A nova coleção de joias da Tiffany & Co. tem como inspiração a cidade de Nova York, que com sua efervescência urbana e cultural motiva artistas e nomes da moda. Batizado “Knot” (nó, em inglês), o lançamento é influenciado pelos símbolos arquitetônicos das ruas nova-iorquinas, fazendo referência ao seu espírito cool e artsy. A novidade foi oficialmente apresentada na última quarta-feira (30), em um evento no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. 

A coleção “Knot” traz peças que contam com a interação entre opostos, contrastando formas suaves e orgânicas com ângulos recortados em brincos, pingentes, colares, anéis e pulseiras. Revestidos em ouro rosa e amarelo 18 quilates, os itens têm diamantes pavê e refletem a tradição e modernidade de Nova York. Como rostos da campanha, estão o dançarino Alton Mason e a atriz Anya Taylor-Joy, representantes de uma nova geração que está cheia de vontade de desbravar novos caminhos. 

_{Colar da coleção “Knot” (Foto: Reprodução/ Tiffany & Co.)}

Embora o design da coleção possa parecer simples, ele esconde uma grande quantidade de trabalho em cada joia. Por exemplo, a pulseira “Double Row Hinged” leva nada mais nada menos que 400 diamantes cravados em ângulos precisos e calculados de forma meticulosa para maximizar o brilho individual de cada pedra. Outro detalhe: o nó presente na peça esconde seu fecho, fazendo com que, em um jogo de ilusão, ela pareça uniforme. 

O carro-chefe da nova coleção é o choker “Double Row” que, cravejado com mais de 300 diamantes, conjuga escala e movimento em uma só peça. Para atender aos padrões da Tiffany & Co., cada pedra é escolhida a dedo. Assim como os laços fazem alusão às relações interpessoais da megalópole, as extremidades entrelaçadas do colar foram criadas para representar o poder das conexões entre as pessoas. 

A história de amor de Nova York e Tiffany & Co. é antiga. Foi na cidade que, em 1837, Charles Lewis Tiffany fundou a marca de joias. O showroom está até hoje na Quinta Avenida de Manhattan e, no século seguinte, seria imortalizado por Audrey Hepburn no filme “Breakfast at Tiffany “/s”, de 1961. 

Foto destaque: Anya Taylor-Joy é rosto da coleção “Knot”. Reprodução/ Tiffany & Co.

Fashion news na área! Chegou a agora de ficar por dentro das principais novidades do universo da moda desta semana. Entre os destaques, o lançamento da Cage, nova bolsa da Salvatore Ferragamo, e a nova colaboração da estilista Lenny Niemeyer com a marca de joias Roda. Confira a seguir: 

Salvatore Ferragamo lança a bolsa Cage 

O novo modelo de bolsa da Salvatore Ferragamo tem como principal inspiração a Kimo, sandália com tiras trançadas que foi criada pelo estilista e fundador da marca em 1951. Assim como o sapato original, a nova aposta conta com uma bolsa interna que vem em opções de couro e tecido. A ideia é que as bolsas internas sejam trocadas de acordo com o mood do dia. No caso da Kimo, tratava-se de uma meia que vinha em seda ou couro. Vale lembrar, que recentemente a Ferragamo nomeou Maximilian Davis como seu novo diretor criativo. O estilista inglês deve apresentar sua coleção de estreia em setembro. 

_{Salvatore Ferragamo lança bolsa Cage (Foto: Reprodução/ Salvatore Ferragamo)}

Lenny Niemeyer e Roda se unem em colaboração 

A estilista Lenny Niemeyer se uniu à marca de joias Roda para criar uma nova coleção. A collab, que tem como proposta a energia curativa das pedras e cristais, conta com acessórios com gemas de citrino, um grande equilibrador emocional; a turmalina preta, purificador; e a pirita, que atua no campo mental. 

_{Lenny Niemeyer e Roda lançam coleção de joias (Foto: Reprodução/ Lenny Niemeyer)}

“Acho muito importante trabalharmos com jovens designers autorais, que trazem um espírito moderno e inovador, e que desenvolvem peças complementares à coleção que faço. A Virgínia Macul é a criadora por trás da Roda e colabora como estilista de acessórios da minha marca”, contou Lenny Niemeyer.  

