Zelensky agradece a Trump pelo envio de armas à Ucrânia

Nesta segunda-feira (14), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, pelo envio de armas ao país do leste europeu. Além do reforço de munição, o chefe de Estado norte-americano ainda deu um prazo de 50 dias para que a Rússia anuncie um cessar-fogo, findando assim o conflito entre russos e ucranianos após mais de três anos de batalha.

Zelensky agradece

Em vídeo, o presidente da Ucrânia aparece para expressar sua gratidão ao chefe de Estado norte-americano pela prontidão em atender as necessidades do seu aliado, pois, essa, segundo ele, é uma atitude cujo objetivo é proteger o povo ucraniano. Zelensky ainda disse que as conversas com Keith Kellogg, representante de Trump na Ucrânia tem sido produtivas.

O discurso ocorreu após o anúncio do envio de armas dos EUA para a Ucrânia, seguido de um pedido de cessar-fogo aos russos no conflito que perdura desde o dia 24 de fevereiro de 2023, data em que houve uma invasão ao território ucraniano em larga escala.

Caso a Rússia não aceite a proposta para findar o conflito, Trump ameaçou impor tarifas contra o país europeu e a compradores de seu petróleo. O político norte-americano também anunciou o envio de armas à Otan, aliança militar do ocidente, com o intuito de apoiar ainda mais a Ucrânia.


Zelensky faz discurso para agradecer a Trump pelo apoio à Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/metropoles)

Trump mudou o discurso

Após seguidos elogios ao presidente russo, Vladimir Putin, Donald Trump mudou o seu discurso em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Em 2022, por exemplo, quando as tropas russas se preparavam para invadir o território inimigo, o norte-americano chamou o chefe de Kremlin de “gênio”.

Outro episódio semelhante ocorreu quando Trump julgou como “terrível” as intervenções russas em subúrbios ucranianos, mas chegou a afirmar que se dava muito bem com Putin.

Entretanto, nas últimas semanas, o republicano tem mostrado a sua insatisfação com o líder russo pela ausência de um cessar-fogo na Guerra da Ucrânia, indo ao encontro do que Trump pregava em sua campanha presidencial. À época, o então candidato à presidência norte-americana afirmava que poderia solucionar o conflito em 24 horas.

Trump então tem se mostrado insatisfeito pela falta de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, chegando a afirmar que não estava contente com a postura de Putin. “Fala bonito, mas bombardeia todo mundo à noite”, afirma o líder dos EUA sobre o presidente russo.

Hillary Clinton critica tarifa de Trump e acusa favorecimento a Bolsonaro

Na quinta-feira (10), Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, fez duras críticas à decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Hillary considera que a ação de Trump favorece o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, e acarretará prejuízos para os consumidores americanos, sobretudo em um cenário de crescimento de preços nos mercados.

A ex-candidata presidencial acusou Trump de usar o comércio como uma ferramenta política, em detrimento dos interesses da população dos EUA.

Crítica de Hillary nas redes sociais

A crítica foi feita por Hillary em uma publicação na rede social Threads, onde compartilhou uma matéria do New York Times sobre o anúncio de Trump. Na postagem, Hillary acusou o republicano de usar sua posição para proteger um “amigo corrupto”, em referência a Bolsonaro, que enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.

A ex-secretária de Estado destacou que a medida não só beneficia Bolsonaro, mas também piora a economia dos Estados Unidos, aumentando os custos para a população.

“Você [cidadão americano] está prestes a pagar mais por carne não só porque Trump quer proteger o seu amigo corrupto, mas também porque os republicanos no Congresso decidiram ceder-lhe o poder sobre a política comercial”, escreveu Hillary, destacando que a medida não só beneficia interesses pessoais, mas também enfraquece a economia americana, ampliando o impacto sobre o bolso dos consumidores.


Publicação de Hillary Clinton no Threads (Foto: reprodução/Threads/hillaryclinton)

Justificativas de Trump e repercussões

Trump anunciou a tarifa na quarta-feira (9), citando uma suposta relação comercial “desleal” entre os dois países e acusando o Brasil de violar liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão. Ele também mencionou o que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, que é alvo de investigações no Brasil.

