Sobre Guilherme Toscano

Jornalista no site Lorena R7.

Altos impostos da Reforma Tributária impactam o setor do turismo

A Reforma Tributária não agradou as associações ligadas ao turismo. De acordo com essas associações, essa reforma, que houve mudanças feitas de última hora na semana passada, valoriza somente uma parte do mercado, e não ele como um todo.

Aliás, o relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), foi acionado pelo setor, sendo levado a ele uma proposta de um regime diferenciado para turismo e lazer, que foi aceita pelo deputado. 

Parques de diversão e temáticos, bares e restaurantes, serviços de hotelaria e aviação regional, foram os setores onde a reforma mais impactou. Já agências de viagens, companhias aéreas que operam voos em escala não regionalizada, transporte privado e empresas de eventos não foram tão afetadas.

Em levantamento, solicitado pela Folha, só os segmentos de parques de diversões e hotelaria correspondem a 19% da cadeia do turismo, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Bares e restaurantes não foram levados em conta, pois essa não é sua principal finalidade. 

O recesso parlamentar será o momento chave para a área de turismo tentar diminuir os altos impostos decretado pela Reforma Tributária. O presidente da Braztoa (Associação Brasileira de Operadoras de Turismo), Fabiano Camargo, afirmou estudar ao lado de outras entidades os impactos dessa reforma para o setor. Camargo visa que o turismo brasileiro tenha uma alíquota menor e que seja englobado com um todo. 

Na visão do presidente do Braztoa, o resultado final será altos preços impostos ao consumidor final, caso a reforma não englobe o segmento inteiro de turismo, pois a cadeia seria afetada como um todo da mesma forma. A partir disso, ele também reconheceu o empenho dos deputados em ajudar a área do turismo.

Camargo afirma também que ficaria fora da realidade de algumas empresas o preço pago em impostos, já que atualmente o segmento de turismo paga 3,65% de tributos federais referentes ao PIS e Cofins, e de 2% a 5% do tributo municipal ISS, que altera de acordo com a cidade. Com a alíquota padrão da reforma estimada em cerca de 25%, algumas empresas do setor poderiam ver sua carga tributária até mesmo quadruplicar.

Em uma conversa entre a Folha e a CVC, a qual tem passado por problemas financeiros após a Covid-19, o presidente da companhia, Fabio Godinho, disse que a reforma não trouxe resultados satisfatórios para todos. Além de não simplificar, a Reforma Tributária contemplou setores correlacionados ao do turismo de forma “mais alinhada”, argumentou o presidente da CVC. 

“Tem o setor de construção civil, por exemplo. Entraram como exceção na reforma as construtoras e as intermediadoras. Imagine se entrassem as construtoras e as imobiliárias não? Ia quebrar o segmento de imobiliárias, e é o que está acontecendo aqui com o turismo, que é uma indústria correlacionada”, declarou. 

SETOR AÉREO

Companhias aéreas, como a Gol e a Latam, ainda não se posicionaram sobre a Reforma Tributária. Ainda aguardam saber quais os critérios para a companhia ser considerada como “aviação regionalizada”. Inclusive, apenas disseram que estão de acordo com o posicionamento da Abear (Associação Brasileira das Empresas Áreas), da qual participam.


Reunião com o deputado federal Newton Cardoso (MDB-MG), que integra o Grupo de Trabalho da Reforma e a Frente Parlamentar em Defesa da Aviação Civil (FPAviação), contou com a presença da ABEAR, empresas aéreas e entidades representativas do turismo e aviação (foto: Reprodução/Divulgação/ABEAR)


Já uma companhia aérea que não participa da Abear mas que mesmo assim não vai se pronunciar, é a Azul.

A Abear, em conversa com a Folha, respondeu que a associação irá esperar os próximos capítulos das discussões da reforma.

Todavia, em comunicado feito no site oficial da Abear, a associação alega que o setor aéreo não pode receber tratamento divergente em comparação aos demais modais de transporte, beneficiados com regimes específicos de tributação. 

“Em um país que quer democratizar a aviação, o setor aéreo não pode receber tratamento tributário diferente dos demais modais”, declarou. 

Atrelado a isso, a Abear argumentou que caso continue com essa diferença tributária, haverá risco de redução de oferta de voos, ou seja, menos pessoas voando, consequentemente, menor o número de empregos. 

