Indústria e agronegócio são afetados com taxação ao Brasil
Tarifas de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump afetam setores indústria nacional e pode afetar geração de emprego no Brasil
O Brasil foi pego de surpresa na noite de ontem (09) com o anúncio da taxação de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciado por Donald Trump em suas redes sociais, que entram em vigor no dia 1 de agosto.
As tarifas irão atingir em cheio setores da indústria brasileira como o de calçados e também o agronegócio, que hoje é o maior exportador de produtos para os Estados Unidos. A preocupação do governo brasileiro e dos produtores é que, além dos resultados, esse tarifaço atinja a geração de empregos nos setores que mais sofrem com a taxação.
Alinhado com políticas de Trump, agronegócio é o setor mais afetado
O agronegócio é o setor mais atingido pela taxação, afinal, está presente em várias refeições do povo estadunidense, principalmente no café da manhã. Produtos como o café e o suco de laranja enfrentarão aumento de 50% para os EUA.
O café consumido nos Estados Unidos, por exemplo, é importado do Brasil, e aumentou a demanda após troca de represálias entre o governo colombiano e o estadunidense, após a crise das exportações de cidadãos colombianos ocorrida no início do mandato de Donald Trump.
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Governo afirma que tarifaço é um atentado a soberania nacional (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)
Outro produto ligado ao agro que vai ser atingido em cheio com a taxação é a produção de carne brasileira. O aumento das taxas pode significar um entrave no comércio exterior, fazendo com que o setor fique estagnado.
O agro é um setor conhecido no Brasil por ser alinhado com as medidas econômicas com o governo Donald Trump e por ter apoiado de forma massiva o governo Bolsonaro, que trouxe várias vantagens para o setor, o que gera críticas dentro do país.
Indústria também terá perdas com taxação
Além do agro, o setor industrial brasileiro também será impactado com a taxação aplicada pelos Estados Unidos ao Brasil.
O setor de plástico, responsável por exportar máquinas e equipamentos para os EUA, deve ser atingido pelas importações. Além desses itens, o setor também exporta embalagens para os produtos americanos e também exportados pelo Brasil.
Outro setor afetado é o de calçados, que, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, registrou um aumento de 24,5% nas exportações durante os meses de maio e junho de 2025, puxado principalmente pelo aumento de 40% das importações feita pelos Estados Unidos, que virou o principal destino do produto brasileiro no mundo.
Especialistas e representantes esperam bom senso para revogação das taxas
Associações de setores econômicos afetados pela taxação e especialistas confiam que governo brasileiro e estadunidense vão negociar para que as taxas não sejam aplicadas e tenham bom senso no acordo.
Para o vice-presidente a Associação Brasileira do Agronegócio, Ingo Ploger, a política brasileira tem que se mexer para que o governo estadunidense retire esse “castigo político” que desfavorece tanto o setor de exportações do Brasil como o consumidor dos Estados Unidos.
Para especialistas, os impactos da taxação já começam logo no mercado financeiro com o aumento do dólar, tendo em vista a elevação do nível de incerteza com relação à economia brasileira.
Pelo Brasil estar entre os dez países onde os Estados Unidos possuem maior superávit comercial, a expectativa é que o impacto seja imediato nos dois países e que o Brasil perca mercado por seus produtos ficarem mais caros para o consumidor estadunidense.
A tendência, segundo os especialistas, é que o Brasil tenha duas opções neste caso. A primeira seria negociar com o governo estadunidense para zerar ou baixar essa taxação. Porém, também existe a expectativa que com a lei de Reciprocidade Econômica, o governo brasileiro responda à taxação aplicando os mesmos valores e buscando novos parceiros comerciais para vender seus produtos.