A decisão gerou um aumento da tensão diplomática entre os dois países, já que a medida não afeta apenas o setor de carnes, mas toda a economia brasileira, que depende de exportações para os EUA. Em entrevista nesta sexta-feira (11), Trump afirmou que “pode ser que em algum momento” converse com o governo brasileiro sobre a tarifa.

A medida, porém, gerou críticas dentro e fora dos EUA, levantando questionamentos sobre o uso de tarifas como ferramenta política para manipular relações internacionais. Diplomatas e economistas alertam que essa abordagem pode prejudicar a imagem dos EUA no cenário global e gerar efeitos colaterais indesejados.

China critica e desaprova tarifas aplicadas ao Brasil pelos Estados Unidos

Por meio da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, o país asiático teceu duras críticas sobre decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O posicionamento chinês classifica a medida tomada pelo mandatário americano como uma forma de coerção e intimidação no comércio internacional.

O princípio da soberania

Durante coletiva de imprensa ocorrida na última sexta-feira (11), Mao Ning declarou que o princípio da soberania e a não interferência em assuntos internos são pilares fundamentais da Carta das Nações Unidas. A porta-voz disse ainda que ignorar isso é um ato que fere diretamente as normas básicas das relações internacionais.

Pequim já havia se manifestado sobre o tema quando, no início da semana, os Estados Unidos começaram as movimentações para elevar as taxas impostas sobre países parceiros, incluindo o Brasil, naquele momento a China chamou a ação de “protecionismo prejudicial”. Mao destacou que guerras comerciais não produzem vencedores e que políticas tarifárias dessa natureza afetam negativamente os envolvidos.


Pronunciamento da China sobre tarifas (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)

Causa da tensão internacional

O assunto ganhou força e causou tensão internacional após o presidente norte-americano, Donald Trump, comunicar oficialmente ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de carta, a aplicação da nova tarifa a partir de primeiro de agosto. Em sua justificativa, Trump faz menção direta ao fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter sido tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, sob a acusação de tentativa de golpe de estado.

Reações do governo e especialistas

O presidente Lula reafirmou a soberania nacional e prometeu responder à medida valendo-se da Lei de Reciprocidade Econômica. O Brasil pretende, também, apresentar uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC), em busca de reverter a decisão dos Estados Unidos.

Com a repercussão do assunto, alguns especialistas têm apontado que a decisão de Trump está ligada ao recente fortalecimento do Brics.  Fato notado durante a cúpula do bloco realizada no Rio de Janeiro, o presidente americano já havia sinalizado que países alinhados ao grupo poderiam ser alvos de novas sanções tarifárias.

Lula cobra respeito às leis brasileiras e diz que Brasil busca negociar em caso de tarifaço de Trump

O presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista ao Jornal Nacional na última quinta-feira (10) para explicar melhor os últimos acontecimentos acerca das taxas anunciadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.

Delis Ortiz fez uma série de perguntas sobre o tema ao presidente. Lula adiciona que o Brasil “não quer brigar com ninguém” e sim negociar, mas que as leis brasileiras precisam ser respeitadas. Ao comentar a decisão de Trump taxar os produtos brasileiros, comenta: “Portanto, se ele ficar brincando de taxação, vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de taxas. O que o Brasil não aceita é intromissão […] Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, fechou o presidente.

Lula também destacou que a relação virtuosa que o Brasil mantém com os Estados Unidos há 200 anos está sendo prejudicada pelo presidente americano. Segundo ele, Trump parece mal-informado, já que, nos últimos 15 anos, o Brasil acumula um déficit comercial de R$ 410 bilhões com os EUA.

Lula concede entrevista sobretaxas de Trump

O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade se for necessário, de acordo com o presidente Lula. Ele afirmou ainda que o Brasil “não quer brigar com ninguém” e quer negociar, mas que as leis brasileiras sejam respeitadas. “Portanto, se ele ficar brincando de taxação, vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de milhões de por cento de taxa. O que o Brasil não aceita é intromissão […] Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, finalizou o presidente.