Flavia Aranha apresenta nova coleção

A Flavia Aranha é uma marca comprometida com uma moda que seja pautada pela responsabilidade social e ecológica, reverenciando a riqueza brasileira. Agora, ela apresenta a nova coleção “Mulher Aranha: A Teia”, que traz peças em tear, produzidas na comunidade de artesãs de Muquém, localizada em Minas Gerais. 

_{Flavia Aranha apresenta nova coleção “Mulher Aranha: A Teia” (Foto: Reprodução/ Flavia Aranha)}

Para criar as peças, as artesãs aplicaram os retalhos da produção no algodão cru. Além de trabalhar com um grupo feminino, que tem o trabalho manual no tear como principal fonte de renda, Flavia Aranha encontrou na parceria uma nova utilidade para as sobras que antes seriam descartadas, promovendo a moda circular. Na coleção “Mulher Aranha: A Teia”, a estilista buscou trazer o arquétipo da aranha, que fia e repara sua teia diariamente. 

Foto destaque: Flavia Aranha lança nova coleção. Reprodução/ Instagram

Entre os dias 24 e 27 de março, a primeira edição da Metaverse Fashion Week reuniu cerca de 108 mil pessoas na plataforma Decentraland, uma das pioneiras entre os usuários do metaverso. A temporada virtual, que tem entre seus objetivos a democratização do acesso aos eventos de moda, contou com apresentações de grandes marcas e apostou em possíveis caminhos para o mercado de wearables, que se encontra em ascensão. 

Voltada tanto para a socialização quanto para a venda de NFTs, a Decentraland contém um espaço virtual dividido em 90 mil terrenos. Para a MVFW, alguns desses lotes foram selecionados para a construção de pavilhões e lojas, que concentraram os shows de 60 marcas, designers e artistas. 

A maioria dos participantes do evento preferiu exibir suas criações em galerias, como as presentes no Luxury Fashion District, que foi inspirado na Avenue Montaigne, de Paris. O distrito comercial acolheu lojas de nomes como Jacob & Co, Guo Pei, Imitations of Christ, Elie Saab e Dolce & Gabbana. 

_{Selfridges x Paco Rabanne (Foto: Reprodução/ Gabriel Fusari)}

Cada grife expôs seus produtos à sua própria maneira. Dolce & Gabbana, por exemplo, realizou um desfile que contou com 20 looks digitalmente desenvolvidos, para serem leiloados como tokens não fungíveis. Já Elie Saab optou por organizar o espaço da marca como um museu, onde foi apresentada a versão virtual de sua coleção de alta-costura para o verão 2022. 

Enquanto Dolce & Gabbana investiu em produções mais fantasiosas, grifes como The Fabricant, Dundas, Vogue & Hype, Placebo e Etro, exibiram peças mais simples e próximas do que se pode encontrar nos desfiles tradicionais e em lojas físicas. 

A Tommy Hilfiger apresentou em formato digital ítens de sua coleção de verão 2022. Entre eles, estavam conjuntos de moletom, jaquetas bomber e camisa xadrez. Quem comprasse algum produto da marca podia escolher entre adquiri-la apenas virtualmente ou receber a peça real em casa. 

Foto destaque: Dolce & Gabbana lança tokens não fungíveis. Reprodução/ Dolce & Gabbana

Após as semanas de moda de São Paulo, Nova York, Milão, Londres e Paris, começou na última quinta-feira (24), a primeira Metaverse Fashion Week. Com o objetivo de democratizar o acesso ao universo da moda, o evento acontece na Decentraland, uma das principais plataformas do metaverso. 

Localizada no Fashion District (Distrito da moda, em inglês), a Metaverse Fashion Week é a primeira do gênero e vai até domingo. O público do evento terá acesso não só a desfiles, mas também a shows, exposições e afterparties, que serão realizadas por cerca de 60 marcas da indústria da moda. O desfile da Perry Ellie abriu o primeiro dia da MVFW, seguido por apresentações e festas organizadas por Philipp Plein e Dolce & Gabbana. 

