Justiça do Rio nega HC a Oruam e mantém prisão preventiva do rapper

Desembargadora nega habeas corpus e cita comportamento violento de Oruam durante cumprimento de mandado contra amigo; defesa ainda pode recorrer da decisão

07 ago, 2025
Oruam se apresenta à polícia após ter prisão preventiva decretada | Reprodução/Instagram/@casobrasil
Oruam se apresenta à polícia após ter prisão preventiva decretada | Reprodução/Instagram/@casobrasil

A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou, nesta semana, o pedido de liberdade do rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam. A decisão, proferida pela desembargadora Marcia Perrini Bodart, confirmou a manutenção da prisão preventiva do artista, que responde por tentativa de homicídio qualificado contra dois agentes da Polícia Civil: o delegado Moyses Gomes e o investigador Alexandre Ferraz.

Justiça considerou comportamento agressivo do acusado

Em sua fundamentação, a magistrada destacou que as provas colhidas durante as investigações demonstram claramente a conduta violenta e desafiadora do músico. Os registros incluem tanto os confrontos presenciais com as autoridades policiais quanto as diversas manifestações agressivas publicadas pelo artista em suas redes sociais. A decisão judicial considerou essencial manter a medida cautelar prisional para preservação da ordem pública e da segurança coletiva, uma vez que o comportamento do réu durante todo o processo indicava clara tendência à reincidência.


Foto do rapper Oruam usada em sua ficha de detento, tirada após sua entrada na Penitenciária Serrano Neves, no Complexo de Gericinó.

Registro oficial do rapper Oruam na Penitenciária Serrano Neves (Reprodução/Instagram/@casobrasil)

O caso remonta a uma operação policial realizada em julho deste ano, quando Oruam teria resistido violentamente ao cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência. Segundo os autos do processo, o artista não apenas desacatou os policiais como também teria feito ameaças graves contra os agentes. A situação foi amplamente documentada tanto pelos próprios policiais quanto por materiais que circularam nas redes sociais.

Defesa poderá recorrer da decisão

A equipe de defesa do rapper, alegou em seus argumentos que a prisão preventiva configurava medida excessiva e desproporcional. Os defensores solicitaram a substituição da custódia por medidas alternativas como uso de tornozeleira eletrônica ou recolhimento domiciliar noturno. No entanto, a magistrada considerou que tais medidas não seriam suficientes para garantir a ordem pública nem a continuidade do processo.

Atualmente, Oruam permanece custodiado na Penitenciária Serrano Neves, localizada no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O artista, que se entregou espontaneamente às autoridades logo após a decretação de sua prisão, está em cela comum do presídio. O caso segue em tramitação na Justiça fluminense, com prazo de dez dias para manifestação do Ministério Público sobre os próximos passos processuais.

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