Israel deporta Greta Thunberg e outros 170 ativistas participantes de flotilha
Após interceptação por tropas israelenses, ativista sueca e 170 ativistas foram deportados; total chega a 340. Brasileiros seguem detidos, diz Itamaraty

Nesta segunda-feira (6), o governo de Israel deportou a ativista Greta Thunberg e outros 170 ativistas depois de uma flotilha com mais de 40 barcos que estavam indo rumo à Faixa de Gaza ter sido redita por tropas israelenses.
O Ministério das Relações Exteriores israelense emitiu um comunicado sobre o ocorrido: “Mais 171 provocadores da flotilha Hamas–Sumud, incluindo Greta Thunberg, foram deportados hoje de Israel para a Grécia e a Eslováquia. (…) Todos os direitos legais dos participantes deste espetáculo de relações públicas foram e continuarão sendo plenamente respeitados“.
Há 13 brasileiros que participaram da ação ainda detidos em Israel, segundo o Itamaraty.
Posicionamentos de Greta
Foi compartilhada uma foto de Greta com outros ativistas no aeroporto antes do voo de deportação. Horas depois, Thunberg chegou à Grécia e discursou para apoiadores, que foram a receber no aeroporto de Atenas.
Greta Thunberg fez um pronunciamento forte e necessário após ser libertada de sua prisão ilegal por Israel.
“Ninguém pode dizer que não sabia do genocídio!”
Greta Thunberg fez um pronunciamento forte e necessário após ser libertada de sua prisão ilegal por Israel.É urgente que o mundo dê um basta no horror do regime sionista. Lula e o Itamaraty precisam intensificar a pressão pela… pic.twitter.com/idMhCG4JG4
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) October 6, 2025
Discurso de Greta Thunberg no Aeroporto de Atentas (reprodução/X/@fernandapsol)
Sem comentar sobre a denúncia de que teria sofrido maus tratos pelo governo de Israel durante sua detenção, Greta afirmou que utilizou a flotilha para ir à Gaza pois “ninguém foi acudir o povo palestino“. Ela também fez apelos para líderes mundiais e pessoas poderosas aplicarem seus privilégios e plataformas para “deixarem de ser coniventes” e se posicionarem.
Sobre a deportação
O governo de Benjamin Netanyahu é responsável por realizar um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo na área de Gaza, e interceptou na semana passada todos os barcos da flotilha que navegava rumo ao território palestino.
Segundo o governo israelense, os ativistas que foram deportados nesta segunda-feira são de múltiplas nacionalidades europeias e dos Estados Unidos. Além claro, dos brasileiros envolvidos.
Ao menos 340s ativistas já foram deportados por Israel, entre quase 450 detidos, e o desejo do governo israelense é finalizar as deportações “o mais rápido possível“, mesmo em meio a tentativas de obstrução, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Agora estão sendo realizado os trâmites para a deportação dos ativistas, que chama de ”provocadores”. Israel afirma que Greta e outros detidos haviam se recusado “a agilizar sua deportação e insistiram em prolongar sua permanência sob custódia“.
Denúncias
No domingo (5), o governo de Israel negou a denúncia realizada por dois ativistas de que que estaria maltratando Greta enquanto a mantinha detida e preparava sua transferência, os responsáveis pela denúncia também participaram da flotilha e já haviam sido deportados.
A interceptação dos barcos da flotilha gerou um impacto negativo e uma condenação internacional a Israel, tanto que nesta sexta-feira (3), o governo Lula denunciou Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta da ação.
A flotilha tinha como único objetivo levar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza e dar evidência sobre o impacto e o sofrimento causado pela guerra entre Israel e Hamas no território, conflito que irá completar dois anos na terça (7) e se iniciou após o ataque terroristas de membros do grupo palestino em território israelense, responsável por e 1.200 mortes e cerca de 250 foram levados como reféns.
Desde então, a guerra gerou uma grave crise humanitária entre os palestinos e a situação de fome generalizada e deixou mais de 67 mil mortos e quase 170 mil feridos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, tendo também a contagem chancelada pela ONU.
Brasileiros detidos
Segundo o Itamaraty e também a assessoria das embarcações, 15 brasileiros estavam na flotilha Sumud. Desses, 14 foram detidos e um já foi deportado. 13 ainda estão detidos em Israel, e receberam visita do governo brasileiro nesta segunda-feira, entre eles está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
Segundo informações dada ao GloboNews e pelo g1, os brasileiros se encontram no centro de detenção em Ketziot, no deserto de Negev, sendo este o maior centro de detenção de Israel em termos de área territorial. Todos se encontram em boas condições de saúde, segundo fontes diplomáticas.
Um brasileiro não foi detido por se encontrar em um barco diferente dos demais, a embarcação não estava prevista para passar da zona de alto risco determinada por Israel.
O integrante já deportado é um italo-argentino residente no Brasil e chegará ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira à noite.