União Brasil dá 24 horas para filiados deixarem cargos no governo

União Brasil exige saída de aliados do governo após Rueda ser citado em apurações ligadas ao PCC, aumentando a pressão política

19 set, 2025
Antonio Rueda | Reprodução/Sidney Lins Jr./União Brasil
Antonio Rueda | Reprodução/Sidney Lins Jr./União Brasil

O partido União Brasil decidiu nesta quinta-feira (18) que todos os filiados ocupando cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixem as funções em até 24 horas. A medida atinge diretamente o ministro do Turismo, Celso Sabino, e ocorre no mesmo momento em que o presidente do partido, Antônio Rueda, é citado em reportagens sobre suposto envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O prazo imposto pela sigla se encerra nesta sexta-feira (19).

Saída imediata do governo

A resolução do União Brasil obriga a entrega de cargos em ministérios, autarquias, fundações e empresas públicas. Quem não obedecer poderá responder a processo disciplinar por infidelidade partidária e até ser expulso da legenda. O estatuto do partido autoriza qualquer filiado a denunciar casos de descumprimento.

Celso Sabino, único ministro da sigla no governo, passa a ser o principal alvo da pressão. Sua permanência no cargo depende de um acordo político que ainda não foi anunciado. A decisão também antecipa o desembarque do União Brasil do governo, já que a sigla formalizou com o Progressistas a criação da federação União Progressista, com foco nas eleições de 2026.


Presidente do Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)

Rueda nega acusações

Além da disputa com o governo, o partido enfrenta repercussões das denúncias contra Antônio Rueda. Reportagens apontaram que o dirigente teria mantido contato com pessoas investigadas por ligação com o PCC. Ele nega qualquer envolvimento e afirma que as acusações têm caráter político, destinadas a desgastar sua imagem e enfraquecer a legenda.

Em nota, o União Brasil declarou apoio a Rueda e classificou as acusações como falsas. Paralelamente, a legenda tenta fortalecer sua posição para as próximas eleições presidenciais. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é o principal nome para disputar a Presidência, mas parte dos dirigentes da nova federação defende a aproximação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No centro dessa movimentação está Celso Sabino, cuja saída ou permanência no governo pode definir os rumos da relação entre o União Brasil e o Palácio do Planalto.

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