O Fashion District, um dos lotes mais caros da plataforma, ficará aberto ao público durante a Metaverse Fashion Week, possibilitando acesso a uma série de novas regiões que foram criadas especificamente para o evento. “Procuramos apresentar a moda de todas as formas possíveis, de desfiles a experiência de varejo, moda apresentada como arte, filmes, fotografias, e até moda apresentada de maneiras que se estendem além dos limites da realidade – no metaverso, tudo é possível”, a Decentraland afirmou em um anúncio. 

_{The Fabricant lança coleção na Metaverse Fashion Week (Foto: Reprodução/ The Fabricant)}

Uma das principais intenções da Metaverse Fashion Week é tornar as semanas de moda mais acessíveis, indo além do seleto público que normalmente tem acesso a tais eventos. 

O público não precisa de ingressos ou convites VIP para partipar da MVFW, basta se conectar a plataforma Decentraland através dos navegadores Google Chrome, Brave ou Firefox. 

“Uma das desvantagens dos desfiles de moda tradicionais é que eles são muito restritivos para a pessoa comum, quase sempre sendo apenas para convidados”, disse Giovanna Casimiro, brasileira que comanda a organização da semana de moda no metaverso. “O MVFW será acessível a qualquer pessoa em todo mundo”, completou. 

Nesta sexta-feira, se apresentarão Anrealage, Etro e Dundas, seguidas de um afterparty da Tribute, marca de moda digital, e do DJ Icykof. No sábado, será a vez das marcas Cider, Fresh Couture e The Fabricant, seguidas de um afterparty organizado pela Hogan, marca italiana de tênis, e pelo mercado NFT Exclusible, com participação do DJ Bob Sinclar. No domingo, último dia do evento, os produtores de arte digital The Vogue, apresentarão uma parceria com a Hype, marca de streetwear, que será seguida pela Placebo, casa de moda digital. A Auroboros, grife de luxo digital, será responsável pelo encerramento da MVFW.

Foto Destaque: Coleção digital da Auroboros. Reprodução/ Auroboros.

O outono começou no último domingo (20) e, com a chegada dos dias de clima mais ameno, é hora de apostar em produções mais quentinhas e confortáveis, sem abrir mão do estilo. Confira a seguir 3 tendências que bombaram nas principais Semanas de Moda e que já estão dando as caras nos looks das celebridades. 

Corset

A peça apareceu em vários desfiles, desde a Semana de Moda de Nova York até a Semana de Moda de Paris. Nas passarelas italianas, o corset foi visto em coleções de marcas como Ports 1961, Gucci, Versace e Fendi. Nesta última, por exemplo, ele foi usado sobre uma camisa. 

_{Dua Lipa (Foto: Reprodução/ Getty Images)}

Já na temporada parisiense, o corset esteve entre os destaques do desfile da Balmain. As produções com estética de armadura, uma marca registrada de Olivier Rousteing, se mesclaram tanto aos corsets quanto a estruturas matelassadas com renda. Entre as famosas, a peça vem sendo uma aposta de nomes como Dua Lipa, Rihanna e Jade Picon.

Luvas

A luva longa é considerada o acessório tendência do outono/inverno 2022. No desfile da Valentino a peça seguiu a cartela de cores das produções, que contou com muito rosa e preto. Na apresentação da Bottega Veneta, as luvas surgiram decoradas com rendas e paetês, enquanto na da Acne Studios, elas ganharam uma versão em lã, que é perfeita para as temperaturas mais baixas. Nas coleções da Mônot e da Shiaparelli, foram as luvas de couro que brilharam. 

_{Paloma Elsesser (Foto: Reprodução/ Instagram)}

Recentemente, a atriz Barbie Ferreira foi clicada com um look que combinou vestido longo com luvas de ópera na cor vermelha, uma pedida cheia de elegância. A top model Paloma Elsesser também está incorporando a tendência no guarda roupa. Em uma de suas produções, ela investiu em uma versão de lã do acessório. 