SETOR UNIDO

Apesar de parte do setor ser beneficiado, eles ainda visam o bem do todo, estando unidos a favor de uma alíquota menor para todo o segmento. 

“Desde o início das conversas sobre a reforma, os movimentos foram feitos no coletivo. Todos nós vamos trabalhar para que toda a cadeia de turismo seja inserida no regime especial”, disseram o Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas) e a Adibra (Associação Brasileira de Parques e Atrações) à Folha.

Além disso, as entidades ressaltaram que o turismo é uma cadeia com vários elos, que se interligam entre si. 

Foto destaque: Prainhas do Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, é forte concorrente ao título de praia mais bonita do Brasil. Reprodução/Monique Renne/MelhoresDestinos

Ciclone que chega ao Sul do país traz ventos de até 100km/h

A Marinha do Brasil emitiu nesta terça-feira (11) o aviso de mau tempo para as regiões litorâneas ao sul do país, visando preparar os cidadãos para essa frente fria que está por vir. O Rio Grande do Sul, principalmente, está na espera de um novo ciclone extratropical, que está previsto a partir dessa madrugada de quarta-feira. Além disso, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma área de baixa pressão continental, posicionada entre o norte da Argentina e o Paraguai, ganha intensidade e é previsto que se estenda além do sul do Brasil.

Ademais, os governos do estados da Região Sul do Brasil também fizeram seu alerta à população. O Paraná, apesar de ser o estado onde o fenômeno será mais leve, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (Simepar-PR), avisou a população do estado sobre as ventanias intensas e baixa temperatura durante esse período. 


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O governo de Santa Catarina também realizou um pronunciamento aliado a várias recomendações sobre como se comportar em situações de fortes temporais. 


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A partir desse aviso e recomendações, a Defesa Civil do estado também declarou a vigência do aviso entre os dias 11 e 13 deste mês, com risco de queda de granizo, descargas elétricas e temporais isolados no Norte,  no Noroeste e no Nordeste gaúcho. 

Aliás, para esta quarta-feira, há entre 60 mm e 100 mm/dia de chuva acumulados, sendo previsto rajadas de vento até 90 km/h. Na faixa litorânea, risco de ressaca também é esperado. Já na quinta-feira, as rajadas de vento se excedem aos 90 km/h e podem alcançar até 110 km/h, além de chuvas constantes com acumulados em torno dos 45 e 60 mm/dia nessa área. A expectativa é de mar muito agitado.

“Essa baixa pressão se desloca pela região Sul, fica parada próximo ao litoral e vai provocar muita ventania, chuva com volumes consideráveis, principalmente, no Rio Grande do Sul, pegando Santa Catarina e até o Sul do Paraná”, explica a meteorologista do Inmet, Andrea Ramos.

Por conta do tempo adverso, o governo do Rio Grande do Sul preparou um ofício que foi enviado para a CBF, na noite da última terça-feira (11), solicitando o adiamento da partida marcada para a noite desta quarta-feira na Arena, contra o Bahia, pela volta das quartas de final da Copa do Brasil, assim visando a segurança de milhares de torcedores e prestadores de serviços que esse evento reúne.


Ainda diante do #alerta do ciclone extratropical, enviamos ofício ao Grêmio, FGF e CBF solicitando o adiamento do jogo marcado para a noite desta quarta-feira na Arena. Importante a precaução considerando que envolve deslocamento de milhares de pessoas e mobilização de serviços.

— Sebastião Melo (@SebastiaoMelo) July 11, 2023

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A partir disso, espera-se ainda a resposta da CBF. 

Cuidados

Nessa terça-feira, a tempestade que abrange Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foi classificada como “perigosa” pelo grau de severidade do Inmet. De acordo com a meteorologista, o aguardado é que seja entre 30 e 60 mm/dia ou 50 e 100 mm/dia acumulados de chuva, com risco de queda de granizo. 

Como consequência pelo o acúmulo de água, a Defesa Civil também emitiu um alerta para enxurradas e alagamentos. É necessário se atentar aos deslizamentos da mesma forma. Alguns deslizamentos foram compartilhados, como em Lebon Régis, em Santa Catarina. 


Deslizamento de terra em Lebon Régis, Santa Catarina. (Foto: reprodução/Bombeiros/Divulgação)


Além desse deslizamento, outro incidente aconteceu em Santa Catarina, mas dessa vez foi em Treze Tílias. 


