Sobre Thalita Camargo

Jornalista na editoria de Celebridades no site Lorena R7.

Zolgensma: Medicamento mais caro do mundo vai ser coberto pelos planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde aprovou na última segunda-feira (6), a incorporação do medicamento Onasemnogeno Abeparvoveque, na lista de coberturas obrigatórias de planos de saúde. O remédio, popularmente chamado de Zolgensma (Novartis), é utilizado no tratamento de pacientes com AME (Atrofia Muscular Espinhal) tipo I, com até seis meses de idade.


 Zolgensma (Foto: Reprodução/Trinuna do Paraná)


A condição exigida pela ANS é que somente crianças que não estejam em ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por dia possam receber o tratamento. A previsão é que a terapia seja incluída no Rol de Procedimentos da Saúde Suplementar, em até 60 dias.

O diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Antônio Aquino Lopes, disse durante a reunião sobre a inclusão no rol de medicamentos, que “é extremamente importante no arsenal terapêutico contar com essas novas tecnologias, principalmente, no que diz respeito à pediatria”.

A notícia de que o Zolgensma será fornecido pelos planos de saúde foi bem recebida por organizações da sociedade civil, que representam os pacientes com AME.

Para a fisioterapeuta e vice-presidente da Associação Brasileira dos Portadores da Doença de Hunter e Outras Doenças raras, Fernanda Batista, a decisão vai evitar novos processos na Justiça para o acesso à medicação.

“Até hoje, as crianças que têm plano de saúde precisavam de judicialização, porque o medicamento é considerado o mais caro do mundo. Custa em torno de R$ 12 milhões” destacou.

Ainda segundo ela, em todo o país, 194 crianças já conquistaram o direito de receber a dose única da medicação por via judicial e a inclusão do remédio vai economizar um tempo preciosos dos pacientes

“A gente perde o tempo do uso da medicação, que deve ser ministrada até dois anos de vida da criança. (Com a decisão), a gente encurta esse acesso, uma vez que ele é regulamentado via plano de saúde.” afirmou.

O Zolgensma é o primeiro tratamento, de aplicação única, intravenosa, com recursos avançados que é recomendado positivamente pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema único de Saúde).

Em dezembro do ano passado, a inclusão do remédio nos tratamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de até seis meses de idade foi aprovada. O medicamento deverá ser disponibilizado na rede pública em até 180 dias.

Foto destaque: Zolgensma. Reprodução/Bruno Pecanha

EUA e China seguem em clima tenso após aparecimento de suposto balão espião

Chuck Schumer, Líder democrata no Senado dos Estados Unidos, afirmou que a relação entre EUA e China está tensa, após aparecimento de balão chinês misterioso, na última quinta-feira (2). O objeto foi visto sobrevoando os céus dos EUA. Ainda segundo Schummer, O presidente Joe Biden está analisando demais ações que poderão ser tomadas, após a derrubada do balão.

“A China enviou aquele balão de vigilância. O governo Biden foi calmo, calculado e eficaz. Esta é uma área em que não precisamos da política. Portanto, precisamos que democratas e republicanos se unam. Precisamos que o país se una para condenar a China pelo que fez e ter uma frente unificada ao lidar com o Partido Comunista Chinês”, explica.


Estados Unidos e China (Foto: Reprodução/A igreja de Deus)


Do outro lado, o país asiático informou que o balão tratava-se de um instrumento meteorológico, que desviou a rota, acidentalmente.  O vai e vem de acusações é mais um ponto de tensão entre uma relação desgastadas entre as duas maiores potências do mundo. A derrubada do objeto no mar, realizada no sábado (4) pelos EUA, gerou insatisfação da China.

Ainda que trata-se de um episódio isolado, especialistas analisam que o aparecimento do balão intensifica a crise diplomática entre os países “Qualquer coisa que aconteça fora de qualquer padrão nesse momento agravaria as relações. Então, se fosse um drone americano para fins de diversão no mar do sul da China, também teria um problema”, explica o professor da faculdade de Ciências Econômicas do Rio de Janeiro (UERJ), Elias Khalil Jabbour.

