FAB decide equipar caças com mísseis para garantir segurança da cúpula do BRICS no Rio

A medida inédita desde os Jogos Olímpicos de 2016 visa reforçar a segurança aérea durante o evento, que reunirá líderes de potências como China, Rússia, Índia e África do Sul

02 jul, 2025
Aeronave brasileira | Reprodução/Getty Imagens Embed/Andressa Anholete
Aeronave brasileira | Reprodução/Getty Imagens Embed/Andressa Anholete

 A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou nesta terça-feira (01), que irá acoplar mísseis aos seus aviões de caça durante a operação de segurança para a Cúpula do BRICS, que ocorrerá no Rio de Janeiro em outubro deste ano. Esta será a primeira vez desde as Olimpíadas de 2016 que a FAB usará armamentos reais em missões de patrulhamento aéreo em território nacional.

Segurança máxima para evento internacional

A medida foi tomada diante da complexidade da operação de segurança aérea que envolve o encontro de chefes de Estado de países que integram o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além de novos membros convidados, como Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A expectativa é de que a reunião reúna dezenas de autoridades internacionais, o que requer um aparato robusto para prevenir qualquer tipo de ameaça, incluindo ataques terroristas ou invasões do espaço aéreo restrito.

Os mísseis que serão utilizados são do tipo ar-ar, como o A-Darter, de fabricação sul-africana em parceria com o Brasil, e o Python 4, de origem israelense. Eles estarão acoplados a caças F-5EM e Gripen E/F da FAB, que atuarão na defesa aérea do perímetro do evento.

Segundo o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), os caças armados com mísseis farão parte da chamada “Zona de Exclusão Aérea”, que será criada sobre a cidade do Rio de Janeiro nos dias da cúpula. Aeronaves que invadirem essa zona sem autorização poderão ser interceptadas e, em casos extremos, abatidas, conforme previsto na Lei nº 13.097/2015.

Olimpíadas de 2016

A última vez que a FAB adotou essa configuração armada foi durante os Jogos Olímpicos do Rio, quando uma estrutura semelhante de segurança aérea foi implementada. Na época, nenhuma ocorrência grave foi registrada, mas a presença dos caças armados serviu como fator de dissuasão.


Abertura dos jogos olímpicos no rio de Janeiro em 2016 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/WILLIAM WEST)

De acordo com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a decisão reforça a postura do Brasil como anfitrião responsável. “Estamos garantindo que todas as condições de segurança estejam atendidas para um evento dessa magnitude”, afirmou em coletiva.

Mais notícias