Zelensky pede mísseis a Trump, mas americano fala em ‘fazer acordos’

O presidente Donald Trump recebeu Volodymyr Zelensky na Casa Branca nesta sexta-feira (17). Após 2h30 de reunião, o presidente norte americano viajou para a Flórida, não chegou a falar com a imprensa, mas deixou uma mensagem em suas redes sociais:

“O encontro com o presidente Volodymyr Zelensky foi muito interessante e cordial, mas disse a ele, como sugeri ao presidente Putin, que é hora de parar com a matança e fazer um acordo.” disse o americano.

Zelensky disse que o encontro foi muito bom e amigável e que trataram de assuntos diversos, incluindo o tema sobre as defesas aéreas da Ucrânia, mas sem prolongar sobre assuntos de mísseis:

“Confiamos nos Estados Unidos, e acreditamos que o presidente quer acabar com esta guerra” disse o ucraniano.


Trump e Zelensky tiveram uma conversa produtiva na Casa Branca (Foto:reprodução/Mandel Ngan/Getty Images Embed)

Trump reitera uso e prioriza o governo

Durante as conversas, o presidente Zelensky vem solicitando ao presdiente Trump para que venda os mísseis Tomahawk para a Ucrânia. O armamento é um míssil teleguiado de longo alcance, onde daria acesso para o governo ucraniano fazer ataques com altíssimo grau de precisão. Entretanto, Donald Apesar dos pedidos do presidente ucraniano, Donald Trump recusou o pedido.

“Nós precisamos dos Tomahawks, nós gostariamos muito mais se eles não precisassem dos mísseis” disse Trump ao ser questionado sobre a situação.

Zelensky argumenta que o uso dos mísseis Tomahawks faria com que Vladmir Putin levasse mais a sério os apelos de Trump sobre o acordo para o fim da guerra na Ucrânia, e segundo um membro da delegação de Zelensky que conversou com a AFP sob anonimato, o presidente da Ucrânia mostrou alguns possíveis alvos a serem atacados com os mísseis.

Ao passar do ano, a relação entre ambos os presidentes oscilou bastante, com inclusive uma discussão entre os presidentes e com o vice de Trump, James David Vance, subindo o tom com o presidente ucraniano.

Porém, desde as ultimas semanas, o presidente norte-americano mudou sua postura em relação a guerra, citando até a recuperação dos territórios ucranianos tomados pela Rússia.

Telefonema para Putin

Na última quinta-feira (16), Trump entrou em contato com Vladmir Putin por telefone, e anunciou em sua rede social, que marcaram um encontro em Budapeste, na Hungria, na semana que vem, mas sem um local definido, onde assessores de ambos irão tentar encontrar o melhor caminho para uma paz entre os países

“Acabei de conversar com o presidente russo, Vladmir Putin, e foi muito produtiva. O presidente me elogiou pela conquista de paz no Oriente Médio, algo que segundo ele, era algo que era sonhado há séculos (…) Também conversamos sobre o comércio entre Rússia e Estados Unidos após o fim da guerra com a Ucrânia, acredito que a conversa de hoje foi teve muito progresso” disse o presidente.

Um porta-voz da Casa Branca informou que a conversa durou mais de 2 horas, e que o presidente americano ainda acredita em um encontro entre Zelensky e Putin para selar uma paz.

As promessas de paz na guerra da Ucrânia e no Oriente Médio foram fundamentais para o discurso de Trump em 2024, em detrimento às críticas que Joe Biden, útimo presidente antes de Trumo, sofreu pela forma como lidou com ambos os conflitos. No entanto, tal qual Joe Biden, Trump teve seus esforços negados por parte do presidente russo, que recusou formas de selar a paz entre os países.

EUA podem atender pedido e enviar mísseis Tomahawk à Ucrânia

No último domingo (28), o vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou que os EUA estão considerando aceitar o pedido da Ucrânia, e enviar mísseis Tomahawk de longo alcance para combater os invasores russos em território ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou que os EUA comercializassem mísseis a países europeus, que, por sua vez, os cederiam aos ucranianos.