Presidente Lula concede entrevista ao Jornal Nacional (Vídeo: reprodução/Youtube/G1)

Quando questionado pela repórter sobre as acusações relacionadas ao julgamento de Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e às ações do Supremo Tribunal Federal, Lula afirmou que Bolsonaro não apenas tentou dar um golpe: “Ele não tentou dar um golpe. Ele tentou preparar a minha morte. A morte do presidente da Suprema Corte, que na época era o Alexandre de Moraes, a morte do vice-presidente”. Ele defendeu que as leis brasileiras são para todos, e que o ex-presidente está sendo julgado de acordo com os autos do processo, podendo ser preso caso seja condenado.

Sobre o BRICS, Lula ressaltou a importância do bloco, que representa quase 30% do PIB mundial. Ele declarou que os Estados Unidos não deveriam se preocupar com o fórum, uma vez que quase todos os países do BRICS também integram o G20, e três foram convidados para o G7. O presidente pontua que o bloco é um agrupamento de países que atuam em prol do Sul Global, numa tentativa de reduzir a subordinação ao Norte, com o objetivo de conquistar mais independência em suas políticas e promover um comércio mais livre. Lula também destaca que a participação do Brasil no bloco não tem como objetivo prejudicar a relação com os Estados Unidos, considerada virtuosa.

Entrevista para o Jornal Nacional

Outros pontos discutidos na entrevista foram a visita de Lula a Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina condenada por corrupção, e a preocupação dos empresários brasileiros com as exportações. O presidente informou que recebeu autorização da Justiça argentina, após ser convidado pela própria Cristina para visitá-la. “Eu nunca me preocupei com o Trump receber o Bolsonaro”, adiciona.

Lula também afirmou que pretende reunir os principais empresários que atuam com maior volume de exportações para os Estados Unidos, a fim de estudar melhor a situação do setor, mas espera cooperação. “Porque se existe algum empresário que acha que o governo brasileiro tem que ceder e fazer tudo o que o presidente do outro país quer, sinceramente, esse cidadão não tem nenhum orgulho de ser brasileiro”, declarou.

O presidente brasileiro finalizou a entrevista respondendo sobre um suposto afastamento do país em relação a Donald Trump desde que este assumiu a presidência dos Estados Unidos. Ele brincou, dizendo que dois presidentes não se ligam para contar piada, e comentou sobre a ocasião em que deveria ter se encontrado com Trump no G7, o que não ocorreu devido a problemas do presidente norte-americano no Canadá. Lula afirmou que está disposto a conversar com Trump quando for necessário e que não teria problema algum com isso, e expressou a relação amistosa que teve com líderes anteriores, como Clinton, Bush, Obama e Biden.

Lula também lamentou a carta divulgada por Trump a respeito das taxações brasileiras, classificando como falta de respeito o fato de ela ter sido publicada apenas em seu site pessoal, sem ser enviada oficialmente ao presidente brasileiro.

Aeronaves, café e petróleo estão entre produtos brasileiros mais exportados aos EUA

Uma nova tarifa de 50% imposta ao Brasil foi anunciada nesta quarta-feira (9) pelo governo do presidente Donald Trump e provavelmente trará uma alta nos valores de exportação para os Estados Unidos. Como consequência deste ato, além de impactos nos setores industriais gerando reflexo nos empregos, o valor dos alimentos também poderá ser afetado.

Petróleo bruto, aeronaves e café fazem parte da lista de alguns dos produtos que o Brasil mais exportou para os Estados Unidos neste ano. De acordo com Roberto Goulart Menezes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador do INEU (Instituto Nacional dos EUA), aproximadamente 15% do total das exportações do Brasil vão para os Estados Unidos.

De acordo com o MDIC ( Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), os EUA são o segundo parceiro comercial do Brasil, apenas a China lidera essa posição.


Exportações Brasil/EUA (Vídeo/Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Produtos mais exportados

Dentre os produtos nacionais mais exportados para os Estados Unidos entre janeiro e junho deste ano, é possível destacar os 10 mais significativos em ordem decrescente de valores. São eles: petróleo bruto: US$ 2,378 bilhões; semiacabados de ferro e aço: US$ 1,518 bilhão; café: US$ 1,172 bilhão; aeronaves: US$ 876 milhões; derivados de petróleo: US$ 830 milhões; sucos de fruta (principalmente laranja): US$ 743 milhões; carne bovina: US$ 738 milhões; ferro fundido: US$ 683 milhões; celulose: US$ 671 milhões e escavadoras, pás mecânicas e compressores: US$ 568 milhões.

As exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos equivalem aproximadamente cerca de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. A nova percentagem sobre os produtos brasileiros entrará em vigor a partir do dia 1° de agosto.

Exportações entre os países

Apesar de Donald Trump afirmar que há uma relação comercial injusta entre EUA e Brasil marcada por “desequilíbrios gerados por políticas tarifárias e não tarifárias e por barreiras comerciais do Brasil”, a  fluidez comercial entre os dois países acarreta cerca de US$ 80 bilhões anuais.

De acordo com nota da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os Estados Unidos vem mantendo um ritmo excedente com o Brasil há pelo menos 15 anos. Somente nos últimos dez anos a diferença positiva entre as receitas norte-americana no comércio de bens foi de US$ 91,6 bilhões. Com a inclusão do comércio de serviços esse valor chega a US$ 256,9 bilhões. O Brasil é um dos poucos países onde a receita excedida se mantém favorável aos EUA.

Gil do Vigor explica tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil e alerta impactos diretos no bolso

O ex-BBB e economista Gil do Vigor utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira, 10 de julho de 2025, para explicar em vídeo a nova medida anunciada por Donald Trump, na qual os Estados Unidos impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Ele destacou a gravidade da decisão, visto que os EUA são atualmente um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, e que setores como petróleo, aço, café e aviação serão diretamente afetados.

Em sua explicação, Gil ressaltou também as repercussões para o consumidor final brasileiro: “vai pesar no nosso bolso“, alertou, indicando que a medida não afetará apenas grandes empresas, mas também produtos de consumo diário.


Publicação explicativa de Gil do Vigor (Vídeo: Reprodução/Instagram/@gildovigor)

Tarifa como ferramenta política

No segundo vídeo compartilhado, o economista criticou o uso da tarifa como moeda de pressão política. Ele afirmou que os EUA justificaram a medida como retaliação a decisões judiciais brasileiras, mas reforçou que “o Brasil é um país soberano” e que nenhuma outra nação pode interferir em suas decisões internas.

Nós temos uma Constituição, e dentro dessas quatro linhas é que tudo é decidido e julgado. Então, nenhum país estrangeiro tem jurisprudência ou autonomia sobre as decisões que são tomadas no Brasil”, disse o influencer.

Segundo Gil, a estratégia dos EUA busca forçar o Brasil a ceder em disputas jurídicas. Ele também rebateu a narrativa de que apenas o Brasil teria se beneficiado até agora da relação comercial, usando uma metáfora de bombons, explicou que os EUA têm superávit, pois vendem mais ao Brasil do que compram, sendo portanto, segundo ele, os verdadeiros favorecidos.

Eles disseram que só os EUA que se lascava nessa relação comercial com o Brasil, que o Brasil era ‘venha a nós e ao nosso reino, nada’. Mas como assim? Eles têm uma balança comercial superavitária. Imagina que você tem 10 bombons para vender e eu tenho 10 bombons para vender. O Brasil comprou os 10 bombons dos EUA, mas os EUA compraram só 5 bombons do Brasil. Os EUA deu a melhor, porque tinha 10 bombons e vendeu 10. O Brasil só vendeu 5 bombons e ainda comprou 10. Então basicamente o que acontece: os EUA é superavitário, vendeu mais do que comprou. O Brasil é deficitário, porque comprou mais do que vendeu. Então nessa relação comercial os EUA é o maior beneficiário”, explicou o economista.

Petróleo, aço, café e aviação são os segmentos que lideram as exportações brasileiras aos EUA e terão suas margens pressionadas em função da nova tarifa. Segundo Gil, a alta no custo de importados também pode impactar os preços no varejo nacional, chamando atenção para produtos do dia a dia, como alimentos e itens de mercearia.

Expectativa para os próximos dias

O anúncio da tarifa veio por meio de uma carta oficial enviada ao presidente Lula, evidenciando que a medida também tem intenções geopolíticas além do comércio. Já há movimento no governo brasileiro visando respostas diplomáticas e possíveis ajustes em políticas de reciprocidade.

