Klausner exalta cores explosivas e texturas em desfile para PFW Verão 26

Sob a direção criativa de Julian Klausner, o desfile Verão 26 na Semana de Moda de Paris, da maison Dries Van Noten, confirma uma narrativa visual caracterizada por contrastes fortes e composições sofisticadas. A coleção estabelece um diálogo entre exuberância e equilíbrio, investigando tons vibrantes de amarelo, laranja marcante e rosa quase elétrico, mantendo a harmonia estética que define a marca. Em cada peça, texturas ricas e padrões inspirados em paisagens orientais e lembranças cinematográficas enfatizam a ideia de reinventar o clássico com originalidade e frescor.

Cores e contrastes tomam protagonismo

No lançamento da estação verão 26, Klausner utiliza uma paleta audaciosa para colocar superfícies e silhuetas no centro das atenções. Amarelos vibrantes e verdes pulsantes interagem com rosas e laranjas em combinações surpreendentes, criando pontos de tensão visual que, mesmo assim, preservam a coesão.


Desfile da maison Dries Van Noten durante o Paris Fashion Week verão 26 (Foto: reprodução/Redação/FFW)

Elementos bordados, aplicações e tecidos com brilho pontual aumentam a variedade de cores, ao passo que os padrões  paisley, manchas e motivos sutis  dialogam entre si, formando composições que aparentam fluir de maneira orgânica. Essa ousadia colorida destaca tanto o jogo visual quanto a intensidade expressiva que a cor pode ter no guarda-roupa.

Texturas, proporções e funcionalidade

Além das cores, a coleção investe em diversas texturas e escalas de proporção para manter sua identidade. Tecidos leves se mesclam a materiais estruturados, ao passo que recortes assimétricos e volumes pontuais transformam silhuetas tradicionais. Em detalhes, a aplicação de bordados tonais, relevos discretos e contrastes de superfície enriquece a experiência tátil.


Desfile da maison Dries Van Noten durante o Paris Fashion Week verão 26, lançado pelo diretor Julian Klausner (Foto: reprodução/Redação/FFW)

Simultaneamente, Klausner adiciona elementos mais “pé no chão”, como tênis minimalistas nos looks finais, estabelecendo um contraste prático à teatralidade predominante. Esse equilíbrio entre funcionalidade e exuberância destaca que a moda contemporânea, mesmo em propostas artísticas, precisa se conectar com a realidade.

Com essa coleção, Klausner demonstra que reinventar o legado de Van Noten não implica em eliminar sua essência, mas em reinterpretá-la com uma linguagem mais vibrante e atual. No Verão 26, a intensidade das cores, o trabalho textural e o foco na usabilidade se unem para um resultado que exalta a sofisticação sem abrir mão do apelo emocional da moda. Permanece a certeza de que, nesta proposta, o futuro de Van Noten vibra em cores mais ousadas.

Jonathan Anderson inaugura nova era na Dior feminina

Na Paris Fashion Week, Jonathan Anderson revela sua coleção inaugural feminina para a Dior, trazendo uma proposta estética marcante que combina inovação estrutural com sensibilidade poética. Tecidos pesados contrastam com transparências leves, bordados chamativos interagem com recortes angulares, resultando em uma coleção que parece oscilar entre o íntimo e o performático.

Anderson não se limita a redesenhar silhuetas; ele incorpora significados de emoção, contradição, luz e sombra em cada peça, evidenciando que sua perspectiva sobre a feminilidade transcende o que é visível.

Estrutura dramática versus fluidez emocional

O impacto da coleção está no contraste equilibrado entre a arquitetura da vestimenta e a expressão emocional. Jaquetas largas, ombros destacados e volumes esculturais rompem com as expectativas tradicionais, ao passo que vestidos soltos fluem com uma leveza quase líquida.


Coleção verão 26 maison Dior (Foto: reprodução/Instagram/@pottstudiouk)

A tensão visual criada pelas silhuetas geométricas e linhas retas é suavizada por meio de acessórios delicados, tecidos translúcidos e plissados suaves. Esse balanço destaca a intenção de Anderson de apresentar a mulher Dior como uma entidade versátil: determinada, sensível e resiliente.

Texturas, paleta e narrativa de contrastes

Na paleta, o estilista combina tons escuros profundos com brancos brilhantes e metálicos sutis, criando contrastes marcantes que iluminam e escurecem com a mesma intensidade. As texturas acentuam essa dualidade: couro rígido, cetim fluido, organza leve, todas dispostas em composições que sugerem uma tensão dramática.


Desfile da maison Dior durante o Paris Fashion Week verão 26 (Vídeo: reprodução/Instagram/@dior)

Os detalhes decorativos, como bordados tonais ou aplicações discretas, acrescentam valor sem sobrecarregar, preservando a fluidez do conjunto. A narrativa visual composta narra uma história de opostos: poder que se entrega à delicadeza, precisão que se inclina à emoção.

Na estreia feminina da Dior, Jonathan Anderson não oferece apenas roupas, mas também emoções palpáveis. A coleção desafia as expectativas, propõe novas identidades e apresenta uma Dior que transita entre texturas ásperas e delicadas, encarando essa dualidade como sua missão.

Ao inaugurar esta nova fase, Anderson deixa evidente que coloca a emoção e a estrutura no mesmo nível, reinventando a maison com ousadia e reverência ao mesmo tempo.