A visão da Casa Branca sobre o conflito

Em entrevista ao programa norte-americano, “Fox News Sunday”, o vice-presidente do país, JD Vance afirmou que o presidente, Donald Trump, tomaria a decisão a respeito do pedido feito por Zelensky, em ter acesso aos mísseis que serviriam para expelir uma possível futura invasão russa na Ucrânia, e que os EUA continuam analisando uma série de pedidos dos europeus.

Vance disse também que as invasões realizadas pela Rússia em solo ucraniano produziu poucos avanços. Para o vice-presidente dos EUA, os russos precisam aceitar que muitas pessoas estão morrendo por conta de suas políticas, e não há nada vantajoso para mostrar em tais condutas.

No passado, Trump já havia negado uma solicitação semelhante a essa feita pela Ucrânia; entretanto, a aversão de Vladimir Putin, presidente da Rússia, para chegar a um acordo de paz, deixou o republicano frustrado com tal situação.


Zelensky, Donald Trump, e JD Vance reunidos no Salão Oval da Casa Branca, nos EUA (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

Grande alcance

Os mísseis Tomahawk são armas de grande alcance que podem ser lançados de submarinos contra alvos que estejam na terra ou no mar.

Esses mísseis usam uma combinação de GPS, Inertial Navegation System (INS), Terrain Contour Matching (TERCOM), e Digital Scene-Matching Area Correlation (DSMAC). Desenvolvido pela primeira vez nos anos 70 pela General Dynamics, o Tomahawk esteve à disposição das Forças Armadas norte-americanas em 1983, e foram utilizados pela primeira vez em 1991, na Guerra do Golfo, e posteriormente em ataques contra o Iraque, Síria, Líbia e Sérvia. Em junho deste ano, 30 mísseis foram utilizados pelos EUA em um ataque às infraestruturas de Natanz e Isfahan, do Irã.

O Tomahawk possui um raio de alcance que varia entre 1600 à 2500 quilômetros, fazendo, por exemplo, com que Moscou, capital russa, fosse alvo das forças militares da Ucrânia.

Ucrânia teve mais de mil mortos por bombas de fragmentação durante a guerra

Desde o começo da invasão, em fevereiro de 2022, armas chamadas “bombas de fragmentação” atingem áreas civis na Ucrânia. Essas armas dispersam mini explosivos por grandes áreas, muitas vezes não explodindo no impacto inicial, mas permanecendo como munições perigosas. Até o momento, mais de 1.200 pessoas, entre mortos e feridos, foram afetadas por esse tipo de armamento.

ONG ressalta

Foi ressaltado pela ONG, o extenso uso das bombas militares da Rússia desde o primeiro dia. Foi destacado também que a Ucrânia é o país com a maior quantidade de vítimas por bombas de fragmentação registradas a cada ano desde o começo da guerra, um exemplo de 2024, onde o país obteve quase 200 vítimas em todo o mundo. A maioria foi em 2022.

Ameaça prolongada para civis

O risco vai além do momento dos ataques: ao permanecerem no solo, parte dessas submunições não detonadas funciona como minas terrestres. Moradores de regiões rurais ou áreas recentemente recapturadas enfrentam ferimentos sérios muito tempo depois dos combates. Crianças, agricultores e famílias deslocadas estão entre os mais vulneráveis.


Uma das explosões na Ucrânia (Foto: reprodução/Libkos/Getty Images Embed)

Proliferação mesmo entre as partes em conflito

Tanto forças russas quanto ucranianas têm sido acusadas de empregar esse tipo de armamento. A facilidade de uso e o alcance das munições permitem que sejam lançadas do ar ou disparadas de artilharia. Porém, o custo humano é elevado, especialmente em comunidades sem infraestrutura para descontaminação, sem ambulância rápida ou retaguarda médica adequada.