Treze Tílias, em SC, onde pista de rodovia estadual cedeu no fim da tarde de terça-feira. (Foto: reprodução/NSC TV)


A pista da SC-355, localizada na Linha Caçador, cedeu devido ao grande volume de chuva no fim da tarde de terça (12). A Secretaria de Infraestrutura do Estado já foi acionada. 

Foto destaque: INMET emite alerta de chuvas intensas e ventos de até 100kmh. Reprodução/OGlobo

Entenda a Hipertermia: O risco de morte por calor e seu impacto em condições de calor extremo

O funcionamento dos órgãos vitais está inteiramente entrelaçado com a proteínas absorvidas pelo o corpo, porém, o superaquecimento do corpo destrói essas proteínas, afetando o funcionamento adequado dos órgãos, assim, consequentemente, causando danos, e até mesmo mortes

A onda de calor intensa que passou pela Europa no verão de 2022 quebrou recordes e se tornou a mais quente da história do continente europeu. E, pela primeira vez na história, Londres chegou a registrar mais de 40°C. Logo, de acordo com um estudo realizado nesta segunda-feira (10) pela revista científica Nature Medicine, mais de 61 mil pessoas morreram no ano passado por conta do calor intenso no continente. 

Esse desequilíbrio térmico no corpo humano é chamado de “hipertemia”. Diferentemente da “hipotermia”, que é causada por baixa temperatura no corpo, a hipertermia é justamente o contrário, pois ela é causada por altas temperaturas. E, a partir dessa condição elevada de calor dentro do corpo, a saúde se degrada, proporcionando desidratação, desmaios ou até danos piores.  

Em uma entrevista ao G1 no ano passado, o clínico geral e especialista em medicina preventiva, Carlos Machado, explicou que há uma alteração de proteínas no sangue que, consequentemente, acaba afetando negativamente os órgãos vitais. 

 “O organismo começa a ‘cozinhar’ por dentro, desequilibrando todo o metabolismo”, simplificou o especialista. 

Os principais sintomas da hipertermia têm se destacado de acordo com a Priscila Currie, paramédica brasileira que atua em Londres, sendo eles: desmaios e desidratação com insolação. Pessoas com doenças cardiovasculares têm sofrido da mesma maneira, ressalta a paramédica. 

“Não é porque os britânicos são diferentes dos brasileiros. A infraestrutura é a questão, as casas foram feitas para manter o calor dentro, é um país frio. No verão, na Inglaterra, não costuma passar dos 33ºC e, mesmo quando passa, não dura o dia inteiro, chove depois. As crianças, ao crescer, aprendem a lidar com o frio, mas não com o sol”, afirma a paramédica, formada pela St George’s University.


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Priscila também ressaltou em entrevista para o G1 em 2022 o que todos nós crescemos ouvindo, que é: usar filtro solar, não ficar com a cabeça debaixo do sol e beber bastante água. 

“Aqui isso não é hábito, não entendem o perigo de ficar debaixo do sol a pino. O sol nasce às cinco da manhã e se põe às nove e meia da noite. É um dia muito longo, e de noite o calor começa a se dispersar dentro das casas, que não têm ar-condicionado”, relata Priscila.

A paramédica brasileira também diz que não é somente culpa da onda de calor, mas também da falta de estrutura na cidade para esse tipo de situação. Pois o metrô, por exemplo, que vive há 158 anos de operação, não possui ar-condicionado, e a única ventilação é através do próprio movimento do transporte. 

“Uma estrutura bem-organizada previne mortes. Tem muita gente se afogando por mergulharem em locais não apropriados para o banho. Fora que, depois, teremos que lidar com as doenças provenientes da água, como infecções bacterianas e amebianas”, comenta a paramédica.

A taxa de morte é relativamente alta se comparada com os Estados Unidos, que possui um clima semelhante ao da Europa, o clima temperado. Recentemente, foram registradas pelo menos 16 pessoas mortas por conta da elevada temperatura no país estadunidense. Aliás, o país norte-americano não tem contado somente com a onda de calor, mas também com incêndios florestais ocorridos ao sul do país por seu vizinho, o Canadá. 

Morrer de calor? Como é possível?