Para Tanguy Baghdadi, criador do podcast Petit Journal, o conflito irá ter novos desdobramentos “Eu acho que, às vezes, a gente fica esperando grandes acontecimentos. Esse nível de tensão entre Estados Unidos e China vai ter outros capítulos, mas isso faz parte do cotidiano da relação”, disse.

É a primeira vez que o governo americano acusa a China de espionagem. Em 2019, dois diplomatas chineses foram expulsos dos EUA, por suspeita de espionagem, mas nada foi confirmado.

Foto destaque: Balão chinês. Reprodução/Brasil Paralelo

Lula e Janja se mudam para o Palácio da Alvorada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira dama, Janja da Silva, se mudaram na última segunda-feira (6) para a residência oficial da Presidência da República, o Palácio da Alvorada.


Lula e Janja (Foto: Reprodução/Poder 360


Mesmo após a posse, Lula e Janja continuaram hospedados em um hotel e Brasília, onde a diária chega a custar R$ 5 mil. A previsão inicial era de que o casal se mudaria no final de janeiro, mas a equipe presidencial precisou adquirir parte de uma nova mobília para os dormitórios da alvorada, o que atrasou o processo.

No último mês, a Polícia Federal e o grupo antibombas  vistoriaram o ambiente. Equipes de Lula também providenciaram reformas de móveis e da estrutura do prédio.

Janja relatou inúmeros danos em tapetes, paredes, sofás, infiltrações em partes do teto e obras de artes faltando.  A primeira dama chegou a levar uma equipe da TV GloboNews para mostrar as condições do Palácio, após a desocupação do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michele.

A mudança para à Alvorada estava prevista para a segunda quinzena de fevereiro, quando a chegada da nova mobília está prevista, porém, depois de Lula ter manifestado o desejo de sair do hotel, o processo foi acelerado. 

“não aguentava mais”, disse Lula aos assessores. Em uma das ocasiões, durante cerimônia no Palácio do Planalto, antes da mudança, ele também se denominou como um “sem-casa”.

“Eu, na verdade, sou um sem-casa, um sem-palácio. Vocês precisam ajudar a reivindicar o direito de eu morar. Porque faz mais de 45 dias que eu estou no hotel, e não é brincadeira”, afirmou.

Em seu primeiro mandato, Lula fez uma reforma avaliada em R$ 18 milhões, no Palácio da Alvorada. A obra foi concluída em 2006 e durou cerca de um ano e três meses.

Até segunda ordem, o presidente vai manter alugada a casa, onde se mudou com janja, em dezembro de 2021. O imóvel, localizado em Pinheiros, São Paulo, conta com quatro suítes, piscina e totaliza 700 metros quadrados.

Foto destaque: Lula e Janja. Reprodução/JC Online

Ministério da Saúde divulga cronograma do Programa Nacional de Vacinação para 2023

O Ministério da Saúde divulgou nesta semana o cronograma do Programa Nacional de Vacinação, de 2023. As ações começam  em 27 de fevereiro, com aplicações de doses bivalentes contra o vírus da covid-19, nos grupos mais propícios à desenvolverem a forma grave da doença, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.


Vacinas (Foto: Reprodução/GZH)


Em abril, está previsto a intensificação da campanha de vacinação contra a influenza, antes da chegada do inverno, quando as baixas temperaturas aumentam os casos de doenças respiratórias. Já em maio, deve ocorrer a multivacinação contra a poliomielite e o sarampo.

De acordo com o Ministério, as etapas de vacinação foram organizadas de acordo com os estoques de doses existentes, as novas remessas e os compromissos de entregas assumidos pelos fabricantes.

O cronograma foi acordado com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e pode ser alterado nos próximos meses, de acordo com novos lotes e aprovações.