Escassez de proteção internacional clara

Apesar de tratados internacionais proibirem ou restringirem o uso de armas de fragmentação, a Ucrânia e a Rússia não aderiram plenamente a algumas dessas convenções, o que complica a responsabilização. A dificuldade em documentar todos os casos — devido a acessos limitados, combates em curso e infraestrutura destruída — significa que os números oficiais são provavelmente inferiores ao real.

Papa Leão XIV pede fim da “pandemia de armas” após ataque a uma igreja católica nos EUA

O papa Leão XIV fez um apelo neste domingo (31) para que a “pandemia de armas” seja interrompida no mundo. A declaração foi feita durante a celebração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante de milhares de fiéis. O pontífice, primeiro papa nascido nos Estados Unidos, mencionou em especial o ataque armado ocorrido em uma escola católica no estado de Minnesota, que deixou duas crianças mortas, e aproveitou para reiterar um chamado urgente pela paz na Ucrânia.

Repercussão após tragédia nos EUA

O Papa Leão XIV manifestou solidariedade às vítimas do tiroteio em Minneapolis em suas preces e ressaltou a importância de uma ação conjunta para conter a propagação do armamento. Segundo ele, tanto armamentos de pequeno porte quanto os de grande escala estão “infectando” o planeta e impedindo avanços rumo a sociedades mais seguras. O pontífice defendeu que é preciso silenciar o barulho das armas para que a voz da fraternidade e da justiça possa ser ouvida.


Papa Leão XIV (Foto:reprodução/ALBERTO PIZZOLI/AFP/Getty Images Embed)

O episódio da última semana, em que duas crianças morreram em uma instituição de ensino católica, provocou a discussão sobre a violência armada nos Estados Unidos. O papa, que costuma adotar um tom mais cauteloso em suas falas públicas, utilizou o inglês, sua língua nativa em parte da mensagem, um gesto considerado raro desde o início de seu pontificado em maio, quando foi eleito após o falecimento de Francisco.

Apelo pela paz na Ucrânia

Além de citar o ataque a tiros em Minnesota, o papa voltou a tratar do conflito no leste europeu. Ele expressou preocupação com os ataques mais recentes contra diferentes cidades ucranianas, incluindo Kiev, e destacou sua solidariedade ao povo do país. O papa também apelou para que a comunidade internacional continue a oferecer apoio real e não permita que a indiferença se sobreponha diante da duração do conflito.

Para Leão XIV, chegou o momento de abandonar a lógica das armas e buscar caminhos de negociação e paz. Ele ressaltou que somente por meio do diálogo e da cooperação entre as nações será possível construir um futuro que privilegie a vida em vez da destruição.

Trump recebe os líderes europeus na Casa Branca

Em uma declaração democrática e estratégica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que seria uma “grande honra” encontrar os líderes europeus na Casa Branca, em encontro multilateral crítico promovido em meio à escalada da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Um encontro incomum em meio à crise

A reunião, descrita por analistas como um “encontro de crise em tempo de guerra”, reuniu uma série de autoridades europeias, entre elas o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã Ursula von der Leyen, o chanceler alemão Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o presidente do Conselho Europeu Mark Rutte.

Antes desse encontro Trump havia mantido uma reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy. O evento foi marcado por tensões diplomáticas, especialmente após Trump indicar apoio a acordos de paz potencialmente polêmicos envolvendo perdas de parte do território da Ucrânia.

Linhas de segurança e convites ao diálogo

Apesar das divergências, o encontro em Washington gerou avanços perceptíveis, com os líderes europeus defendendo firmemente as garantias de segurança para a Ucrânia similares às do artigo 5 da OTAN, fortalecendo a ideia da Europa disposta a armar Kiev e manter a pressão sobre Moscou.


Acordo entre os lideres para apoiar a Ucrânia (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)

Além disso, o primeiro-ministro Keir Starmer anunciou dois resultados importantes da reunião, como a abertura de negociações entre Zelensky e Putin e o alinhamento dos Estados Unidos para garantir a segurança da Ucrânia.

