Jurado do caso Diddy quebra o silêncio e defende veredito: “Baseado nas provas”

O veredito sobre o julgamento de Sean Diddy Combs foi feito nesta quarta-feira (02), e um dos jurados participantes do caso veio a público para comentar sobre e defender a decisão. Sean Diddy foi acusado de duas das cinco acusações que enfrentou desde sua prisão, ele foi livrado das acusações de tráfico sexual e extorsão, mas condenado por transportar pessoas para prostituição.

A pena máxima que Diddy pode pegar é de 10 anos, após cometer o crime de prostituição da ex-namorada Cassie Ventura e de uma mulher com pseudônimo Jane.


Cantor rapper, Sean Diddy (Foto: reprodução/Thaddaeus McAdams/Getty Imagens Embed)

O que diz o magistrado

Um dos jurados do caso de Sean Diddy deu uma entrevista à ABC News, mas preferiu não revelar sua identidade por medo de sofrer ataques.

Na entrevista, ele respondeu às críticas do público, que sugeriram que o julgamento poderia ter sido influenciado pela fama do artista. O jurado negou essa possibilidade e afirmou que achar isso é uma ofensa ao trabalho do júri, chamando a suposição de “extremamente ofensiva e desrespeitosa ao júri e ao processo de deliberação.”

A afirmação dada pelo jurado é de que “Passamos mais de dois dias deliberando. Nossa decisão foi baseada exclusivamente nas provas apresentadas e na forma como a lei é descrita. Teríamos tratado qualquer réu da mesma forma, independentemente de quem fosse. Não tenho mais nada a dizer.”

Anna Estevão, advogada de Diddy comentou que para ela e o rapper, foi uma grande vitória. O lado do rapper considera vitória pelo fato de Sean Diddy Combs ter sido absolvido das acusações mais graves.


Sean Diddy em Show (Foto: reprodução/Samir Hussein/Getty Imagens Embed)

Pedido de liberdade provisória negada

O advogado de defesa de Sean “Diddy” Combs, Marc Agnifilo, solicitou à Justiça a liberdade provisória do rapper mediante o pagamento de fiança fixada em US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões). Porém, o pedido foi negado pelo juiz Arun Subramanian. O rapper segue preso desde setembro do ano passado e permanecerá sob custódia até a audiência de sentença, marcada para o dia 3 de outubro.
Segundo informações do portal E! News, o juiz agendou uma reunião entre as partes envolvidas no processo para o próximo dia 8 de julho para avaliar a possibilidade de antecipar a definição da pena.

O processo judicial ocorre na Corte Distrital Federal, em Manhattan, Nova York, e teve início no dia 5 de maio. Desde então, o júri ouviu o depoimento de 34 testemunhas, entre elas nomes conhecidos como Kid Cudi e Cassie Ventura.

Sean Diddy Combs é inocentado de três das cinco acusações e família celebra

Nesta quarta-feira, 02, em Nova York, o Tribunal Federal de Manhattan emitiu o veredito sobre o julgamento de Sean Diddy Combs, o rapper foi inocentado de três das cinco acusações que vinha enfrentando na justiça. A mãe e os filhos do rapper comemoraram no tribunal com ele.

Combs responderá por crimes relacionados à prostituição, mas absolvido de acusações de extorsão e tráfico sexual. Caso tivesse sido condenado por todos os crimes, ele poderia enfrentar até prisão perpétua, porém, agora, está sujeito à pena máxima de dez anos de prisão.


Sean Diddy e familia no natal de 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@kingcombs)

Família está comovida

Ao jornal Daily Mail, a mãe de Combs, Janice Combs, de 85, comentou: “Estou me sentindo maravilhosa, graças a Deus”. O filho Justin Combs também celebrou: “É um grande dia. Estamos felizes”.

O outro filho, Christian Combs, de 27 anos, diz que a família estava ansiosa conforme o processo desenrolava, “A esperança nunca nos deixou, mas sempre há aquele frio na barriga”, e não escondeu a emoção, “Mal posso esperar para dar um abraço no meu pai”.