Fevereiro

Vacinação contra a covid-19 + reforço com a bivalente. Público alvo:

  • Pessoas com maior risco de desenvolverem a forma grave da doença;
  • Idosos com mais de 60 anos;
  • Gestastes e puérperas;
  • Pacientes Imunocomprometidos;
  • Pessoas com deficiência
  • Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP);
  • Povos indígenas e quilombolas;
  • Trabalhadores da saúde.

Março – Primeira Etapa

Intensificação das vacinas contra a covid-19. Público alvo:

  • Toda a população com mais de 12 anos

Março – Segunda Etapa

Intensificação da vacinação contra covid-19 em crianças e adolescentes. Público alvo:

  • Crianças de 6 meses a adolescentes de 17 anos.

Abril

Vacinação contra a influenza. Público alvo:

  • Idosos com mais de 60 anos;
  • Adolescentes em medidas socioeducativas;
  • Caminhoneiros;
  • Crianças de 6 meses a 4 anos;
  • Forças Armadas;
  • Forças de segurança e salvamento;
  • Gestantes e puérperas;
  • Pessoas com deficiência;
  • Pessoas com comorbidades;
  • População privada da liberdade;
  • Povos indígenas e quilombolas;
  • Professores;
  • Profissionais de transporte coletivo;
  • Profissionais portuários;
  • Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade;
  • Trabalhadores da saúde.

Maio

Multivacinação contra poliomielite e sarampo nas escolas.

Foto destaque: Vacinação. Reprodução/ABEAR

Glória Maria teve 15 passaportes e já visitou mais de 160 países ao longo da carreira

A saudosa Glória Maria, que faleceu hoje (2), aos 73 anos, no Rio de Janeiro, já viajou o mundo e deixou sua marca em diversas reportagens da TV Globo, virando exemplo de jornalista de viagens do Brasil.


Glória Maria (Foto: Reprodução/Guia Viajar Melhor)


Glória já visitou mais de 160 países e possuía 15 passaportes e carimbos que marcaram suas aventuras dentro e fora do trabalho, incluindo um voluntariado na Índia e uma mudança temporária para Ibiza, na Espanha.

Mesmo com inúmeras histórias, a veterana escolheu seus destinos preferidos. Durante entrevista ao GShow, em março do ano passado, Glória elegeu Irã, Índia e Brasil, como os países que deixaram marcas em seu coração.

“O irã é um país único, onde eu nunca me senti ameaçada, fui super bem recebida! O ambiente é absolutamente seguro, pelo menos enquanto a gente estava lá. O Irã significa pra mim cultura, gentileza e beleza”.

Comentando sobre sua espiritualidade, Glória relembrou da índia.

“Minha espiritualidade parece que saiu de lá. Já fui seis vezes e, cada vez que eu volto, me torno uma pessoa diferente e, com certeza, uma pessoa melhor”

 A jornalista esteve no país em 2005, durante uma cobertura do Fantástico. Anos depois, ela voltou ao destino para um ano sabático, fazendo trabalho voluntário. Glória também comentou sobre sua relação com o Brasil, seu país natal.

“Se eu colocar Brasil, vai dar problema? Porque o Brasil a cada momento, a cada minuto, a gente tem mais um lugar, mais uma coisa para descobrir”.

 Ao programa “Altas Horas”, a jornalista contou que foi a equipe do “Fantástico” que fez a contagem dos países já visitados por ela. O tour pelo mundo foi dificultado pela mudança de fronteira ao longo dos anos.

“Quando você começa a achar que está terminando o mundo, eles subdividem. Por exemplo, fui para a Lugoslávia, hoje separou e tem oito países. Croácia, Eslovênia… Então quando eu penso que eu estou chegando lá, parece que eles estão lendo meu pensamento, e eles fazem mais.”