Gil do Vigor, por sua vez, permanece ativo nas redes sociais, explicando de maneira didática os desdobramentos econômicos da taxa, reforçando que todos, de empresários a consumidores, sentirão os efeitos. A expectativa para as próximas semanas é de  negociações entre Brasil e Estados Unidos, com foco em minimizar os impactos internos e manter o equilíbrio na balança comercial.

Lula afirma que tarifaço será respondido por lei de Reciprocidade Econômica

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em post nas redes sociais nesta quarta-feira(09) que as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump que entram em vigor no dia 1 de agosto sobre os produtos brasileiros serão respondidos com a lei de Reciprocidade Econômica.

A afirmativa do presidente vem logo após a cúpula do BRICS+ realizada no Rio de Janeiro entre os dias 4 e 7 de julho, que foi considerada um sucesso pelos membros do bloco econômico e trouxe muitos acordos econômicos para as relações bilaterais dos países do bloco.

Tarifaço é apresentado em carta e sem provas

A taxação vem, segundo carta emitida pelo próprio Trump, por conta de “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e violação da liberdade de expressão dos estadunidenses”.

A afirmativa se baseia, segundo a carta, em ordens de censura secretas e ilegais à plataforma de redes sociais e ameaças de multas às big techs responsáveis pelo setor. Todas essas acusações foram feitas sem apresentar qualquer tipo de prova.

Além disso, a carta chama o processo contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de estado como uma vergonha internacional. O ex-presidente, já inelegível por abuso de poder político e econômico, é acusado de ser mentor de uma tentativa de golpe de estado contra o presidente Lula que culminaram nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.

O tarifaço foi comemorado por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de apoio, inclusive com elogio de alguns deputados e senadores ligados principalmente ao PL, partido pelo qual o ex-presidente concorreu às eleições de 2022. Alguns deputados e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas chegaram a afirmar que a culpa das tarifas era do presidente Lula.

Taxação é vista como agressão à soberania brasileira

Para o governo, essa taxação é vista como manobra para atacar a soberania nacional de um país soberano com instituições independentes.

Além disso, o presidente afirmou que o Brasil não aceita ser tutelador por ninguém e que o processo judicial sobre a tentativa de golpe de estado da qual Bolsonaro é réu pertence apenas a Justiça Brasileira e não está sujeito a nenhum tipo de ameaça ou interferência vinda de outro lugar e que fira a independência institucional do país.


Lula responde carta de Trump em redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Sobre as acusações sobre as redes sociais, o presidente afirmou que não se pode confundir liberdade de expressão com agressão e que para operar no país todas as empresas, sejam elas nacionais ou estrangeiras, estão submetidas à legislação brasileira.

Por fim, Lula afirmou que as estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam que o país teve superávit no comércio com o Brasil na ordem de 410 bilhões de dólares nos últimos 15 anos.

Desdobramentos já começam em Brasília

Com o recebimento do aviso da taxação a partir de 1 de agosto, o presidente Lula convocou o ministro da Fazenda Fernando Haddad, o ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin, que também é vice-presidente do país e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira para discutir as respostas ao tarifaço de 50% dentre elas, devolver a taxação aos EUA.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou em entrevista à CNN que não vê razão para o aumento da tarifa ao Brasil e afirmou que a medida vai prejudicar a economia dos Estados Unidos.

Em reunião no Itamaraty, o governo brasileiro devolveu a carta ao encarregado de negociações dos Estados Unidos no Brasil, afirmando que o conteúdo dela e a taxação é ofensiva e inaceitável. Ao ser consultado, o Itamaraty afirmou estar ciente do que foi feito na reunião de ontem (09).

O governo brasileiro ainda estuda novas medidas para responder aos Estados Unidos quanto à taxação de produtos brasileiros em 50% e às afirmações inverídicas que atacam a soberania brasileira.

Trump ameaça impor tarifa de 10% a países do BRICS e amplia discurso protecionista

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos importados de países integrantes do BRICS, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A medida foi mencionada como parte de uma nova estratégia comercial voltada à valorização do dólar e à proteção da indústria norte-americana.