Detalhes do processo e próximos passos na Justiça

O tráfico de pessoas para fins de exploração sexual — crime pelo qual Diddy é acusado — é um delito estabelecido pela Lei Mann de 1910. Em um documento apresentado à Justiça, o promotor assistente Maurene Comey afirmou que, pelas regras de sentença aplicáveis, Diddy poderia pegar mais de quatro anos de prisão, tempo que seriam descontados dos dias nos quais o rapper ficou preso desde setembro de 2024, ao entrar em custódia.

Enquanto aguarda a sentença, Diddy fez o pedido por liberdade condicional ao juiz Arum Subramanian, que negou o pedido do rapper. No próximo dia 8, ocorrerá uma audiência na justiça que discutirá quais serão as penas que o rapper cumprirá.


Homenagem de Chance Combs e Sean Diddy para seu pai no dia dos pais (Foto: reprodução/Instagram/@chancecombs)

O júri que decidiu o caso era formado por oito homens e quatro mulheres, com perfis diversos em termos de etnia, idade e origem, vindos de diferentes bairros de Nova York. As deliberações começaram na segunda-feira, 30 de junho, e se estenderam por mais de 13 horas até quarta-feira.

O escândalo envolvendo Diddy veio à tona em novembro de 2023 e causou grande impacto em Hollywood, gerando tensão entre o público e os amigos e colegas do artista, além de alimentar uma série de teorias conspiratórias. O processo incluía acusações de tráfico sexual, extorsão e transporte de pessoas com fins de exploração sexual.

Ex-assistente de Diddy descreve festas e revela hábitos peculiares do rapper

O julgamento por tráfico sexual envolvendo Sean Diddy Combs já segue na quinta semana de depoimentos. Nesta etapa, quem prestou esclarecimentos foi Jonathan Perez, ex-funcionário do cantor desde dezembro de 2021 até o momento da prisão do cantor.

Ao ser interrogado, Perez fez revelações impactantes dos bastidores das festas organizadas por Diddy, que por ele eram chamadas de “freak offs”, essas que envolviam álcool, drogas e práticas sexuais.

Segundo Jonathan, uma de suas principais funções como assistente era preparar quartos de hotel para as chamadas “noites de rei”, termo associado às “freak offs”. Ele explicou que os funcionários deveriam garantir que o local estivesse completo com tudo o que o rapper pudesse precisar durante um período que variava entre 12 e 24 horas em que permanecia no local, de forma que ele não precisasse solicitar nada a ninguém. 

Perez revelou os itens que eram indispensáveis para o cantor, entre eles: bebidas alcoólicas, comidas, músicas, luzes vermelhas, preservativos e outros “itens pessoais” — como óleo de bebê e lubrificantes.


Cantor Sean Diddy foi preso em setembro de 2024 (Foto: reprodução/Samir Hussein/Getty Imagens Embed)

Revelação Inusitada

O que mais chamou atenção durante o depoimento foi a preferência de Diddy em um chamado “lanche” especial em que a equipe do cantor recebeu instruções claras para fornecimento do chamado “Vital Honey” em quantidade abundante.

No Brasil, chamamos esse lanche de “Melzinho do amor”, um estimulante sexual vendido com a promessa de aumentar a libido masculina. Inicialmente conhecido por ser um produto natural, o produto ganhou visibilidade pela semelhança ao Viagra. No ano de 2021 a venda foi proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil) e em 2022 a FDA (Agência reguladora dos EUA) alertou a população sobre o “Vital Honey”, por conter tadalafila em quantidades escondidas, a substância é usada para disfunção erétil.


P. Diddy em festa (Foto: reprodução/Patrick McMullan/Getty Imagens Embed)

Como era o pós-festa

Perez conta que após o fim da “festa”, os funcionários responsáveis pela limpeza tinham a missão de garantir com uma limpeza rigorosa que nenhuma evidência fosse esquecida, pois haviam “muitos lençóis, toalhas e óleos” espalhados e o quarto geralmente se encontrava “um pouco bagunçado e desorganizado” 

Por fim, Jonathan relatou que a equipe também era encarregada de oferecer cuidados às mulheres após os encontros. Segundo ele, era comum providenciar “uma boa refeição” e sessões de massagem, já que muitas delas deixavam os eventos extremamente cansadas. Em determinadas situações, chegava-se até a aplicar hidratação intravenosa para que pudessem descansar após o que descreveu como uma “verdadeira maratona sexual”.