Justiça do Rio nega HC a Oruam e mantém prisão preventiva do rapper
Desembargadora nega habeas corpus e cita comportamento violento de Oruam durante cumprimento de mandado contra amigo; defesa ainda pode recorrer da decisão

A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou, nesta semana, o pedido de liberdade do rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam. A decisão, proferida pela desembargadora Marcia Perrini Bodart, confirmou a manutenção da prisão preventiva do artista, que responde por tentativa de homicídio qualificado contra dois agentes da Polícia Civil: o delegado Moyses Gomes e o investigador Alexandre Ferraz.
Justiça considerou comportamento agressivo do acusado
Em sua fundamentação, a magistrada destacou que as provas colhidas durante as investigações demonstram claramente a conduta violenta e desafiadora do músico. Os registros incluem tanto os confrontos presenciais com as autoridades policiais quanto as diversas manifestações agressivas publicadas pelo artista em suas redes sociais. A decisão judicial considerou essencial manter a medida cautelar prisional para preservação da ordem pública e da segurança coletiva, uma vez que o comportamento do réu durante todo o processo indicava clara tendência à reincidência.
Registro oficial do rapper Oruam na Penitenciária Serrano Neves (Reprodução/Instagram/@casobrasil)
O caso remonta a uma operação policial realizada em julho deste ano, quando Oruam teria resistido violentamente ao cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência. Segundo os autos do processo, o artista não apenas desacatou os policiais como também teria feito ameaças graves contra os agentes. A situação foi amplamente documentada tanto pelos próprios policiais quanto por materiais que circularam nas redes sociais.
Defesa poderá recorrer da decisão
A equipe de defesa do rapper, alegou em seus argumentos que a prisão preventiva configurava medida excessiva e desproporcional. Os defensores solicitaram a substituição da custódia por medidas alternativas como uso de tornozeleira eletrônica ou recolhimento domiciliar noturno. No entanto, a magistrada considerou que tais medidas não seriam suficientes para garantir a ordem pública nem a continuidade do processo.
Atualmente, Oruam permanece custodiado na Penitenciária Serrano Neves, localizada no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O artista, que se entregou espontaneamente às autoridades logo após a decretação de sua prisão, está em cela comum do presídio. O caso segue em tramitação na Justiça fluminense, com prazo de dez dias para manifestação do Ministério Público sobre os próximos passos processuais.