 O primeiro carimbo de Glória no passaporte foi quando ela visitou Washignton, nos Estados Unidos, para cobrir a posse do presidente Jimmy Carter, como repórter do Jornal Nacional, em 1977.

Pioneirismo na TV

Glória foi a primeira repórter negra da TV brasileira e acumulou pioneirismo também na carreira como jornalista de viagens.

Em 2005, durante sua passagem pela Nigéria, ela registrou o festival Argungu, uma competição pelo maior peixe do Rio Matan Fada, sendo a única mulher presente, no meio de 15 mil pescadores.

Em 2007, suas aventuras foram além dos limites do planeta. Glória foi uma das poucas jornalistas convidadas pela Nasa para experimentar a gravidade zero, viajando até a órbita da Terra.

“Era real, não um simulador. Você realmente voa, você deixa a órbita terrestre e a experiência começa”, relembrou.

Já em 2016, seu VT experimentando maconha em uma viagem à Jamaica, virou “meme” nas redes sociais.


Glória Maria (Foto: Reprodução/ JC Online)


Durante uma visita a uma tribo rastafári, Glória recebeu um convite para participar de um ritual, aceitando consumir a planta para não “desrespeitar a tradição”. Sobre a ação, a jornalista explicou o que sentiu para os telespectadores. “No primeiro momento, fiquei totalmente tonta. Para quem não está acostumado, é preciso tempo para entender”, disse.

Em planos do futuro, a veterana já tinha definido o destino dos sonhos em sua “reportagem de despedida”, que não teve tempo de se realizar: Marte.

Glória deixa duas filhas: Maria, de 15 anos e Laura, de 14. A jornalista tratava um câncer desde 2019.

Foto destaque: Glória Maria. Reprodução/ Notícias da TV

Discurso de Rosa Weber contra depredação de 8 de janeiro marca primeira sessão do ano no STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, pregou em discurso na sessão desta quarta-feira (1º) a defesa “diuturna e intransigente” da Constituição e do estado democrático de direito.


Rosa Weber (Foto: Reprodução/ Poder360)


Weber também afirmou que aqueles que praticaram, conceberam e financiaram os atos contra a constituição no dia 8 de janeiro, serão punidos.

O discurso foi feito durante sessão solene que marcou a abertura do ano judiciário, dentro do plenário do Supremo, reformado após a destruição promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ministros da Corte, estiveram presente.

“Hoje, quatro meses e meio depois da minha posse como chefe do poder judiciário brasileiro, nessa sessão solene revestida de especial simbolismo de abertura do ano judiciário de 2023, neste mesmo plenário totalmente reconstituído após a invasão criminosa do dia 8 de janeiro, feito por uma turba insana movida pelo ódio e pela irracionalidade, reafirmo minha profissão de fé com juíza e a ela acresço, em reforço, o que erigi como norte da atual administração desta Casa: a proteção da jurisdição constitucional e da integridade do regime democrático. Ou, mais simplesmente, a defesa diuturna e intransigente da Constituição e do Estado democrático de direito”, disse Rosa.

A presidente do Supremo ainda classificou os atos antidemocráticos como “ataque golpista e ignóbil” e afirmou que o STF foi o principal alvo dos golpistas porque fez “prevalecer em sua atuação jurisdicional a autoridade da Constituição” e se contrapôs “a toda sorte de pretensões autocráticas”.

Rosa Weber também disse que o Supremo Tribunal Federal “é absolutamente intangível à ignorância crassa da força bruta”. E afirmou que os golpistas de 8 de janeiro serão punidos.

“Se alguma dúvida, ou dificuldade de compreensão, acaso esteja a pairar neste momento sobre o sentido do que estou a dizer, assevero, em nome do Supremo Tribunal Federal, que, uma vez erguida da justiça a clava forte sobre a violência cometida em oito de janeiro, os que a conceberam, os que a praticaram, os que a insuflaram e os que financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas. Só assim se estará a reafirmar a ordem constitucional, sempre com observância ao devido processo legal, resguardadas, a todos os envolvidos, as garantias do contraditório e da ampla”.

