Mercado global de smartphones dobráveis continua restrito apesar dos investimentos e inovações

A recente apresentação global da linha Galaxy Z Fold 7, Galaxy Z Flip 7 e Galaxy Z Flip 7 FE pela Samsung reforça seu protagonismo no setor de smartphones dobráveis. Ainda assim, a liderança da gigante sul-coreana tem sido gradualmente contestada por concorrentes como a Motorola, Huawei e Honor, com destaque para o mercado chinês, que já representa 55,2% das vendas globais de dobráveis em 2025, segundo dados da Coherent Market Insights.

Desafios para a adoção em massa

Apesar das inovações que resultaram em dispositivos mais finos e leves — como o Galaxy Z Fold 7 —, a aceitação comercial permanece tímida. Uma análise da Statista indica que, dos 1,2 bilhões de smartphones vendidos em 2024, apenas cerca de 25 milhões são dobráveis.

Pesquisa realizada pela YouGov com consumidores nos EUA destaca os principais entraves para a expansão da tecnologia: preocupações com a durabilidade das telas flexíveis, o alto custo dos aparelhos, ausência de vantagens claras em relação aos smartphones convencionais, o tamanho e o peso dos dispositivos.

Novas gerações

Ainda assim, o futuro do segmento pode ser promissor. O interesse dos jovens adultos por smartphones dobráveis está crescendo, impulsionado por demandas específicas: maior duração de bateria, capacidade multitarefa otimizada e câmeras de alta qualidade. A IDC projeta que as vendas globais de dobráveis poderão atingir 45,7 milhões de unidades até 2028, indicando um crescimento significativo, embora gradual.


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A versão dobrável da Apple é um dos lançamentos mais aguardados da categoria (Foto: reprodução/John Keeble/Getty Images Embed)

Expectativa pelo iPhone dobrável

Um dos pontos mais aguardados no setor é o lançamento do iPhone dobrável, popularmente chamado de “Apple Fold”. Embora a Apple ainda não tenha confirmado oficialmente o lançamento do dispositivo, analistas apontam para um possível lançamento no segundo semestre de 2026.

Tim Bajarin, especialista em tecnologia e colunista da Forbes US, destaca que, para a Apple investir no produto, a empresa precisaria garantir vendas anuais na casa dos 30 a 40 milhões de unidades. Para que o mercado de dobráveis se torne sustentável, ele avalia que o segmento teria que alcançar algo em torno de 100 milhões de aparelhos vendidos por ano — patamar que deve demorar alguns anos para ser atingido.

Mercado global

O mercado global de smartphones dobráveis caminha entre avanços tecnológicos e barreiras comerciais e culturais. A combinação de fatores como preço, durabilidade e usabilidade ainda precisa evoluir para que o formato conquiste mais espaço entre os consumidores tradicionais. Entretanto, o interesse crescente, principalmente entre os jovens, e as próximas inovações — incluindo a entrada da Apple — sugerem que o segmento pode ganhar corpo e relevância no médio prazo.

Tesla firma acordo de US$ 16,5 bilhões com Samsung para fornecimento de chips IA

O empresário e presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, confirmou na última segunda-feira (28), que a Samsung Electronics irá produzir chips de inteligência artificial (IA) para a Tesla em uma nova fábrica da empresa sul-coreana no Texas, Estados Unidos. 

Samsung irá fabricar chip AI16

Em sua rede social X, Musk divulgou o acordo de produção com a Samsung. A companhia irá produzir o chip AI16, de próxima geração, para a montadora de veículos elétricos americana Tesla. 

Segundo o empresário, atualmente a Samsung produz o chip AI14 e sua rival no setor, TSMC, irá fabricar o AI15. A produção anunciada será destinada para robôs humanoides, carros autônomos e centros de dados de IA. 

No anúncio, Musk destacou a importância estratégica da parceria. Em uma postagem em sua rede social, o empresário destacou que a Samsung concordou em permitir que a Tesla potencialize a eficiência da produção. Musk disse também que acompanhará o caso para acelerar o ritmo da evolução.

O número de US$ 16,5 bilhões é apenas o mínimo necessário. É provável que a produção real seja várias vezes maior”, destacou. O contrato firmado entre as duas empresas terá vigência até o fim de 2033.