Proposta inclui medidas mais amplas

Durante recente pronunciamento, Trump indicou que as novas tarifas podem ser estendidas para setores estratégicos, como o de semicondutores, produtos farmacêuticos e metais. Segundo o ex-presidente, o objetivo seria reduzir a dependência de cadeias produtivas externas e incentivar a produção doméstica.

Além da tarifa geral de 10% sobre importações, Trump também mencionou a possibilidade de adotar alíquotas superiores para bens que, segundo ele, deveriam ser produzidos em território nacional. Entre os exemplos citados estão medicamentos e componentes eletrônicos.

Motivações ligadas à desdolarização

Um dos pontos centrais da fala de Trump foi a preocupação com iniciativas recentes do BRICS voltadas à diminuição da dependência do dólar em transações internacionais. O presidente associou essas movimentações a uma tentativa de enfraquecer a economia dos Estados Unidos, alegando que tais estratégias justificariam a adoção de tarifas corretivas.

Desde 2023, o bloco tem discutido mecanismos para a criação de uma moeda própria para o comércio interno, além do fortalecimento de acordos bilaterais em moedas locais.


Imagem dos membros do Brics se encontrando. (Foto: reprodução/x/@SergioAjbarret)

Prazos e possível implementação

A proposta continua em fase de anúncio e não foi formalmente encaminhada ao Congresso norte-americano. No entanto, fontes ligadas à campanha de Trump indicam que as tarifas poderiam ser oficializadas ainda no segundo semestre de 2025.

De acordo com interlocutores próximos, a ideia é iniciar a aplicação das medidas a partir de 1º de agosto, dando prazo para que parceiros comerciais se posicionem e eventualmente negociem exceções.

Reações no cenário internacional

Até o momento, não houve manifestação oficial por parte dos países do BRICS. Representantes do bloco participaram recentemente de reuniões sobre integração econômica e política monetária, mas não comentaram a fala de Trump diretamente.

Especialistas acompanham os desdobramentos com atenção, diante da possibilidade de novos atritos comerciais e repercussões sobre os mercados internacionais.

Trump expressa frustração com Putin e avalia novas sanções contra a Rússia

Donald Trump, expressou nesta terça-feira (8), sua profunda insatisfação com o presidente russo, Vladimir Putin, e confirmou que está avaliando a imposição de mais sanções contra a Rússia. Essa declaração reflete a crescente frustração de Washington com o prolongado conflito na Ucrânia. Trump marca um momento significativo, dado seu histórico de buscar uma relação mais próxima com o líder russo, e agora indica uma postura mais firme diante da persistência da guerra.

Trump insatisfeito com Putin

Em um pronunciamento feito na Casa Branca durante uma reunião com autoridades do gabinete, Donald Trump não poupou críticas a Vladimir Putin, uma clara mudança em seu tom anterior. “Não estamos felizes com isso. Não estou feliz com Putin. Posso dizer isso agora, porque ele está matando muita gente, e muitas delas são seus soldados, principalmente os soldados dele e os soldados deles”, afirmou Trump.

O presidente americano foi além, descrevendo as interações com Putin como “muita besteira, se você quer saber a verdade”. Ele acrescentou que, apesar de Putin ser “muito legal o tempo todo”, no final das contas, isso “não tem importância” diante da realidade do conflito.

Trump vinha expressando otimismo sobre sua capacidade de mediar um fim rápido para a guerra. A frustração é palpável, especialmente após uma recente conversa telefônica com Putin ter sido descrita por Trump como “muito decepcionante”, levantando dúvidas sobre o real interesse de Putin em encerrar as hostilidades.


Presidente americano Donald Trump discursa sobre decisões recentes da Suprema Corte na Casa Branca (Foto/reprodução: Joe Raedle/Getty Images Embed)

Novas imposições dos EUA

Atualmente, diante da estagnação nas negociações de paz na Ucrânia e do aumento das baixas, Trump indicou que está analisando o “Sanctioning Russia Act de 2025”, um projeto de lei bipartidário do Senado que imporia uma tarifa de 500% sobre bens importados de países que compram petróleo, gás, urânio e outros produtos russos.