Cenário político após a reunião

A atmosfera política pós-encontro foi marcada por diversos tons. Starmer descreveu o diálogo como “bom e construtivo”, ainda que as perspectivas de um cessar-fogo imediato pareçam distantes . Já Zelensky, mais contundente, denunciou os recentes ataques russos contra civis como “cínicos e demonstrativos”, buscando enfatizar a urgência de ação coletiva frente à agressão em curso.

Por outro lado, movimentos diplomáticos pouco comuns chamaram atenção. Como Trump que chegou a não receber pessoalmente os líderes europeus, optando por delegar esse papel à ex-estrela da Fox News Monica Crowley, hoje chefe de protocolo.

Como tudo, o encontro na Casa Branca transcende o protocolo, tornando-se um palco de negociações, pressões e projeções de interesse americano na segurança europeia. Na frase de Trump, “ser uma grande honra”, há tanto um gesto de cortesia quanto uma tentativa de reafirmar parcerias estratégicas e remodelar o papel dos EUA nas crises globais.

Cidade de Kharkiv, na Ucrânia, sofre ataque da Rússia e deixam cinco mortos e 18 feridos

Ataque de drones russos aconteceram na cidade de Kharkiv, cidade ao leste da Ucrânia, na última sexta-feira (15), causando ao menos cinco mortes, logo após o encontro do presidente da Rússia, Vladimir Putin e o Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O bombardeio russo aconteceu um dia antes da reunião entre Trump e Zelensky. Dentre as vítimas está uma criança de três anos.

O ataque russo à Ucrânia

Na noite de domingo (17), a Rússia lançou um drone balístico contra uma área residencial de Kharkiv, deixando 5 mortos e 18 feridos, segundo informações de autoridades locais, divulgadas nesta segunda-feira (18).


Vídeo compartilhado por Volodymyr Zelensky (Vídeo: reprodução/Instagram/@zalenskyy_official)

“Mais um ataque balístico russo à nossa cidade. É exatamente por isso que Putin não quer um cessar-fogo…”, denunciou o chefe da administração presidencial, Andrii Yermak, no X.

Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia, localizada ao leste, perto da fronteira com a Rússia. O local já havia sofrido um ataque russo de uma hora, em abril deste ano.q

O encontro de Putin e Trump

Na sexta-feira (15), os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia tiveram uma reunião na base militar de Anchorage, no Alasca, para discutir o fim da guerra entre Rússia x Ucrânia. O encontro que não contou com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu Vladimir Putin, no Alasca. (Foto: reprodução/X/@FoxNews)


Encontro do presidente ucraniano com Trump

Nesta Segunda-feira, o Zelensky, presidente da Ucrânia, se reúne com o Trump, por volta de 14h (horário de brasília), em Whashington, dois dias após o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin.

Além do Zelensky, foi confirmado a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o chanceler alemão Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente finlandês, Alexander Stubb.

Esposa de Trump envia carta para Putin sobre sequestro de crianças

No encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, Alasca, para discutir o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, Melania Trump, esposa do presidente e primeira-dama dos Estados Unidos, aproveitou essa conversa em particular para enviar uma carta para o presidente da Rússia para discutir à respeito dos sequestros de crianças durante a guerra que está ocorrendo desde 2022. Melania não pôde estar presente na reunião, por isso foi dado em mãos pelo próprio marido. Trump e Putin se reuniram para discutir tal assunto nesta sexta-feira (15).


Trump e Putin se encontrando nesta sexta-feira (15) (Foto:  reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Mensagem na carta e agradecimento

A carta, no momento, não teve seu conteúdo revelado, mas a mensagem expôs a preocupação com os impactos duradouros do conflito sobre os menores, especialmente aqueles que foram retirados de suas casas. A linguagem escolhida, ao mesmo tempo sensível e evocativa, ressoou não só no lado humanitário, mas também político, ao colocar essas crianças no centro da urgência por um desfecho pacífico. Ao saber disso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enviou agradecimentos a primeira-dama em uma ligação com o Trump que ocorreu no sábado (16), lembrando que o mesmo não foi convidado para a reunião de ambos.


