Juiz destaca poder de Diddy para manter abusos e aplica pena de quatro anos

Apesar de alegar arrependimento e dizer que mudou, rapper recebeu sentença firme, marcada pela desconfiança da justiça sobre sua conduta futura

03 out, 2025
Sean 'Diddy' Combs| Reprodução/Paras Griffin/Getty Images Embed
Sean 'Diddy' Combs| Reprodução/Paras Griffin/Getty Images Embed

Sean “Diddy” Combs enfrentará mais de quatro anos atrás das grades após ser condenado a 50 meses de prisão por duas acusações relacionadas ao transporte para fins de prostituição. O veredito marca um dos capítulos mais graves da trajetória do produtor musical, que já vinha sendo alvo de investigações e polêmicas recentes envolvendo sua vida pessoal e profissional.

Além da pena de prisão, o juiz Arun Subramanian aplicou uma multa de US$ 500 mil, valor máximo permitido pela lei nesse caso. A quantia representa não apenas uma sanção financeira, mas também um símbolo da postura rigorosa do tribunal diante das acusações.

Juiz avalia conduta de Diddy

Ao anunciar a sentença, o juiz Arun Subramanian destacou a gravidade das ações cometidas por Sean “Diddy”, classificando-as como ofensas que deixaram marcas permanentes em duas mulheres. Segundo o magistrado, os crimes não foram episódios isolados, mas sim um padrão de conduta que se estendeu por mais de uma década, sustentado pelo poder e pelos recursos do artista.

Para Subramanian, essa realidade evidencia não apenas a dimensão do abuso, mas também como a influência e o prestígio de Combs permitiram que tais práticas. A fala do juiz reforçou a necessidade de responsabilização exemplar, destacando que o tribunal não tem plena confiança de que, em liberdade, o réu não voltaria a reincidir.


O rapper Sean "Diddy" condenado (Foto: reprodução/Instagram/@lorenamagazine)

O processo de definição da pena foi marcado por divergências entre acusação, defesa e o departamento de liberdade condicional. Enquanto os promotores federais defendiam uma condenação superior a 11 anos de prisão, como forma de estabelecer um precedente mais rigoroso, os advogados de Combs pediam apenas 14 meses, incluindo o tempo já cumprido, o que poderia resultar em sua libertação imediata.

Já o relatório do departamento de liberdade condicional recomendava um período entre 70 e 87 meses. Diante desse impasse, Subramanian optou por uma decisão fixando a pena em 50 meses e acrescentando uma multa.

Justiça nega fiança e mantém Diddy detido desde 2024

Preso desde setembro de 2024, Diddy teve todos os seus pedidos de liberdade sob fiança negados pela Justiça americana, permanecendo detido até a audiência final. O caso, acompanhado de perto pela imprensa, expôs tanto a gravidade das acusações quanto a resistência da Justiça em flexibilizar as condições diante do histórico apresentado.

No momento de falar ao tribunal, o rapper tentou demonstrar arrependimento, dizendo que “as pessoas podem mudar” e que ele próprio teria mudado. Segundo Diddy, experiências difíceis o abalaram de tal forma que transformaram sua trajetória “para melhor”. Ainda assim, o juiz destacou que somente o cumprimento da pena mostrará se essa mudança é genuína, reforçando o caráter de responsabilização da sentença.

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