Acordo Bilionário com a Eli Lilly Impulsiona ABL Bio e Leva Fundador ao Clube dos Bilionários

Acordo de US$ 2,6 bi entre ABL Bio e Eli Lilly impulsiona empresa, transforma fundador Lee Sang-hoon em bilionário e reforça aposta global em neurociência.

19 nov, 2025
Imagem de logo da lilly | reprodução/x/@han_akamatsu
Imagem de logo da lilly | reprodução/x/@han_akamatsu

A indústria global de biotecnologia ganhou um novo protagonista nesta semana. A sul-coreana ABL Bio firmou um acordo de até US$ 2,6 bilhões com a farmacêutica americana Eli Lilly, impulsionando as ações da empresa e elevando o fundador, Lee Sang-hoon, ao seleto grupo dos bilionários.

O movimento marca um dos maiores contratos já assinados por uma empresa coreana na área de neurociência e reforça a corrida internacional por plataformas capazes de superar a barreira hematoencefálica, obstáculo central no desenvolvimento de tratamentos para doenças como Parkinson e Alzheimer.

Tecnologia que desperta apetite global

O negócio gira em torno do Grabody-B, tecnologia desenvolvida pela ABL Bio que permite que anticorpos atravessem a proteção natural do cérebro e cheguem aos neurônios. A Eli Lilly pagará US$ 40 milhões de imediato e pode desembolsar bilhões adicionais conforme metas de pesquisa e avanço clínico forem cumpridas.


Imagem da pessoa por trás do sucesso da empresa (foto:reprodução/x/@angelosgeo)


O acordo provocou uma disparada nas ações da empresa na bolsa Kosdaq, refletindo a confiança do mercado no potencial da plataforma. A valorização elevou o patrimônio de Lee, que detém cerca de 23% do grupo, para acima de US$ 1,5 bilhão.

Crescimento sustentado e estratégia agressiva

Embora o contrato com a Lilly tenha sido o mais expressivo, a ABL Bio já vinha atraindo atenção de grandes multinacionais. A empresa fechou recentemente parcerias com a britânica GSK e, antes disso, com a Sanofi, todas voltadas para terapias que exploram mecanismos de entrega ao sistema nervoso central.

Internamente, os números também acompanham o ritmo. No último semestre, a ABL Bio multiplicou sua receita em relação ao ano anterior e reverteu prejuízo em lucro, um feito pouco comum para empresas em estágio avançado de pesquisa científica.

O cientista que virou CEO bilionário

A ascensão de Lee Sang-hoon carrega traços de uma trajetória típica do setor. Pesquisador formado nos Estados Unidos e com passagem por centros de referência como Harvard e UCSF, ele atuou em empresas de biotecnologia do Vale do Silício antes de retornar à Coreia do Sul para fundar a ABL Bio, em 2016.

Desde então, Lee conduz a empresa com foco em plataformas proprietárias e estratégia de licenciamento, modelo que permite financiar pesquisas de longo prazo sem depender da aprovação final dos medicamentos.

O que vem pela frente

Para a ABL Bio, o acordo fortalece sua posição e garante fôlego financeiro para avançar em novos projetos. Para a Eli Lilly, representa uma aposta ousada em uma tecnologia que pode desbloquear uma nova geração de tratamentos neurológicos.

Mas o caminho ainda é longo. Terapias que dependem da travessia da barreira hematoencefálica enfrentam desafios técnicos, risco clínico elevado e regulações rigorosas. Mesmo assim, o acordo sinaliza que o setor está disposto a investir alto no que pode ser o próximo grande salto da neurociência.

Com a assinatura bilionária, a Coreia do Sul consolida mais um nome entre as potências da inovação biomédica, e Lee Sang-hoon, agora bilionário, torna-se o rosto mais recente dessa virada.

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