Donald e Melania Trump juntos em discurso (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Acusação de Putin

Após a notícia de Putin deportar crianças ilegalmente de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia, o presidente foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional, e os juízes haviam enviado um mandado de prisão contra ele em março de 2023 por crimes de guerra, no caso, os sequestros de crianças nas áreas ocupadas pelo país rival. A Rússia afirmou ter levado os menores para o seu território, porém, segundo eles, são apresentados como uma campanha humanitária para proteger orfãos abandonados durante o conflito longíguo.

Um enorme apelo

A carta de Melania Trump virou um símbolo de que, mesmo em cenários políticos tensos, gestos humanitários ainda podem atravessar barreiras. Ao focar nas crianças, o documento reforçou que, além dos interesses geopolíticos, há vidas em jogo e que proteger a infância transcende disputas e ideologias. Vale lembrar que após a reunião, Trump afirmou que não houve um avanço no acordo pelo fim da guerra.

Trump e Putin se encontram para conversa sobre fim da guerra na Ucrânia

Nesta sexta-feira (15), os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin se reuniram no Alasca, Estados Unidos, para uma conversa sobre possível cessar-fogo no conflito com a Ucrânia, iniciado há três anos. Antes da reunião, os líderes se encontraram após desembarcarem de suas aeronaves, se cumprimentaram de forma amigável e posaram para fotos, registrando o encontro dos governantes que não se conversavam pessoalmente desde 2018.


Encontro entre Putin, à esquerda, e Trump, à direita (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Possibilidade de negociações

Antes do encontro, o relacionamento entre Trump e Putin estava estremecido, após uma série de declarações fortes e ameaças entre os países. Porém, os dois líderes se mostraram esperançosos quanto os desdobramentos da reunião. Em declarações sobre a conversa com o líder russo, Donald Trump declarou que a discussão “será como uma partida de xadrez”, com os líderes tentando chegar a um acordo que acate as condições russas para um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia, e disse que acredita que Putin aceitará um acordo.

Para Vladimir Putin, a ação norte-americana na tentativa de mediar o conflito é uma ajuda positiva e a conversa presencial com o presidente dos EUA pode facilitar as negociações para o fim do embate com a Ucrânia, caso as exigências russas, como o controle no uso de armas pesadas, sejam acatadas.


Reunião entre Vladimir Putin, Donald Trump e autoridades do governo americano (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Tropas russas na Ucrânia

Um dos temas entendido como essencial para a negociação de um possível cessar-fogo é o debate sobre a presença russa em localidades ucranianas. Na última segunda-feira (11), Donald Trump já havia dito que Rússia e Ucrânia precisariam ceder para haver um acordo de paz entre os países.

Atualmente, mais de 15% do território da Ucrânia é ocupado por tropas russas, que reivindicam o controle sobre as regiões da Zaporizhzhia, Donbas e Crimeia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defende a permanência destes locais sobre domínio da Ucrânia, e afirma que a Rússia deve respeitar a divisão territorial realizada após o fim da União Soviética.

Trump e Putin se encontram para um cessar-fogo entre Rússia x Ucrânia

Pela primeira vez desde 2022, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, irão se reunir pessoalmente a sós em uma base militar, em Anchorage, no Alasca. O motivo do encontro é para discutir o fim da guerra entre a Rússia x Ucrânia, um fato curioso, é que não haverá a presença de Zelensky, presidente da Ucrânia, nessa conversa. Para Putin, a reunião teria um potencial de, segundo ele, selar a paz mundial. A primeira vez em que se encontraram em particular, foi em 2018, tratando sobre a interferência russa nas eleições dos EUA. A conversa ocorre nesta sexta-feira (15) às 16h.


