras impostas pelos Romanos. Roma quer expandir seu domínio a todo custo. E quem estiver no caminho paga caro. Armínio (Laurence Rupp) é um querusco nascido sob esse jugo. No entanto, como forma de estabelecer a paz entre os dois poderes é entregue ao Império pelo seu pai.
O jovem cresce e se torna um comandante das tropas romanas. Muito bem quisto e confiável aos olhos de seu pai de criação – líder do exército. No entanto, a história paralelamente mostra seus conterrâneos vivendo uma vida amarga, tendo que pagar altos tributos para os romanos. Thusnelda (Jeanne Goursaud) e Folkwin (David Schütter) seus amigos de infância são obrigados a passar por situações que os forçam a tomar uma atitude.
Thusnelda na Batalha da Floresta. (Foto: Reprodução/Netflix)
Como forma de mostrar força e oposição, eles roubam um símbolo das crenças romanas e começa toda uma saga, por conta disso. Armínio é obrigado a recuperar o objeto e tudo vem à tona com seu retorno. Ele era um romano ou ainda era um bárbaro?
O enredo tinha futuro, mas a quantidade de furos desde o início faz cansar. Com seis episódios, o desenvolvimento dos personagens não ocorre, relacionamentos rasos e superficiais e mudanças bruscas de comportamento dos personagens são irritantes. O triângulo amoroso imposto aos três amigos, não se sustenta. Não há muitas narrativas que remontem o passado do trio e que reafirme tamanha amizade, que faça você realmente sentir a dor quando envolve o núcleo deles. Thusnelda é uma guerreira impulsiva, sem estratégia e confusa. Folkwin fica mais interessante à medida que seu personagem tenta crescer, mas é pouco. Armínio é a chave do seriado, apesar de não convencer muito, carrega os episódios nas costas com suas decisões rápidas. Aliás, tudo é muito corrido na série. Pressa inimiga da perfeição.
Mas nem tudo é só tristeza. Como é lógico, Armínio se declara bárbaro e decide enfrentar o império romano. Sua estratégia é bem sucedida – e, ponto positivo para eles. Aqui remonta a verdadeira luta ocorrida em 9 d.C, conhecida como: A Batalha da Floresta. Os germânicos venceram três legiões de soldados romanos, na época.
(Vídeo: Reprodução/YouTube)
A cena é bem construída, traz emoção pela narrativa, apesar da dúvida de pouca gente no seriado, inclusive na tribo principal, e o aparecimento de muitos na luta (Oi?). Aliás, ao que parece a tribo não tinha quase ninguém – cadê os figurantes? E um desfecho bem esperado. Sim – não houve nenhum mistério, mas não vou te contar para não minar suas chances de assistir – é relacionado ao romance. Ops!
Bem, mesmo com muitas críticas, o seriado agradou e vem numa segunda temporada. Acredito que caberia em apenas uma, tendo mais episódios. Entretanto, a dona Netflix é quem decide e vamos esperar uma melhora ou não de Bárbaros.
(Foto Destaque: Armínio em Bárbaros. Reprodução/Netflix)