Trump diverge de Netanyahu e diz que fome na Faixa de Gaza é real
Líder norte-americano pretende trabalhar com outros países para ajudar a população de Gaza que sente os efeitos do conflito que ocorre na região

Após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarar que não há fome na Faixa de Gaza, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (28), que a escassez de alimentos na região existe e que não é possível dizer o contrário.
A fala do líder dos EUA ocorreu durante um encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, na Escócia. De acordo com Trump, Israel pode fazer muito pelo acesso a alimentos, tendo muita responsabilidade pelo fluxo de colaboração do tema.
Discursos divergentes
Em uma conferência cristã em Jerusalém no último domingo (27), Netanyahu afirmou que a fome em Gaza inexiste, pois Israel concedeu a liberação de ajuda durante os conflitos ocorrentes na região.
Em contrapartida, Donald Trump afirmou, em reunião que participou na Escócia, que o problema da falta de alimentos para a população da região atingida pelos conflitos entre Israel e Hamas existe, e que os EUA trabalharão com outros países para assistir os habitantes do local, com o fornecimento de produtos para consumo e saneamento.
Palestinos lutando contra a fome nas proximidades da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Alshaer/Anadolu via Getty Images Embed)
Confronto extenso
Após o grupo terrorista Hamas ter lançado um ataque contra Israel, em outubro de 2023, os atingidos dessa ofensiva respondem até os dias atuais com intensos ataques. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, até o dia 13 de julho deste ano, cerca de 58 mil pessoas morreram, e outras 138 mil ficaram feridas, em decorrência dos ataques israelenses na região.
Desse número de vítimas, o ministério não faz distinção entre combatentes do Hamas e civis, mas acredita que a maioria sejam mulheres e crianças. Já Israel afirma que ao menos 20 mil eram integrantes do grupo terrorista.
A população de Gaza caiu de 2,2 milhões para 2,1 milhões de habitantes, do início do confronto até os dias atuais, conforme o Escritório Central de Estatísticas da Palestina. Além das mortes, outras 100 mil palestinos se mudaram da região, o que justifica a diminuição de moradores do local em conflito.
Fontes de Israel também se manifestaram, e afirmam que, em decorrência dos confrontos, cerca de 1.650 pessoas, contando israelenses e estrangeiros, foram mortos 1.200 em 7 de outubro de 2023, dia da ofensiva do Hamas que culminou no conflito atual vigente, e outros 446 soldados que vieram a óbito em Gaza ou na fronteira com Israel.