Gianne Albertoni: “Sou reinvenção. Porque a cada fase escolho me transformar – com alma”
Com décadas de profissionalismo, Gianne abre o coração, numa conversa sincera, e fala sobre a rotina de trabalho e o lado de pessoal

Aos olhos do grande público, Gianne Albertoni é sinônimo de elegância e carisma. Modelo, atriz e apresentadora, ela percorreu as passarelas mais prestigiadas do mundo antes de conquistar a televisão brasileira com seu estilo leve, espontâneo e sempre muito profissional. Mas sua trajetória vai muito além dos holofotes – é uma história de reinvenção, disciplina e paixão pelo que faz.
Na carreira, Gianne foi descoberta ainda aos 13 anos, de forma quase cinematográfica, em São Paulo, pelo fotógrafo Sérgio Valle Duarte. Pouco tempo depois, já estava desfilando para grifes como Versace, Armani, Prada e Dolce & Gabbana. Seu rosto estampou capas internacionais e a colocou na seleta lista das modelos brasileiras que brilharam nos anos 1990, abrindo caminho para muitas que vieram depois.
Ao contrário de muitas modelos que tentaram migrar para outras áreas, Gianne fez essa transição com naturalidade e talento. No cinema, teve papéis marcantes em filmes como “Popstar Xuxa” (2000), “Muita Calma Nessa Hora” (2010), “Muita Calma Nessa Hora 2 (2014) “Chacrinha” (2018), provando que sua atuação era mais do que um charme ocasional. Também passou por novelas como “Casos e Acasos” (2008) e séries brasileiras, sempre com uma presença magnética.
Na televisão, Gianne mostrou um novo lado de sua personalidade: descontraída, comunicativa e com um timing perfeito para o entretenimento. Ela encantou o público à frente de programas como o Hoje em Dia, na Record TV, onde esteve por anos ao lado de nomes como Edu Guedes e Celso Zucatelli. Seu estilo direto e elegante a tornou uma das apresentadoras mais queridas do país.
Em entrevista exclusiva à revista Lorena Magazine R7, Gianne fala sobre sua carreira e como tem administrado a vida corrida com o lado pessoal. A modelo ainda faz questão de deixar dicas para aqueles que querem seguir a carreira de modelo.
Você foi descoberta aos 13 anos e, aos 17, já desfilava para Versace. Como é olhar hoje para aquela menina que encantou o mundo da moda tão cedo?
É como rever uma versão de mim que ainda nem sabia quem era. Tão jovem, tão crua… mas com uma coragem imensa. Sinto ternura e admiração por aquela menina. Ela abriu caminhos que hoje eu percorro com mais consciência.
Do glamour das passarelas internacionais para os estúdios de TV: o que te fez trocar o salto alto pelo microfone?
Sempre amei comunicação. A TV me ofereceu algo que a passarela não dava: voz. Eu quis sair do lugar de quem é olhada para o lugar de quem olha, ouve, provoca reflexão. Foi um movimento natural.
Qual foi o momento mais difícil — e o mais mágico — da sua trajetória até agora?
O mais difícil foi lidar com a solidão em meio ao barulho da fama. Viajar o mundo tão nova, longe da família, dos amigos, a pressão… tudo isso cobra um preço.
O mais mágico? O nascimento do Werk It, sem dúvida. Um projeto que nasceu da amizade, do amor à moda e da vontade de transformar. É um marco para mim.
Você já se sentiu presa à imagem de modelo linda e loira? Como lida com os rótulos?
Sim, claro. Durante muito tempo senti que havia uma expectativa de silêncio, como se beleza e profundidade fossem opostos. Mas aprendi a subverter isso com trabalho e autenticidade. Hoje, não fujo dos rótulos — mas também não me encaixo neles.
O que o público não sabe sobre você que gostaria que soubessem?
Que sou extremamente caseira. Amo o silêncio, bichos, natureza. Sou intensa e observadora. Por trás do brilho, tem alguém que adora o simples.
Você viveu os bastidores da moda internacional nos anos 90 e 2000. Que segredos jamais contados você poderia revelar hoje?
Que por trás de cada clique existe exaustão, espera, improviso. Era uma intensidade quase caótica, mas fascinante. E também havia cumplicidade entre as modelos — como uma pequena irmandade silenciosa.
Já pensou em desistir da fama? Teve algum momento em que quis sumir dos holofotes?
O meu reconhecimento veio do trabalho, passo a passo. Então nunca pensei em desistir. Mas não é fácil manter o equilíbrio quando tudo ao seu redor gira tão rápido. E foi nesses momentos que me reconectei comigo mesma. Aprendi que sumir também é necessário para voltar inteira.
Quem é a Gianne por trás das câmeras?
Sou uma mulher sensível, intensa, curiosa e extremamente leal às minhas verdades. Levo a sério meu tempo, minha saúde e minhas relações. Sou feliz em casa, cuidando dos meus cachorros, das plantas e de quem eu amo.
Amores, amizades, decepções… o que mais te moldou como mulher fora dos palcos e da TV?
A perda da minha mãe me mudou para sempre. Mas também os amores que deixaram marcas, as amizades que me sustentaram, as quedas que viraram força. A vida me esculpiu — e sigo me deixando esculpir.
Se pudesse dar um conselho para jovens que estão começando hoje no mundo da moda, qual seria — e o que você gostaria de ter ouvido quando começou?
Cuide da sua essência como cuida da sua imagem. A fama passa, os holofotes apagam — mas o que você constrói dentro fica. Eu teria gostado de ouvir: você não precisa se encaixar. Crie o seu próprio molde.
Se pudesse se definir em uma palavra ou frase, qual seria?
Sou reinvenção. Porque a cada fase, escolho me transformar — com alma.
Créditos
Apresentadora e Modelo: @albertonigianne
Fotografia: @thaiscunhaff
Beauty: @corral.makeup
Stylist: @marinakafer
Press: @casnovo
Agência: megamodelbrasil
Entrevista: @andrep.jornalista
Editora Chefe: @lorenalouisy
Editor Criativo: @leandrobernardesr
Capa: @pegabrel
Repórter: André Pontes