Casaco de pele

É importante ressaltar que aqui estamos falando do casaco de pele fake. Nas temporadas de moda, o modelo que promete nos aquecer nos próximos meses foi aposta de marcas como Michael Kors, Stella McCartney, Giorgio Armani e Dolce & Gabbana, que há pouco tempo anunciou que não usaria mais pele animal na confecção de suas peças. 

_{Hailey Bieber (Foto: Reprodução/ Getty Images)}

Na última Semana de Moda de Paris, Hailey Bieber optou por um casaco longo de pele da coleção de outono/inverno da Saint Laurent. Nas gravações da série “Only Murders In The Building”, Selena Gomez usou um sobretudo felpudo na cor laranja. 

Foto destaque: Barbie Ferreira. Reprodução/Instagram

A Pantys, pioneira em calcinhas e cuecas absorventes reutilizáveis, e a Malwee, empresa que prioriza conforto e qualidade, juntaram forças para lançar uma collab que combina o melhor de ambas marcas. A nova linha Malwee + Pantys conta com dois modelos de calcinhas e tem a malha sustentável como principal diferencial. 

“Estamos animadas com essa parceria e temos certeza que conseguiremos, juntas, impactar milhares de mulheres, desmistificando os tabus relacionados à menstruação e explicando que trocando hábitos conseguiremos cuidar da nossa saúde ginecológica, evitando assaduras, candidíase e diversos outros problemas relacionados ao uso de absorventes descartáveis, além de cuidar do meio ambiente”, disse Emily Ewell, co-fundadora da Pantys, em comunicado. 

A collab oferece calcinhas confeccionadas em três tipos diferentes de malhas: a preta, que é fabricada com apenas 20% da água normalmente necessária na produção de um item convencional; a malha cinza, feita a partir de garrafas PET recicladas; e a malha canelada de viscose, produzida com reflorestamento certificado. 

_{Malwee + Pantys (Foto: Reprodução/ Malwee)}

Além de serem absorventes e reutilizáveis, o que as torna mais econômicas, as calcinhas são impermeáveis, com o toque seco e confortável. A linha ainda foi clinicamente testada e possui ação antibacteriana. Mais higiênicos que os absorventes comuns, os itens também são mais conscientes. De acordo com o Instituto Akatu, organização que tem o objetivo de conscientizar e mobilizar a sociedade para o consumo responsável, uma pessoa que menstrua pode acumular aproximadamente 200 quilos de lixo em absorventes descartáveis. Para ter uma ideia, a decomposição de um único absorvente demora cerca de 400 anos. 

A gerente de marca, Patrícia Calixto, afirma que a Malwee está sempre buscando processos que sejam mais sustentáveis, assim como alternativas para desenvolver seus produtos com o menor impacto socioambiental possível. 

“Estamos sempre atentos ao mercado e observando o que outras marcas que têm esse mesmo propósito estão fazendo, pois acreditamos que não adianta ser sustentável sozinho”, contou Calixto. “O caminho é compartilhar as nossas práticas e unir forças para provocar a mudança. E a Pantys é uma marca que está conectada ao nosso jeito de fazer e pensar moda.”

As calcinhas da linha estão disponíveis nos modelos hot pants e biquíni, nos tamanhos P, M, G, GG, XGG E XXG. As peças serão oferecidas exclusivamente no e-commerce da Malwee e nas lojas da rede Aqui Tem Malwee. 

Foto destaque: Malwee e Pantys se unem em collab. Reprodução/ Malwee

Na última quinta-feira (17), Anna Wintour, editora-chefe da revista Vogue norte-americana e presidente honorária do Met Gala, anunciou ao lado do estilista Tom Ford, que Blake Lively, Ryan Reynolds, Lin-Manuel Miranda e Regina King serão os anfitriões da edição 2022 do evento mais fashion do mundo.

Na primeira segunda-feira de maio, as escadarias do Metropolitan Museum of Art serão tomadas por importantes nomes da moda, música e cinema, para abrir a nova exposição do Costume Institute e também arrecadar fundos para o departamento de moda do museu localizado em Nova York. 

