Parceria entre OpenAI e Microsoft à beira do colapso
Após anos de parceria, a união da OpenAI e Microsoft deve está chegando ao fim devido a tensões em seus modelos de negociação e administração para o futuro

A aliança tecnológica mais revolucionária da década aparenta estar entrando em colapso. A OpenAI, criadora do ChatGPT, e a Microsoft, sua principal investidora desde 2019, enfrentam tensões crescentes em negociações que poderão redefinir o curso de ambas as empresas e do mercado de IA.
Origem da crise
A OpenAI deseja formalizar sua transição para uma Corporação de benefício público com fins lucrativos, para viabilizar aportes bilionários (incluindo potencial IPO). Contudo, essa mudança depende da concordância da Microsoft. Sem isso, a OpenAI pode perder até US$ 20 bilhões em investimentos até o final do ano.
A Microsoft, que já injetou mais de US$ 13 bilhões na OpenAI, busca uma participação entre 20% e 49% na nova empresa, além de manter seu atual modelo de participação nas receitas (20%, até US$ 92 bilhões).
Outro ponto crítico envolve a aquisição da Windsurf, startup de IA voltada a codificação (concorrente do GitHub Copilot). A OpenAI quer restringir o acesso da Microsoft à IP da Windsurf, algo que desagrada a gigante de Redmond. O impasse intensificou o atrito.
Além disso, fontes do Wall Street Journal revelam que executivos da OpenAI chegaram a discutir a abertura de uma ação antitruste contra a Microsoft. Essa medida incluiria pedir intervenção de órgãos regulatórios federais e uma campanha pública, cenário que pode abalar a parceria secular.
Riscos e perspectivas de renegociações
Uma ruptura entre elas afetaria o investimento de SoftBank, que comprometeu até US$ 30 bilhões, com risco de o financiamento ser reduzido em US$ 10 bi se o fortalecimento estrutural não ocorrer até o fim do ano. Já do lado da Microsoft, pode haver redução de receitas (caso perca exclusividade sobre modelos), queda na influência na evolução da IA e necessidade de ampliar cooperação com outras plataformas, o que já começou a ocorrer com integração de modelos concorrentes como o Grok da xAI.
União entre OpenAI e Microsoft (Foto: reprodução/Lionel Bonaventure/Getty Images Embed)
Apesar do clima tenso, documentos públicos e fontes oficiais ressaltam que as negociações continuam em um bom estado, com ambas as partes declarando otimismo. No entanto, se não houver um acordo até o fim de 2025, o contrato atual (com validade até 2030) poderá ser desfeito. A Microsoft já sinalizou que pode seguir amarrada ao pacto até lá.
Para a OpenAI, o foco da disputa é a capacidade de operar com independência, continuar adquirindo novos ativos como a Windsurf e diversificar parceiros de infraestrutura (Google Cloud, Oracle, CoreWeave).
Já a Microsoft visa assegurar que terá direitos sobre as novas gerações de IA (incluindo uma eventual AGI), e questões de receita continuadas, além de prioridade estratégica para manter vantagem competitiva.
Então a relação que moldou o cenário da IA moderna está por enfrentar um divisor de águas. De um lado, a OpenAI busca independência, novas fontes de capital e controle sobre sua expansão. De outro, a Microsoft não quer abrir mão de sua posição privilegiada e das receitas geradas. O resultado dessas negociações pode mudar para melhor ou pior a dinâmica do setor de inteligência artificial.