 Diante dos ataques, Weber defende “cuidado, atenção, resistência e resiliência das Instituições”. Ela pregou ainda “equilíbrio” e “harmonia” entre as ações na defesa do estado democrático.

Foto destaque: Rosa Weber. Reprodução/ TRT4

Governo alemão anuncia recurso de 200 milhões de euros para ações ambientais no Brasil

Os governos do Brasil e Alemanha anunciaram nesta segunda-feira (30) os detalhes do aporte de 200 milhões de euros, que serão enviados pela Alemanha, para ações ambientais no Brasil. A cifra foi anunciada durante entrevista conjunta entre a ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, e ministra Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schlze, em Brasília.


Marina Silva e Svenja Schlze (Foto: Reprodução/Agência Brasil – EBC)


O recurso vai ser dividido entre diferente iniciativas. Cerca de 80 milhões de euros, por meio de crédito com juros baixos, serão destinados ao Banco do Brasil, por intermédio do KfW;

Cerca de 35 milhões de euros vão para o Fundo Amazônia e 31 milhões serão enviados aos estados da Amazônia  para implementação de medidas de proteção ambiental;

29,5 milhões de euros ao BNDS serão destinados a um Fundo Garantidor de Eficiência Energética para pequenas e médias empreses;

13,1 milhões de euros vão ser implementados no reflorestamento de áreas degradas;

9 milhões de euros vão para o apoio a cadeias de abastecimento sustentável; E 5,37 milhões de euros para consultoria de fomento de energias renováveis na indústria e no transporte.

Durante a coletiva, a ministra Marina Silva afirmou que o governo federal utilizará recursos do Fundo Amazônia para ajudar o povo Yanomami, que sofre com uma grave crise sanitária, com inúmeros registros de desnutrição, malária e infecção por mercúrio.

Segundo ela, apesar do avanço do desmatamento da Amazônia e do agravamento da desnutrição no território Yanomami, o governo vê o momento como uma oportunidade de reverter o cenário.

“Estamos buscando parcerias que nos ajudem a cumprir o objetivo firmado no acordo de Paris, de alcançar o desmatamento zero, em 2030. Também de fazer a desintrusão das terras indígenas para sair deste quadro terrível e de ter uma agenda positiva para o desenvolvimento sustentável”, explica.

O Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento Alemão é responsável pelas doações ao Fundo Amazônia. Os repasses, porém, podem ir além da proteção à floresta e atingir áreas como desigualdade social.

Foto destaque: Marina Silva e Svenja Schlze. Reprodução/Poder 360

 

 

 

Reportagem do Fantástico mostra detalhes da tragédia sanitária no território Yanomami

Repórteres do programa Fantástico da TV Globo, mostraram no último final de semana, um pouco do território Yanomami, em Roraima, cenário da crise sanitária que chocou o país. Sônia Bridi e Paulo Zero acompanharam de perto a distribuição de remédios, alimentos e o resgate de mulheres e crianças debilitadas.


Trino Yanomami (Foto: Reprodução/Outras Palavras)


Os profissionais entraram no local com o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Junior Hekurari e o novo secretário da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Weibe Tapeba. A visita de todos teve o objetivo de organizar o programa de socorro.

Hekurari lamenta a crise que a tribo indígena enfrenta, no momento.

“A gente vivia, a gente tinha vida, a gente tinha trabalho, pescava. A gente não tem hoje. Não tem, porque o povo Yanomami está doente. Então, a situação é muito grave”, afirma.

O polo mais preocupante se concentra na parte Norte, onde se encontram os pelotões especiais de fronteira do Exército e maior concentração de garimpo ilegal.

Desde 2017, o garimpo avança por dezenas de quilômetros, na região do Homoxi. Os garimpeiros tomaram a pista da Sesai, expulsaram os profissionais de saúde e utilizaram o posto como depósito de combustível.

