Hoje, o mundo do entretenimento está de luto com o falecimento do ator Michael Gambon, aos 82 anos. Gambon ficou eternamente marcado ao interpretar o icônico personagem Alvo Dumbledore na franquia de filmes “Harry Potter”. Sua família confirmou seu falecimento, revelando que o ator estava lutando contra uma pneumonia e veio a óbito em um hospital, no Reino Unido, nesta quinta-feira (28).
“Estamos arrasados em anunciar a perda de Sir Michael Gambon. Amado marido e pai, Michael morreu pacificamente no hospital com sua esposa Anne e seu filho Fergus ao lado de sua cama, após um ataque de pneumonia”, diz o comunicado.
Embora Michael Gambon tenha se aposentado dos palcos em 2015 devido a problemas de memória de longo prazo, sua paixão pela atuação o manteve ativo na tela até 2019. Em uma entrevista em 2002, ele revelou que seu trabalho o fez se sentir “o homem mais sortudo do mundo”.
Legado na atuação
Michael Gambon, cuja carreira brilhou nos palcos e na tela, teve início nos anos 1960, quando fez sua estreia no teatro. Ao longo dos anos, suas características como ator o levou ao reconhecimento internacional, com atuações memoráveis em filmes como “O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante” (1989), dirigido por Peter Greenaway, e “O Discurso do Rei” ( 2010), dirigido por Tom Hooper, onde ele retratou o idoso rei George V.
No entanto, o papel que se tornou uma figura querida para milhões de fãs em todo o mundo foi o de Alvo Dumbledore na franquia cinematográfica “Harry Potter”. Gambon assumiu essa responsabilidade em 2004, sucedendo a Richard Harris após sua trágica morte em 2002. Ele trouxe sabedoria e carisma à representação do lendário diretor de Hogwarts ao longo de oito filmes, solidificando seu lugar na história do cinema.
Desde 2018, o ator Jude Law tem a honra de dar vida ao personagem Dumbledore na franquia “Animais Fantásticos”, continuando o legado deixado por Gambon.
Michael Gambon na premier de “/Harry Potter e o enigma do príncipe”/, em 2009, em Nova York. (Foto: reprodução/ Jamie Fine/Reuters)
A vida de Gambon
Nascido em 19 de outubro de 1940, em Dublin, Irlanda, Michael Gambon era filho de uma mãe costureira e de um pai engenheiro. Sua família mudou para Camden Town, em Londres, quando ele tinha apenas seis anos, em busca de oportunidades no pós-guerra.
Apesar de ter iniciado uma carreira na engenharia e adquirido qualificações nessa área aos 21 anos, Gambon sempre percebeu que sua verdadeira paixão era atuar. Ele apareceu em uma entrevista ao “The Herald” em 2004 que sua inspiração vinha de figuras como Marlon Brando e James Dean, cujas atuações ele admirava por sua capacidade de expressar a angústia dos jovens.
Em 1962, Gambon fez um teste de que mudaria sua vida ao ser selecionado pelo grande ator shakespeariano Olivier. Isso o tornou um dos membros fundadores do National Theatre no Old Vic, ao lado de outros jovens talentos em ascensão, como Derek Jacobi e Maggie Smith.
Gambon consolidou sua confiança no palco nas décadas seguintes, com uma atuação indireta como Galileu em “Life of Galileo” (1980), dirigido por John Dexter.
Na década de 1980, ele conquistou um público mais amplo com seu papel principal na série de TV “The Singing Detective” (1986), onde interpretou uma escritora que sofria de uma doença de pele debilitante, cuja imaginação era sua única fuga da dor. Esse desempenho rendeu um dos quatro BAFTAs que ele recebeu ao longo de sua carreira.
Além disso, Gambon foi agraciado com três prêmios Olivier e dois prêmios Screen Actors Guild Awards, destacando-se por sua atuação em filmes como “Gosford Park” e “O Discurso do Rei” (2001). Sua contribuição ao teatro foi reconhecida com a nomeação como Comandante do Império Britânico em 1992 e com a distinção de cavaleiro pelos serviços prestados à arte teatral em 1998, embora tenha optado por não usar esse título honorário.
Além de seu talento no palco e na tela, Michael Gambon era conhecido por sua personalidade travessa e seu espírito brincalhão. Ele adorava inventar histórias e brincadeiras, como mostrar aos colegas atores uma fotografia autografada de Robert De Niro, que ele mesmo havia mencionado antes mesmo de conhecer o famoso ator americano.
Em um episódio do programa “The Late Late Show” na Irlanda, ele até mesmo apresentou uma anedota hilária sobre como convencer sua mãe de que era amigo pessoal do Papa, destacando seu senso de humor único e sua capacidade de encantar as pessoas com suas histórias .
Ele se casou com Anne Miller em 1962, com quem teve um filho. Embora nunca tenha se divorciado, anos depois ele reencontrou o amor com a cenógrafa Philippa Hart, 25 anos mais jovem, com quem teve dois filhos.
Foto destaque: Michael Gambon em atuação do personagem Dumbledore na saga “/Harry Potter”/. Reprodução: g1/Foto de arquivo/Reuters.
