Acordo de paz encerra guerra entre Israel e Hamas após dois anos de conflito
O entendimento de paz mediado por Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia estabelece um cessar-fogo contínuo, troca de prisioneiros e uma retirada gradual das forças israelenses de Gaza

Nesta quinta-feira (09), Khalil Al-Hayya, um dos líderes do Hamas, declarou que a guerra com Israel chegou ao fim. De acordo com ele, o grupo recebeu promessas de um cessar-fogo permanente, apresentadas pelos Estados Unidos e intermediários de nações árabes.
Essa declaração surge após um período de intensas discussões sobre o plano de paz sugerido pelos EUA, que começou a ser analisado no final de setembro. Espera-se que todos os reféns que permanecem vivos sejam liberados até a próxima segunda-feira (13), enquanto membros do governo israelense se reúnem para oficializar a aprovação do acordo.
Negociações contaram com a participação de diversos mediadores
A proposta de acordo foi organizada com a mediação dos governos do Egito, Catar e Turquia, e prevê que Israel solte aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos, em troca da devolução de reféns, sejam eles vivos ou mortos, sequestrados durante os ataques em 2023.
Além disso, a proposta contempla a retirada das tropas israelenses de Gaza, a interrupção dos bombardeios e um aumento no envio de assistência humanitária, incluindo alimentos, água e medicamentos. A mídia internacional indica que o cessar-fogo deverá ser iniciado em até 24 horas depois da validação do acordo.
Dificuldades relacionadas aos corpos dos reféns falecidos
Um dos assuntos mais complicados do acordo é a devolução dos corpos dos reféns que perderam a vida durante o cativeiro. Segundo reportagens da mídia dos EUA, o Hamas declarou que não conseguiu encontrar todos os corpos das vítimas, o que pode adiar o início oficial do cessar-fogo.
Mulheres lamentando as mortes causadas pela guerra (Foto: reprodução/Said Khatib/ Getty Images Embed)
Para superar esse impasse, a Turquia anunciou a formação de uma força-tarefa internacional que irá ajudar nas buscas em várias áreas da Faixa de Gaza. O grupo conta com a participação de representantes dos Estados Unidos, Egito, Catar e Israel.
Pontos e incertezas do acordo
Apesar do anúncio do cessar-fogo, muitos aspectos do acordo ainda não foram tornados públicos. Entre esses aspectos estão a estrutura de governo em Gaza, a anistia para membros do Hamas e a desmilitarização da região.
A proposta elaborada pela Casa Branca também inclui a formação de um governo palestino provisório, composto por um comitê técnico e sem vínculos políticos, até que o poder seja transferido para a Autoridade Palestina sob a condição de que reformas internas sejam realizadas.
De acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o plano representa “os primeiros passos para a paz duradoura” na região do Oriente Médio. Através de uma plataforma de redes sociais, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu celebrou o acordo, referindo-se a ele como uma “vitória moral e diplomática” para o país.