Justiça aponta falhas e manda demolir CT da base do Palmeiras
Embate sobre o CT da base do Palmeiras se intensifica após a ordem de demolição, e o clube busca provar que atua dentro das exigências ambientais e do acordo firmado
O caso envolvendo o centro de treinamento das categorias de base do Palmeiras em Guarulhos ganhou novo capítulo após a Justiça determinar a demolição do espaço. Apesar da decisão em primeira instância, o clube mantém as atividades normalmente e já trabalha em um recurso para tentar reverter o cenário.
A diretoria entende que o equipamento é essencial para o desenvolvimento dos jovens atletas e mostra confiança em apresentar argumentos técnicos e jurídicos que comprovem a regularidade das operações no local. A ação movida pelo Ministério Público sustenta que o Palmeiras descumpriu exigências previstas para a manutenção da área, considerada de proteção ambiental, como a vigilância contínua e a instalação de câmeras.
Palmeiras reage à decisão judicial
Apesar das contestações apresentadas pelo Ministério Público, o Palmeiras reforça que o centro de treinamento em Guarulhos é um dos pilares da formação de atletas no clube. A diretoria destaca que o espaço cumpre papel social importante, oferecendo estrutura de alto nível para jovens que sonham em seguir carreira no futebol.
Internamente, a avaliação é de que o CT foi desenvolvido para funcionar em harmonia com o parque e qualquer intervenção realizada ao longo dos anos ocorreu dentro de critérios técnicos e sem intenção de causar desequilíbrio ambiental.
O tamanho e a complexidade da área tornam o CT um dos mais completos do país para categorias de base, fator que o Palmeiras usa como argumento para defender sua permanência. Com mais de 45 mil metros quadrados e infraestrutura profissional, o local permite que os jovens treinem, se recuperem e disputem partidas sem a necessidade de deslocamentos constantes.
Postagem do Palmeiras sobre time Sub-15 (Foto: reprodução/Instagram/@palmeiras)
Também há preocupação sobre os impactos que uma eventual desativação traria para famílias, comissões técnicas e todo o fluxo de profissionais envolvidos na base. O clube entende que a decisão judicial pode comprometer anos de investimento em estrutura, metodologia e captação de atletas.
Por isso, o departamento jurídico trabalha para apresentar documentos, laudos e comprovações de que o espaço sempre buscou atender às normas ambientais, na esperança de evitar que um centro tão significativo para o desenvolvimento esportivo do estado seja demolido.
CT do Palmeiras em risco
A disputa judicial iniciou em 2012, quando o Ministério Público moveu a ação alegando que o Palmeiras não cumpriu as contrapartidas previstas no acordo firmado para utilizar o terreno do Parque Ecológico do Tietê. Segundo o MP, o clube deixou de entregar obrigações ambientais e estruturais estabelecidas desde 1998, ano em que o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) cedeu a área por 50 anos. A decisão em primeira instância saiu apenas na última sexta-feira, reacendendo um conflito que se arrasta há mais de uma década.
O Palmeiras, por sua vez, argumenta que herdou uma área antes marcada por abandono, descarte irregular de lixo e ocupações clandestinas. O clube afirma que investiu na revitalização do espaço, reforçou a segurança e manteve atividades que ajudaram a valorizar o entorno.