Em 2022, a Policia Federal esteve no local e destruiu máquinas de garimpo. Em resposta, os garimpeiros botaram fogo no posto de saúde.

Ainda no ano passado, 22 mil casos de malária foram registrados em uma população de 30 mil Yanomamis. Porém, no Homoxi, onde o posto de saúde foi tomado e queimado, houve apenas 7 casos notificados. Isso deixa evidente que os números oficiais não refletem toda a realidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Boa Vista, no último final de semana, acompanhado de ministros.

“A gente não pode entender como um país que tem as condições que tem o Brasil deixa os indígenas abandonados como eles estão aqui”, afirma.

A crise sanitária matou 570 crianças Yanomami entre 2019 e 2022. 29% a mais comparado aos quatro anos anteriores.

A Polícia Federal, junto ao Ibama, Funai e Ministério da Defesa, está planejando  operações para expulsar de vez o garimpo. A tarefa é trabalhosa e pode levar anos para a recuperação total do território.

Foto destaque: Crianças Yanomami. Reprodução/Senado Federal

 

Crianças Yanomami recebem tratamento em hospital de Boa Vista

O Hospital da Criança Santo Antônio, localizado em Boa Vista, RR, segue tratando crianças do território Yanomami, desde o descobrimento da crise humanitária. A unidade é a única do país fornecendo assistência à tribo.


Hospital da Criança Santo Antônio (Foto: Reprodução/ Roraima 1)


“Quero que ele melhore logo para voltarmos para a casa”, diz emocionado o indígena Nivaldo Yanomami, que acompanha a internação do filho de 10 anos. Atualmente, o hospital tem um total de 53 crianças da tribo internadas. A maioria dos casos é de desnutrição e malária.

Desse total, sete estão na UTI e três seguem intubadas. Indígenas Yanomami enfrentam uma grande crise sanitária no território, a maior já vista no país, causada pelo garimpo ilegal e pela falta de assistência do governo federal.

Nivaldo e o filho, que está com malária, são da região de Hakoma, mesmo local onde morreu uma criança de 2 anos com a doença, nove meses atrás.  Nivaldo conta os dias para voltar para a casa, com seu filho em boa saúde.

“Estou aqui desde o dia 16,17,18…”, diz sinalizando com os dedos.

No setor, os leitos foram substituídos por redes, para que as crianças da tribo sintam-se familiarizadas enquanto recebem tratamento.

Atualmente, os Yanomami internados na unidade hospitalar representam cerca de 82,8% de todos os 64 indígenas de outras tribos atendidos na clínica.

Na enfermaria, uma menina de 1 ano e 5 meses aparenta ser bem mais nova, devido a sua debilidade. O caso se repete a cada criança observada na unidade.

Para Francinete Rodrigues, diretora-geral do Hospital da Criança, a quantidade de 53 Yanomami internados é um número expressivo, já que o hospital não costuma receber uma quantia tão alta de pacientes.

“A gente diz [que o número de internações] é alto porque não é de costume ter esse número. Hoje, temos 64 indígenas, sendo 53 Yanomami, no hospital. Então é um número expressivo. Mas, a gente está conseguindo trabalhar e dar conta nesse momento”, disse.

O grande sinal observado pelos médicos é a desnutrição e fragilidade pela falta de peso. Na maioria dos casos é notado baixo peso para a idade, agravado pela malária, diarreia e verminose .

“Elas são pequenas, emagrecidas, caquéticas, com o cabelo já mais ralo, a pele descamando. Esses são os sinais de que elas estão desnutridas há bastante tempo”, afirma Eugênio Patrício, pediatra do setor de cuidados prolongados.

Para autoridades locais, líderes indígenas, organizações e ambientalistas, a maior causa da crise humanitária foi o avanço do garimpo ilegal e a omissão do estado em assegurar a proteção do território.