_{Regina King no Met Gala de 2021 (Foto: Reprodução/ Getty Images)}

Neste ano, “In America: An Anthology of Fashion” (Na América: Uma Antologia da Moda), será o tema da segunda parte tanto da mostra quanto do baile apresentado em setembro do ano passado, em homenagem à história dos Estados Unidos e sua conexão com a moda. A primeira parte, “In America: A Lexicon of Fashion” (Na América: Um Dicionário da Moda), continua em exposição no Anna Wintour Costume Center, no Met, com peças assinadas por Donna Karan, Ralph Lauren e Calvin Klein. 

O Met Gala inaugurará a segunda parte da exposição, mas ela ficará aberta ao público apenas a partir de 7 de maio, na Ala Americana do museu. Em fevereiro, a organização do evento adiantou que as narrativas de estilo da história dos Estados Unidos apresentadas em “In America: An Anthology of Fashion” se darão a partir da ótica de grandes personalidades de Hollywood. Diretores de cinema foram convidados a criar uma interpretação de momentos poucos familiares da costura, que remetesse não só às fundações da moda do país, mas também ao contexto histórico do século 19 à metade do século 20. Será possível visitar ambas mostras até 5 de setembro. 

De acordo com a revista Dazed, o toque hollywoodiana também estará presente nas produções usadas pelos convidados no tapete vermelho do baile, uma vez que Anna Wintour os instruiu a retratar “Gilded Glamour”, um glamour dourado. 

Foto destaque: Blake Lively no Met Gala de 2018. Reprodução/ Getty Images

Maximilian Davis assumiu, na última quarta-feira (16), o cargo de diretor de criação da Salvatore Ferragamo. Com o desafio de recuperar o prestígio da grife italiana, o estilista britânico de 25 anos substitui Paul Andrew, que deixou o cargo em maio do ano passado. Sem um diretor de criação, desde então, as coleções da Ferragamo estavam a cargo de uma equipe interna. 

“Estou profundamente honrado por me juntar à Ferragamo e grato pela oportunidade de construir a herança rica e profunda da casa. Ferragamo representa uma dedicação à elegância e sofisticação atemporais que considero incrivelmente inspiradoras. Estou ansioso para articular minha visão, elevada pelos códigos do artesanato italiano, qualidade e inovação”, disse Maximilian Davis em comunicado. 

_{Maximilian Davis assume cargo de diretor de criação da Salvatore Ferragamo (Foto: Reprodução/ Getty Images)}

Nascido em Manchester, na Inglaterra, Davis fundou a própria marca homônima em 2020, o que o levou a ser indicado ao LVMH Prize para jovens estilistas de 2022. Maximilian ficou entre os semifinalistas da premiação, mas acabou desistindo e, agora, sabemos a razão que o levou a isso. De acordo com o site The Industry, o novo diretor de criação irá pausar os trabalhos em sua marca para se dedicar à Salvatore Ferragamo. 

Um dos maiores sapateiros do mundo, Salvatore Ferragamo ficou conhecido por sua associação a grandes personalidades de Hollywood, como a atriz Audrey Hepburn. Em 1960, quando o estilista morreu, sua viúva e os filhos ficaram com a responsabilidade de transformar a empresa em uma potência internacional de acessórios.

A Ferragamo se destaca tanto pela excelência com o trabalho com couro em sapatos e bolsas, quanto pela alfaiataria. Ainda que seja comum que grandes grifes italianas deem preferência para os símbolos tradicionais, perpetuando seu legado, a nomeação de Maximilian Davis mostra que a Salvatore tem a intenção de equilibrar a própria herança com códigos modernos. 

_{Maximilian Davis (Foto: Reprodução/ Instagram)}

Maximilian encontra um verdadeiro desafio no novo cargo, uma vez que a grife ainda não recuperou os números de vendas que costumava atingir antes da pandemia e, no momento, encontra dificuldade para relembrar sua relevância para a moda. Também vale lembrar que a Ferragamo é uma das poucas grifes de luxo de alcance mundial que ainda é independente. Há anos, espera-se que a empresa familiar siga o exemplo de outros grandes nomes, se rendendo à venda para um conglomerado. Porém, ao que parece, a Salvatore ainda tem cartas na manga, e Davis está entre elas. 