Há três tipos diferentes de hipertermia: a clássica, causada por excesso de exposição ao sol e ao calor; a de atividade física, que acontece quando o indivíduo faz um exercício e não consegue voltar a temperatura habitual; e a maligna, resultante de certos medicamentos, como analgésicos por exemplo.

A maioria dos casos atuais na Europa se classificam como hipertermia clássica, pois normalmente são situações onde os moradores estão acostumados a um clima ameno e, de repente, passam por grandes ondas de calor. 

“Uma pessoa que fica com temperaturas altas durante muito tempo sofre hemólise, que é a destruição dos glóbulos vermelhos. O corpo começa a alterar as proteínas sanguíneas, e temos que lembrar que tudo no nosso corpo é proteína. Anticorpos, células, glóbulos brancos, o plasma sanguíneo, tudo isso começa a ser desnaturado. (…) A frequência cardíaca sobe muito, rins, fígado e cérebro passam a ter dificuldade de funcionamento”, explicou Carlos Machado, clínico geral especialista em medicina preventiva, ao G1. 

De acordo com o médico, a poçãozinha mágica para o problema se chama água. Pois a temperatura do organismo está totalmente ligada ao funcionamento dos rins, que regulam o volume de água dentro do corpo e a retenção de sódio, controlando a pressão. 

Principais sintomas

Os principais sintomas da hipertermia são: 

  • Fraqueza;
  • Transpiração excessiva;
  • Dores de cabeça;
  • Tontura;
  • Desmaios;
  • Cãibras;
  • Alucinações;
  • Náuseas e vômitos;
  • Convulsões;
  • Pressão arterial baixa;
  • Respiração curta e acelerada.

É válido ressaltar a importância do atendimento médico ao perceber esses sintomas, pois caso contrário, eles podem levar à morte. Geralmente, banhos gelados e o uso de ventiladores são os recomendados, porém, se isso não for eficaz, talvez seja necessário o uso de medicamentos.

Aliás, os medicamentos que regulam a temperatura do corpo contra a febre não surtem efeito contra a hipertermia, alerta a Rede D’Or, operadora independente de hospitais do Brasil.

Foto destaque: Uma mulher anda de frente à sede do Parlamento da Inglaterra durante onda de calor. Henry Nicholls/REUTERS

Coreia do Norte acusa EUA de “invadir” zona econômica exclusiva e promete retaliação

A partir de uma aeronave espiã, os Estados Unidos são acusados de entrar em zona econômica exclusiva da Coreia do Norte nesta segunda-feira (10). A acusação é que o avião militar teria “invadido” oito vezes essa área.

Nesta segunda-feira (10), os Estados Unidos foram acusados de “invadir” a zona econômica exclusiva da Coreia do Norte. Uma aeronave espiã estadunidense teria entrado nessa área sem autorização oito vezes. Através de um comunicado feito pela agência norte-coreana KCNA, o país afirma que haverá retaliação a essa “provocação”.

O comunicado foi assinado pela vice-diretora de departamento do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia e irmã do líder Kim Jong-Un, Kim Yo Jong. Inclusive, caso a “invasão ilegal” se repita, a vice-diretora prometeu que os Estados Unidos enfrentarão um “voo muito crítico”.


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Além disso, o comunicado cita que o culpado por um possível desastre seria os EUA: “será um resultado natural de seus atos”, é o que afirma o informativo. 

Ademais, alertaram também sobre o desrespeito sobre a suposta “invasão”:

“Se os EUA ainda não perceberam que o perigo está chegando diretamente a eles, desrespeitando o aviso da Coreia do Norte, a Coreia do Norte não é culpada por isso”, diz o comunicado.

A aeronave dos Estados Unidos teria sobrevoado uma área de 435 km da costa leste do país e a 276 km da costa sudeste.

Zonas econômicas exclusivas são áreas marítimas que abrangem 200 milhas náuticas (370 km) após a faixa de água ainda inclusa parte do território de um país, que é de 12 milhas (22 km).

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, as zonas exclusivas são áreas que um país tem o direito de explorar. No entanto, o país não possui soberania nem sobre a superfície da água nem do espaço aéreo acima dela. 

Foto destaque: Exercício aéreo dos Estados Unidos com a Coreia do Sul em foto de arquivo, feita em dezembro de 2022. Reprodução/Ministério da Defesa/Reuters