Publicação de Elon Musk sobre o contrato com a Samsung (Foto: reprodução/X/@elonmusk)

Respiro para empresa sul-coreana 

O contrato multibilionário, de US$ 16,5 bilhões, representou uma conquista para a multinacional, que havia reportado em junho uma queda de 56% em seu lucro operacional. Essa baixa foi um reflexo do aprofundamento das perdas de participação da Samsung no mercado e as perspectivas da fabricante naquele momento, frente a chips de memória IA. 

Em outubro de 2024, a Agência Reuters informou que a Samsung havia adiado o recebimento de material da empresa ASML (maior fornecedora global de equipamentos para fabricação de chips) em sua fábrica no Texas. A justificativa dada foi de que a empresa sul-coreana ainda não tinha encontrado nenhum cliente importante para o projeto de fabricação de chips por contrato. 

Após a notícia do acordo nesta segunda-feira, as ações da Samsung subiram quase 7% na Bolsa de Seul. O gigante da tecnologia vem sofrendo pressões em meio a corrida de produção de chips de IA, em que rivais como TSMC e a SK Hynix estão na liderança.

Samsung aposta em celulares dobráveis para concorrer com Apple

A gigante sul-coreana Samsung decidiu investir nos modelos de celulares dobráveis, também conhecidos como flip. A estratégia da companhia visa ampliar a concorrência com a Apple, que pretende investir na mesma tecnologia, além de diversificar os modelos Android.

Três aparelhos no modelo flip serão lançados ainda este mês nos Estados Unidos, com data prevista para o dia 25 de julho. Os valores variam de US$ 900 a US$ 2 mil.

Novos modelos

O mais barato dos modelos é o Galaxy Z Flip 7 FE. A estimativa do valor do aparelho é de US$ 900 (o equivalente a R$ 4.900). Ele é uma versão mais simplificada do Galaxy Z Flip 7, mas que possui a mesma qualidade de aparelhos mais elaborados.

O modelo é muito semelhante ao Flip 6, lançado em 2024. O aparelho possui tela AMOLED dobrável de 120 Hz e permite acessar de forma rápida os aplicativos instalados quando está fechado. Na parte externa, possui duas câmeras e, na tela interna, a câmera central para selfies. O chipset do modelo, uma espécie de processador para ser utilizado em aparelhos celulares, é o Exynos 2400, que também é utilizado em outros modelos da Samsung, como o Galaxy S24.

O segundo é o Galaxy Z Flip 7. O aparelho possui uma tela interna de 6,9 polegadas (17,53 cm) e um painel externo de 4,1 polegadas (10,41 cm) e também tela AMOLED dobrável de 120 Hz. Em relação ao hardware, o modelo utiliza o chip Exynos 2500, com 12 GB de RAM e 256 ou 512 GB de armazenamento. Com a otimização do espaço interno, a bateria possui capacidade de 4.300 mAh.

Em relação às câmeras, há duas lentes traseiras. A maior possuem 50 megapixels e a segunda, 12 megapixels. Já a câmera frontal, 10 megapixels.

O último modelo é o Galaxy Z Fold 7, um modelo 26% mais fino, que pesa 10% a menos que seu antecessor, o Galaxy Z Fold 6. O valor do novo modelo gira em torno de US$ 2 mil (aproximadamente R$ 10.900).

A novidade é a tela maior, com painel interno de 8 polegadas (20,32 cm) e o interno, com 6,5 polegadas (16,51 cm). O fato do aparelho ser mais fino (4,2 mm de espessura quando aberto, 8,9 mm quando fechado) permite que seja utilizado como um smartphone comum ao ser fechado, trazendo praticidade.

A câmera principal é de 200 megapixels, e as auxiliares seguem com 12 megapixels. Já as frontais, contam com 10 megapixels. O chipset do aparelho é Snapdragon 8 Elite for Galaxy, com tamanho de até 16 GB de RAM e 1 TB de armazenamento interno.


Vídeo de apresentação do modelo Galaxy Z Fold 7 (Vídeo: reprodução/X/@SamsungMobileSA)

Expectativa de popularização

Os novos modelos foram lançados na última quarta-feira (09) no evento Galaxy Unpacked, em Nora Iorque. O mercado de telefones dobráveis deve se concentrar, a princípio, EUA, Europa e Coreia do Sul.

