Trump exige “rendição incondicional” do Irã em meio a conflito contra Israel

Presidente dos EUA declarou que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, é “alvo fácil” mas o governo americano não pretende matá-lo “pelo menos por enquanto”

17 jun, 2025
Donald Trump e o Líder do Irã, Ali Khamenei | Reprodução/ X/@@realDonaldTrump/Majid Saeedi/Getty Images Embed |
Donald Trump e o Líder do Irã, Ali Khamenei | Reprodução/ X/@@realDonaldTrump/Majid Saeedi/Getty Images Embed |

A escalada do conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar com a intervenção direta dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump. A postura americana oscilava entre ameaças e aberturas diplomáticas e pendeu para uma linha mais agressiva, culminada na exigência de “rendição incondicional” do Irã.

Exigência de rendição como um ponto de virada

Esta exigência implica na submissão total do Irã às demandas dos EUA e de Israel sem termos negociados. Trump expressou frustração com a incapacidade dos líderes iranianos de chegar a um acordo prévio e declarou que não está “muito no clima para negociar”, e que busca “um fim real” para o conflito, não apenas um cessar-fogo temporário.


Donald Trump posta na rede social Truth “aviso” para liderança do Irã (Reprodução: Truth Social/@realDonaldTrump)

Intensificação da pressão americana

Além da demanda por rendição, o presidente afirmou que os EUA detêm “controle completo dos céus sobre o Irã” e que sabem “exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está escondido”, referindo-se ao aiatolá Ali Khamenei, embora tenha ressaltado que não pretende “eliminar” Khamenei “por enquanto”.

A administração Trump reitera que o Irã “não pode ter uma arma nuclear” e responsabiliza o governo iraniano pela ausência de um acordo sobre seu programa nuclear, que, segundo Washington, teria evitado as mortes no conflito atual. Navios de guerra e aeronaves militares americanos, realocados na região, alimentam as especulações sobre uma intervenção militar direta.

Possibilidade de eliminação de Khamenei

O ataque surpresa lançado sobre o Irã na última sexta-feira (13) eliminou a alta cúpula militar iraniana e vários cientistas do programa nuclear do país, mas poupou o aiatolá Ali Khamenei e o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Posteriormente, em declarações à emissora americana ABC News, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu não descartou a hipótese de também atacar Khamenei, argumentando que sua morte não “escalaria o conflito”, mas o encerraria.

A declaração de Netanyahu veio à tona em meio a especulação que Donald Trump teria vetado um plano israelense de assassinar o líder iraniano. Netanyahu, no entanto, negou veementemente qualquer veto da Casa Branca, afirmando: “Há tantas notícias falsas que nunca aconteceram e não vou entrar nesse assunto. Nós fazemos o que precisamos fazer”.

Objetivos de Israel

O premiê israelense reiterou a visão de que o Irã “quer uma guerra eterna” e que Israel tem enfrentado “meio século de conflito espalhado por esse regime”. Militares israelenses indicam que o objetivo principal do país é eliminar a “dupla ameaça” iraniana: seu programa nuclear e seus mísseis balísticos.

Contudo, Netanyahu em suas declarações, sugere que a queda do regime dos aiatolás, que governa o Irã desde 1979, poderia abrir caminho para uma nova ordem, possivelmente com maior integração entre Israel e países árabes.

Mais notícias