Desemprego recua e atinge 5,6%, o menor nível já registrado pelo IBGE

Com 6,1 milhões de pessoas ainda desocupadas, o país alcança um recorde histórico de ocupação e registra um avanço significativo no mercado de trabalho

16 set, 2025
Carteira de trabalho | Reprodução/Shutterstock/Gustavo Silveira
Carteira de trabalho | Reprodução/Shutterstock/Gustavo Silveira

O Brasil alcançou em julho uma das marcas mais expressivas desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. A taxa de desemprego recuou para 5,6% no trimestre encerrado, resultado que representa a menor proporção de desocupados já registrada pelo IBGE. No trimestre anterior, encerrado em abril, o índice estava em 6,6%, enquanto no mesmo período de 2024 havia sido de 6,9%.

A redução da desocupação corresponde a cerca de 1 milhão de pessoas a menos em busca de trabalho em comparação com o trimestre anterior. Ao todo, o número de desocupados chegou a 6,11 milhões, o menor patamar desde o fim de 2013. Esse cenário reforça o avanço da inserção de trabalhadores no mercado, com destaque para setores ligados à administração pública, educação, saúde e serviços sociais, que sozinhos geraram mais de 500 mil vagas.

Outro fator relevante foi a expansão da ocupação formal. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,1 milhões, o maior já registrado. Esse crescimento ajudou a reduzir o desemprego e deu mais robustez ao mercado de trabalho brasileiro, que se mantém resiliente mesmo em um contexto de desaceleração econômica gradual.


Comparativo dos índices de desemprego por regiões no Brasil em 2023 (Foto: Reprodução/Instagram/@minutosdevalor)

Informalidade perde espaço, mas se mantém elevada

Apesar da melhora dos indicadores, a informalidade ainda responde por uma parcela significativa do mercado. O levantamento do IBGE aponta que 38,8 milhões de brasileiros estão em ocupações informais, seja como empregados sem carteira assinada, seja como trabalhadores por conta própria. O total representa 37,8% da população ocupada, uma leve queda em relação ao mesmo período de 2024, quando o índice estava em 38,7%.

O trabalho por conta própria, em especial, vem crescendo. No trimestre encerrado em julho, 25,9 milhões de pessoas se enquadravam nessa categoria, recorde da série histórica. Esse aumento mostra que, embora a formalização esteja avançando, a busca por alternativas de renda fora do vínculo empregatício ainda é expressiva.

Para analistas do IBGE, o movimento atual reflete um mercado em reestruturação. A expansão de empregos formais, embora significativa, não elimina a relevância da informalidade como porta de entrada ou complemento de renda. Mesmo assim, a queda da taxa geral de informalidade indica que há espaço para maior estabilidade no emprego e avanços no nível de proteção social.

Renda cresce e sustenta consumo das famílias

O bom desempenho do mercado de trabalho se refletiu também no crescimento da renda. O rendimento médio habitual do trabalhador foi estimado em R$ 3.484 no trimestre, aumento de 1,3% em relação ao período anterior e de 3,8% em comparação com o mesmo trimestre de 2024. Já a massa de rendimentos alcançou R$ 352,3 bilhões, um novo recorde, com alta de 6,4% no acumulado de um ano.

Esse fortalecimento da renda tem efeito direto sobre o consumo das famílias, especialmente em setores mais sensíveis à demanda, como comércio e serviços. Segundo economistas, a expansão da massa salarial ajuda a sustentar a economia mesmo em um cenário de juros elevados, contribuindo também para conter a inflação de serviços.

No entanto, especialistas alertam que a fase de forte expansão pode estar próxima da estabilização. O número de ocupados atingiu 102,4 milhões, recorde histórico, mas tende a mostrar sinais de acomodação nos próximos meses. Ainda assim, a queda do desemprego, a melhora da formalização e a alta na renda consolidam um retrato positivo do mercado de trabalho brasileiro em 2025.

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