O governo estima que pelo menos 570 crianças morreram na região nos últimos quatro anos. Em 2022, foram 99 mortes de crianças vítimas de desnutrição, malária, pneumonia e contaminação por mercúrio.

Foto destaque: Crianças Yanomami. Reprodução/SP Notícias

Novos tanques da Alemanha podem ajudar Ucrânia a reconquistar territórios dominados

A Alemanha aprovou na última quarta-feira (25) o envio de tanques de guerra do modelo Leopard 2 para a Ucrânia. Ainda não foi divulgada a data para a chegada da remessa, mas é estimado que o veículo blindado possa ser um diferencial de grande ajudada para Kiev na conquista de territórios dominados pela Rússia.


Soldados em batalha (Foto: Reprodução/Wikipédia)


Como funciona o modelo Leopard 2?

  • O Leopard 2 é considerado “o principal tanque de batalha do mundo”, pesa 55 toneladas e atinge 68 km/h;
  • Para utilizar o modelo precisa de treinamento, o que pode prejudicar os soldados ucranianos a curto prazo;
  • O novo modelo deve substituir tanques da época soviética que vinham sendo utilizados pela Ucrânia;
  • O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pede 300 tanques de guerra. Alemanha ainda não anunciou a quantidade de veículos que enviará ao país.

O fabricante alemão do Leopard 2, Krauss-Maffei Wegmann, apresenta o veículo como “o principal tanque de batalha do mundo”, que por quase meio século, combinou a proteção, o poder de fogo, velocidade e manobrabilidade em seus aspectos, tornando-se adaptável a diversos tipos de situações.

O tanque conforta quatro pessoas, possui alcance de 500 quilômetros e velocidade máxima de 68 km/h. Sua arma principal é um canhão de cano liso de 120 mm, com controle de tiro totalmente digital.

Dificuldades que os soldados ucranianos podem enfrentar

Os Leopards são modelos modernos. O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos estima que os ucranianos necessitam de três a seis semanas de treinamento para dominarem a proficiência básica.

Ralf Raths, diretor do Panzer Museum, na Alemanha, explica que as tripulações de tanques da Ucrânia provavelmente aprenderão a usar o Leopard 2 rapidamente. O tempo de treinamento poderia ser encurtado para se focar no conhecimento essencial.

“É preciso mesmo explorar 100% do potencial ou basta utilizar 80% na metade do tempo? Os ucranianos certamente votarão na opção B”, afirma.

O que isso pode mudar na guerra?

 Para Yohann Michel, analista de pesquisa para assuntos militares e de defesa no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, esses tanques podem permitir que a Ucrânia parta para a ofensiva no conflito de quase um ano.

 “Neste tipo de conflito, simplesmente não é possível realizar ofensivas em larga escala sem toda a variedade de equipamentos blindados de combate e veículos blindados, e os tanques fazem parte disso”, disse.

“Além dos tanques principais de batalha, ou MBTs, como o Leopard 2, outros incluem veículos de combate de infantaria e veículos blindados”, conclui.

As entregas dos novos tanques podem ajudar a equipar a Ucrânia com munições de alto calibre, necessárias para substituir seus estoques da era soviética, possibilitando a abertura de um novo caminho para fornecimento de poder de fogo ocidental.

Niklas Masuhr, pesquisador do Centro de Estudos de Segurança da Universidade politécnica federal da Suíça ETHZ, alertou que a implantação de Leopards ao campo de batalha por si só não seria “uma virada de jogo”.

“Você não pode simplesmente implantar um monte de tanques de batalha principais e presumir que eles vencerão.  Eles são muito valiosos, mas você ainda precisa usá-los da maneira correta e integrá-los a todas as outras ferramentas militares que você tem à sua disposição”, disse.

Analistas do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos afirmam que para os tanques terem algum efeito significativo nos combates, seriam necessários cerca de 100 Leopards 2.

Foto destaque: Leopard 2. Reprodução/DW