“Estou muito feliz em receber Maximilian na Ferragamo. A clareza de sua visão, juntamente com o nível de execução e sua estética poderosa, fazem dele um dos talentos mais brilhantes de sua geração. Seu trabalho é definido pela elegância, sensualidade refinada e compromisso constante com a qualidade. Através de suas lentes de sensibilidade refinada e contemporânea, ele escreverá um novo e emocionante capítulo para esta casa construída sobre uma herança de criatividade, artesanato, sofisticação e valores humanos excepcionais”, Marco Gobbetti, CEO da Salvatore Ferragamo, elogiou o diretor de criação em comunicado. 

Formado pela London College of Fashion, Maximilian trabalhou para Grace Wales Bonner, vencedora do LVMH Prize de 2016, e passou por marcas como Mowalola e Supriya Lele. Fazem parte do trabalho de Davis assimetrias, decotes, recortes e vestidos que combinam elegância e sensualidade. 

Foto destaque: Maximilian Davis. Reprodução/ Salvatore Ferragamo.

Na última quarta-feira (16), Alexander McQueen retornou à Nova York pela terceira vez em sua história. Mais de duas décadas depois do último desfile da marca na cidade, a diretora criativa Sarah Burton usou o cenário nova-iorquino para apresentar a “Mycelium”, nova coleção de inverno 2022, que tem como parte central de sua narrativa os fungos e a natureza. 

“Estou muito feliz por estar de volta a Nova York, uma cidade que sempre esteve perto dos nossos corações. Mostramos a coleção Dante aqui em 1996, e depois voltamos com Eye no outono de 1999. Faz parte da nossa comunidade, um lugar que sempre nos acolheu, e nesta temporada quero homenagear isso”, escreveu Sarah Burton no programa do desfile. 

As principais inspirações para a criação de Burton ficaram claras antes mesmo do começo da apresentação. Em um espaço úmido e vegetativo, a música “The Forest”  da banda The Cure tocava nas caixas de som e, quando as modelos finalmente entraram na passarela, cogumelos marcaram presença na maioria das peças exibidas. O fungo apareceu estampado em enormes suéteres desgastados, com fios de lã soltos, que proporcionaram tanto tridimensionalidade quanto movimento. Cores inspiradas em fotos de cogumelos, como verde, amarelo e laranja, também vibraram em vestidos sem mangas, com camadas volumosas e assimétricas. 

_{Alexander McQueen apresenta coleção inverno 2022 (Foto: Reprodução/ Alexander McQueen)}

Nos bastidores do desfile, a diretora criativa falou sobre a ambiguidade do cogumelo. “É curativo, mas também pode ser tóxico. Há um perigo nisso”, disse Sarah. 

O micélio, material que deu nome à coleção, vem ganhando os holofotes da moda nos últimos anos. Extraído do cogumelo, promete ser uma alternativa sustentável para a indústria, tendo a capacidade de substituir o couro, por exemplo. 

E por falar em couro, ele também esteve entre os destaques do desfile. Surgiu em jaquetas perfecto e vestidos, fazendo referência às subculturas britânicas. Quando questionada se considerou usar o couro de cogumelo para a “Mycelium”, mais especificamente o Mylo, Sarah Burton disse que não. Porém, ela afirmou que a Alexander McQueen está estudando um couro feito de micélio, além de outras alternativas, e que cerca de 85% das 41 produções da coleção foram criadas a partir de upcycling e do reaproveitamento de tecidos, incluindo o poliéster. 

Algumas das propostas apresentadas no desfile também foram “reaproveitadas” de coleções icônicas do estilista Lee Alexander McQueen, fundador da marca. Os ternos com estampas em spray com o desenho de corpos em movimentos, faziam alusão ao desfile do verão de 1999, quando o vestido da modelo canadence Shalom Harlow foi pintado ao vivo por dois braços robóticos. McQueen era um grande fã de novos materiais, assim como da experimentação dos limites da civilização e da natureza. 

Foto destaque: Alexander McQueen apresenta coleção em Nova York. Reprodução/ Alexander McQueen.