O diretor de operações da Samsung, Choi Won-joon, disse que o objetivo da companhia é fazer dela a líder dos smartphones alimentados por inteligência artificial. Isso se deve à colaboração da empresa com o Google, utilizando o Gemini, por exemplo. Este é um ponto a favor da empresa sul-coreana, já que a Apple não conta com este recurso.

Com os novos modelos, espera-se que a venda de celulares dobráveis se popularize, já que os aparelhos representam somente 2% da fatia do mercado, conforme dados publicados por International Data Corporation e da Counterpoint Research.

Samsung mira em saúde digital com seus relógios

A Samsung está ampliando seu papel no ecossistema da saúde digital com uma série de recursos voltados ao bem-estar e à medicina preventiva, que chegarão em breve à linha Galaxy Watch. O anúncio representa um movimento estratégico da companhia para além do fitness, entrando de vez na disputa por um mercado crescente: o de soluções tecnológicas voltadas ao cuidado pessoal contínuo.

A nova leva de funcionalidades será integrada à interface One UI 8 Watch e tem como foco principal tornar o smartwatch um aliado mais completo na gestão da saúde, especialmente em um contexto global de envelhecimento populacional e crescimento dos cuidados domiciliares.

Sono, circulação e dieta no pulso

Entre os destaques está o novo guia de sono personalizado, que analisa o ritmo circadiano do usuário ao longo de três dias e sugere rotinas noturnas mais equilibradas. Outra inovação é a medição da carga vascular durante o sono, funcionalidade que oferece dados sobre como o corpo responde ao estresse, à atividade física e à pressão arterial durante o repouso.

Na área de nutrição, o Galaxy Watch agora poderá medir o nível de carotenoides na pele — substâncias antioxidantes obtidas por meio da alimentação — em apenas alguns segundos. O objetivo é estimular hábitos mais saudáveis com base em dados corporais objetivos, utilizando sensores de bioimpedância avançados.

Também foi apresentado um novo treinador de corrida, capaz de elaborar treinos personalizados e avaliar o desempenho do usuário em tempo real, a partir de apenas 12 minutos de uso. Essa função cobre desde iniciantes até maratonistas experientes.

Conexão com médicos e histórico de saúde

Além dos recursos voltados ao consumidor, a Samsung está desenvolvendo o Health Hub, uma plataforma que permitirá integrar os dados coletados pelo relógio com profissionais da área da saúde. A ferramenta promete facilitar o acompanhamento de pacientes em casa, auxiliando médicos na análise de métricas como frequência cardíaca, sono e atividade física, sem a necessidade de visitas presenciais frequentes.


Vídeo de um ano atrás e já dizendo do comprometimento com a saúde da Samsung. (Vídeo: reprodução/YouTube/Gesiel Taveira)

As novas funcionalidades chegarão inicialmente em versão beta nos Estados Unidos e Coreia do Sul, ainda em julho de 2025. Os modelos da nova geração — incluindo o Galaxy Watch 7 e o Watch Ultra — terão acesso completo aos recursos, enquanto aparelhos anteriores, como o Watch 5 e 6, receberão parte das funções, dependendo da compatibilidade dos sensores.

A Samsung ainda não confirmou se as funcionalidades estarão disponíveis gratuitamente ou se farão parte de um plano pago. A expectativa é que a empresa adote um modelo de assinatura semelhante ao de outras fabricantes do setor, como Apple e Fitbit.

Aposta na longevidade e prevenção

Ao transformar seu relógio inteligente em uma central de bem-estar, a Samsung reforça sua estratégia de diversificação num cenário em que o crescimento das vendas de smartphones desacelera. A nova abordagem coloca a marca entre os protagonistas da corrida por soluções vestíveis que aliem tecnologia, saúde e longevidade.

Com a atualização prevista para as próximas semanas, a empresa sul-coreana busca ocupar um espaço cada vez mais relevante na vida diária dos usuários, não apenas como fornecedora de dispositivos, mas como parceira na construção de hábitos mais saudáveis.