Trump e Putin em um encontro aberto em 2018 (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Partida de Xadrez

Trump comparou o encontro a uma partida de xadrez, um primeiro movimento calculado, com possibilidade de disputa de poder velado. Ele descreveu a reunião como fase inicial de um processo que pode incluir uma rodada futura mais abrangente, com a presença do presidente ucraniano. “Será como uma partida de xadrez”, disse o atual presidente americano. Nos últimos meses, ele e Putin haviam feito críticas e ameaças entre eles, porém ambos avisaram que este seria um encontro cara a cara amigável.


Trump e Putin conversando (Foto: reprodução/JORGE SILVA/Getty Images Embed)

Ucrânia Ausente

A ausência de Zelensky, cujo país está diretamente afetado pela guerra, gerou forte reação de aliados europeus e líderes ucranianos, que acusam Trump de excluir o principal interessado da mesa de negociações. Muitos observadores alertam para o risco desse diálogo bilateral reduzir a pressão sobre Putin sem avançar em direção à paz. Vale lembrar que foi a ideia, por parte do presidente da Rússia, de realizar essa reunião com o Trump, de acordo com a porta-voz da Casa Branca.

Movimento seguinte

Embora não tenha sido anunciada nenhuma decisão concreta no momento, o encontro pode ter um tom de uma abertura diplomática. Se houver avanço, um segundo encontro com a presença de Zelensky e líderes europeus poderá estabelecer um caminho real de paz, ou consolidar ainda mais o impasse atual.

Termina prazo de Trump para fim da guerra na Ucrânia

O prazo dado por Donald Trump para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia chegou ao fim nesta sexta-feira (8), sem avanços nas negociações. O presidente dos Estados Unidos havia ameaçado impor sanções econômicas mais severas e tarifas de até 100% sobre produtos russos caso não fosse alcançado um acordo de paz até a data, mas ainda não está claro como pretende agir diante do impasse.

Impasse diplomático

Embora tenha anunciado no início da semana a intenção de impor novas sanções à Rússia e aos países que continuem comprando sua energia, o presidente adotou um tom mais cauteloso ao avançar nas tratativas para um possível encontro com Vladimir Putin, afirmando que a manutenção do prazo e a aplicação das medidas dependeriam do líder russo.

A tentativa de equilibrar pressão econômica e abertura para negociações diretas evidenciou a incerteza sobre os rumos da guerra na Ucrânia. Embora cada vez mais frustrado com Putin, a quem acusa de agir com duplicidade, Trump busca um acordo de paz e demonstra disposição para ouvi-lo pessoalmente. Até o momento, autoridades americanas afirmam que não há definição sobre formato, data ou local para a possível reunião.

Trump autorizou sua equipe a avançar nos preparativos para uma possível cúpula entre os líderes, que pode ocorrer já na próxima semana, segundo informações da Casa Branca e do Kremlin. A proposta do encontro surgiu durante a reunião entre Putin e Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos EUA, na última quarta-feira (6), embora existam divergências sobre quem sugeriu a ideia.


Análise sobre Putin e Trump na crise da Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Trump manifestou o desejo de se encontrar com Putin e chegou a propor um encontro trilateral com Zelensky, mas no dia seguinte deixou claro que não condicionaria a realização da cúpula ao encontro prévio entre os dois líderes.

Sanções secundárias

O presidente norte-americano tem evitado impor novas sanções à Rússia para não afastar Putin das negociações, mas recentemente ameaçou punir tanto Moscou quanto os países que compram sua energia. Na quarta-feira (6), ele anunciou uma tarifa extra de 25% sobre a Índia, segunda maior importadora de energia russa.

Negociações comerciais delicadas continuam com a China, maior importadora de energia russa. Apesar dos avanços, Trump não descartou a possibilidade de aplicar sanções secundárias ao país, mesmo com o risco de afetar o comércio.

Nesta sexta-feira (8), o líder chinês Xi Jinping conversou por telefone com Putin e disse que está feliz em ver a Rússia e os Estados Unidos mantendo diálogo, melhorando suas relações e progredindo na busca de uma solução para a crise na Ucrânia. A ligação foi realizada a pedido do presidente russo.