Além disso, confirmou o envio de mais armas defensivas à Ucrânia, após uma pausa, cedendo à pressão de legisladores para reforçar o apoio militar a Kiev, enquanto intensifica esforços por um cessar-fogo, especialmente após reuniões entre Rússia e Ucrânia limitarem-se à troca de prisioneiros sem avanços nas propostas de paz.

Donald Trump tem demonstrado um interesse explícito em ser reconhecido como “o que acabou com as guerras”, uma ambição que reflete sua retórica de campanha e abordagem de política externa, marcada por gestos ousados e narrativas de impacto. Desde seu primeiro mandato (2017-2021), Trump expressou o desejo de receber o Prêmio Nobel da Paz, lamentando não ter sido agraciado como Barack Obama em 2009, e destacando esforços como os Acordos de Abraão, a mediação entre Índia e Paquistão em 2025, e o cessar-fogo entre Israel e Irã como evidências de sua capacidade de pacificador.

Contudo, a busca pelo Nobel é vista por analistas como uma mistura de vaidade e estratégia política, com críticos apontando que ações como bombardeios no Irã ou a proposta de deslocar palestinos de Gaza contradizem os ideais de paz duradoura exigidos pelo Comitê do Nobel. Apesar de indicações formais, como as de Benjamin Netanyahu e do governo paquistanês, a hipótese de Trump ganhar o prêmio é improvável, dado seu perfil polêmico e decisões que intensificaram tensões. Ainda assim, se conseguisse uma paz duradoura em conflitos como Ucrânia ou oriente médio, sua candidatura poderia ganhar força, embora altamente controversa.

Rei Charles escreve para Trump e manifesta pesar após enchentes no Texas

Em um post publicado na página da Embaixada Britânica em Washington pela rede social X, na manhã de segunda-feira (7), o Rei Charles III escreveu para o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a fim de expressar sua profunda tristeza pela trágica perda de vidas ocorridas em decorrência das enchentes que atingiram o estado do Texas (EUA) na última sexta-feira (4).

Charles ofereceu suas condolências a todas as famílias que perderam seus entes queridos e prestou uma homenagem aos voluntários que fazem parte do serviço de emergência.

É esperado que ainda este ano aconteça um segundo encontro entre Donald Trump e Charles III. De acordo com uma nota emitida pelo Palácio de Buckinghan no mês passado, o presidente dos Estados Unidos aceitou o convite para a segunda visita de Estado no Reino Unido, porém ainda não há uma data definida. A ocasião será marcada com uma rica celebração para comemorar o estreitamento dos laços dos países.

Entenda o caso

Na última sexta-feira (4), o Texas foi atingido por chuvas torrenciais causando fortes inundações.
O local atingido funcionava como colônia de férias particular com valores cristãos e direcionado apenas para meninas com idades entre sete de dezessete anos.

Chamado de Camp Mystic, o acampamento quase centenário fica em uma área de montanhas no condado de Kerrville e às margens do rio Guadalupe que rapidamente transbordou atingindo a marca de 8 metros em apenas 45 minutos.


Inundação no Texas (Vídeo: reprodução/YouTube/SBTnews)

A enchente atingiu o acampamento e vinte e sete meninas e monitoras morrem em decorrência da tragédia. De acordo com Elionor Lester de 13 anos, que fazia parte do grupo naquele dia, “o acampamento ficou completamente destruído”. As cabanas eram divididas por idade: as meninas mais velhas ocupavam a área mais elevada chamada Senior Hill e as mais novas ocupavam cabanas que ficavam na margem do Rio Guadalupe, completou ela.

As cabanas das meninas mais novas foram as primeiras a serem atingidas. Ursos de pelúcia, cobertores, colchões e outros objetos das crianças e adolescentes ficaram completamente cobertos de lama.

O que diz o acampamento

Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (7), o Camp Mystic lamentou a perda das 27 campistas e monitoras na tragédia causada pela inundação do rio Guadalupe e diz estar “de coração partido” assim como as famílias que estão sofrendo essa dor inimaginável. “Estamos orando por elas constantemente”, completaram.

A administração do acampamento diz que os responsáveis já estão em contato com as autoridades locais e estaduais e as operações de busca e resgate seguem ao redor do rio Guadalupe.